segunda-feira, 30 de novembro de 2020

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O Globo - São Luís: base de Dino racha, e parte apoio candidato da oposição

 


O ESTADÃO - Marcos Pereira, presidente do Republicanos - ‘Não abro mão do partido para o presidente’, diz presidente do Republicanos"

 Jussara Soares e Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo

26 de novembro de 2020 | 05h00

BRASÍLIA - Presidente do Republicanos, partido que abriga dois dos três filhos políticos de Jair Bolsonaro, o deputado Marcos Pereira (SP) disse não haver hipótese de oferecer o controle da sigla para atrair o presidente. Desde que a ideia de fundar o Aliança pelo Brasil naufragou, Bolsonaro busca uma legenda para se filiar. “Não abro mão do comando do partido para ninguém, nem para o presidente da República”, afirmou Pereira, que hoje é vice-presidente da Câmara.

Marcos Pereira
Marcos Pereira, deputado (SP) e presidente do Republicanos Foto: Dida Sampaio / Estadão

Segundo o dirigente do Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, tanto o senador Flávio Bolsonaro (RJ) quanto o vereador Carlos Bolsonaro (RJ) estão na sigla apenas “de passagem”. O partido contabiliza crescimento nas eleições municipais, ao pular de 103 para 208 prefeitos, e agora almeja a presidência da Câmara.

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O Republicanos pode ser considerado de direita, ocupando um lugar que, inicialmente, se esperava para o PSL, antigo partido do presidente Bolsonaro?

Somos um partido que se posiciona como centro-direita, um pouco mais para a direita. Mas não pode ser jamais, em tempo algum (bate na mesa para reforçar), um partido radical, de extrema direita. Obviamente, se eu tenho dois filhos do presidente, isso leva mais um pouquinho para a direita, mas tenho pessoas que são mais progressistas e isso traz equilíbrio. Até porque os filhos do presidente, eu não tenho dúvida, estão de passagem pelo partido, por um pragmatismo local.

Esse ‘de passagem’ pode soar como um convite para os filhos saírem logo do partido?

Não se trata de um convite. É público e notório que eles estão tentando viabilizar um partido. Se viabilizarem, vão para lá. E, se não viabilizarem,  a tendência é que acompanhem o pai no partido que ele for.

O Republicanos não está com as portas abertas para Bolsonaro?

Nunca discutimos isso com o presidente nem com ninguém do entorno dele. 

Mas o partido tem vontade de ter o presidente?

O partido tem vontade de ter um presidente da República, mas não necessariamente o Bolsonaro. Um dia, quem sabe.

Se Bolsonaro pedir para se filiar, o sr. aceita?

Teríamos de avaliar. Em 2017, conversei com o presidente quatro vezes porque o PRB (antigo nome do Republicanos), à época, era uma opção para ele. Alguns no partido foram entusiastas, outros, refratários. Se a condição (para entrar) for ele ter o comando do partido, não virá para o Republicanos, porque eu não abro mão do comando do partido para ninguém, nem para o presidente da República.

O fato de o partido não ser de extrema-direita seria outro empecilho?

O principal empecilho passa por essa questão de eles quererem comandar o partido do jeito deles, vetar pessoas. Não vetamos ninguém.

A ligação com a Igreja Universal atrapalha?

Dos 32 deputados, 14 são da Igreja Universal, 18 não são. Não trato de religião dentro do partido. Por isso também ele cresceu. Dos mais de 2.600 vereadores eleitos neste ano, 300 são da Universal, o resto não é. Dos 211 prefeitos, nenhum é a da Universal. Das cinco cidades que estamos disputando o segundo turno, a única que tem relação com a igreja é o Rio de Janeiro, com o Crivella (Marcelo Crivella, prefeito do Rio, que concorre à reeleição). 

O apoio do presidente prejudicou Celso Russomanno, candidato derrotado do Republicanos na eleição para a Prefeitura?

Acho que não. Acho que o apoio do presidente não prejudicou nem ajudou. Mostrou um histórico que não é bom, mas que se repetiu pela terceira vez. Um histórico de que a população não quer o Celso Russomanno prefeito de São Paulo. É simples assim.

A reeleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está descartada?

O que ele tem dito para mim é que, mesmo que o Supremo Tribunal Federal lhe dê o direito de se candidatar, ele não exercerá esse direito. Quero acreditar na palavra dele.

Se ele mudar de opinião, poderá ter seu apoio?

Se ele mudar de opinião, eu teria de conversar com a bancada. Vai ser muito ruim para a biografia dele. Ninguém tem dúvida no meio político de que Maia, saindo da presidência em 31 de janeiro, sairá gigante, infinitamente maior do que entrou.

O sr. é candidato?

Está colocada a pré-candidatura. Estamos reunindo um grupo, que envolve esse centro independente. Não é uma candidatura contra o Bolsonaro, é a favor da Câmara dos Deputados e da independência dos Poderes.  Nos próximos dez dias, vamos decidir o nome mais viável.

O que pode definir esse candidato?

Estamos ainda nessa fase de elaborar os critérios para afunilar de seis para dois e depois para um. Mas é óbvio que a boa relação com a oposição e o diálogo é fundamental. Já conversei com todos, que reconhecem minha imparcialidade, independência e urbanidade. Seja do governo, seja da oposição.

Quem está nesse bloco?

