A deputada estadual Eliziane Gama (PPS), candidata a prefeita de São Luís, tem se embaralhado na profusão de propostas em linguagem de tribuna. Na primeira inserção de televisão, depois de protagonizar cenas lacrimejantes, Gama esmerou-se na língua culta, recorrendo à antítese para afirmar que naturalmente se solidarizava com o gênero pela "exclusão, que infelizmente nós mulheres estamos inseridas".
Também paradoxal é o programa de governo da candidata que disputa fatias entre fieis evangélicos com Edivaldo Holanda Júnior (PTC). No primeiro dos 23 pontos do seu programa de governo, Eliziane Gama afirma que vai trabalhar ao longo dos quatro anos de governo. A justificativa para a obviedade se encontra no paralelo com a atividade parlamentar, restrita na Assembleia Legislativa entre segunda e quinta-feira, em horários com folga para um breakfast.

Eliziane Gama segue uma cartilha política anacrônica, prometendo "nenhuma criança fora da sala de aula", etc. e um inimaginável programa de revitalização dos rios e parques ambientais". Seria mais uma obra no estilo recuperação do Parque do Bom Menino, patrocinada por compensações da Alumar, Vale ou coisa que não valha?!! No ano centenário de nascimento do pernambucano Nelson Rodrigues, a deputada não esquece o mestre autor de "A vida como ela é..." e da expressão "óbvio ululante".