O DEM, o MDB, o PSDB e o Cidadania são do grupo original. Os que deverão vir são Republicanos e PSL, além de PROS e PTB, que dizem que deverão vir também. E vamos  buscar os demais que estão soltos, como  PV, Podemos, Novo, PSC.

É uma desidratação do Centrão, comandado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL). Mas até então o Republicanos era considerado parte desse grupo...

É um erro considerar isso, nunca foi. É só olhar o comportamento do partido em plenário. Várias vezes os partidos mais alinhados ao Lira orientaram obstrução e nós orientamos de acordo com o que achávamos.

O que a possível abertura de inquérito contra Lira interfere no cenário de disputa da Câmara?

Não quero falar sobre esse assunto. Não compete a mim falar sobre isso.

O sr. chegou a ser cotado para assumir um cargo no governo Bolsonaro. O sr. aceitaria?

Estou muito bem no Poder Legislativo, estou dando minha contribuição. Meu foco agora é me viabilizar para ser candidato à presidência da Câmara. Se não me viabilizar, não me vejo voltando para o governo, pelo menos nesses próximos dois anos, porque eu tenho de passar por essa experiência e completar esse ciclo, já que comecei minha vida pública no Executivo.

Caso seja candidato e se eleja presidente da Câmara, como tratará a pauta de costume?

Sou evangélico, não posso negar isso. Mas não sou militante da pauta de costumes, até porque acho os radicalismos preocupantes. Se a pauta de costumes for colocada em discussão, vamos tratar com o colégio de líderes e a maioria dos partidos. Se quiserem apreciar, vamos colocar para votar e vence quem tiver mais votos. 


NOS JORNAIS

                                       

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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Octávio Vieira da Cunha Silva - O transporte público pós-eleição


 Enquanto se encerra o processo de eleições municipais em todo o território brasileiro, é chegada a hora de os eleitos e de candidatos que ainda enfrentarão o segundo turno entenderem a dimensão do desafio que terão pela frente, em áreas determinantes para definir a boa ou a má qualidade de vida do brasileiro, como saúde, educação, segurança e transporte público. São temas que deveriam dominar de cor e salteado.

Infelizmente, na prática, não funciona assim. O transporte público, mais especificamente os coletivos urbanos, tem sido alvo fácil de promessas eleitoreiras, muitas até bem-intencionadas na aparência, mas inexequíveis no mundo real.

O tema é extremamente sensível ao cidadão e ao eleitor, que demandam soluções concretas para o transporte coletivo urbano. O serviço vem perdendo cada vez mais passageiros em todo o Brasil: nos últimos 25 anos, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) registra em seus anuários uma queda expressiva de aproximadamente 50% na demanda em todo o Brasil. E isso antes do terrível impacto causado pela pandemia.

O dado traz um alerta para todos que direta ou indiretamente lidam com o assunto. Nesse contexto, os novos prefeitos e vereadores assumirão no próximo ano com o transporte público em crise e com a missão de reorganizar esse serviço essencial aos municípios, sob pena de amargarem inúmeras dificuldades e uma insatisfação crescente da sociedade até o fim de seus mandatos.

Com o propósito de contribuir para o enfrentamento dos desafios da mobilidade urbana, um grupo formado por especialistas, ONGs, representantes do poder público, das operadoras do serviço e entidades ligadas ao transporte público organizou um conjunto de propostas viáveis, capazes de concretizar iniciativas para melhorar o transporte público das cidades, segundo o perfil de cada município.

O Guia Eleições 2020 — Como ter um transporte público eficiente, barato e com qualidade na sua cidade, coordenado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), traz conteúdos sistematizados e é especialmente direcionado aos futuros prefeitos e vereadores, como um recurso para auxiliar na elaboração de propostas e políticas necessárias e viáveis para o setor.

O Guia mostra como é possível ter um transporte de boa qualidade que caiba no bolso do trabalhador, partindo de medidas aparentemente simples, como a adoção de faixas exclusivas, até ações mais complexas, como a adoção de novo modelo de contratação do serviço, entre outros.

O esforço de especialistas para prover os novos gestores públicos com informações consistentes e experiências exitosas tem amparo no entendimento de que, se continuarem a fazer mais do mesmo no transporte público, os candidatos agora eleitos deixarão como legado uma administração medíocre. Ou até desastrosa, dependendo do contexto. Mas, se a opção das novas lideranças estiver direcionada para a construção de uma nova realidade, com medidas corajosas, amplamente testadas e comprovadas, será possível colher os resultados dentro do horizonte de seus respectivos mandatos, segundo afirmam os organizadores do Guia.

Sem a pretensão de se tornar uma espécie de Bíblia do transporte público, mas, sim, uma referência segura na execução de ações para melhorar o transporte público, compatíveis com a realidade de cada cidade, a publicação apresenta iniciativas que podem fazer a diferença no dia a dia da população, trazendo melhorias substanciais para a comunidade.

É fundamental que os novos gestores percebam que uma cidade com transporte público coletivo organizado e de boa qualidade tem melhores condições competitivas para alavancar outras atividades econômicas e atrair novos negócios.

De acordo com o Guia, oito temas são base para as mudanças necessárias na construção de um eficiente serviço de transporte coletivo urbano: transparência, novo modelo de contratação, infraestrutura, custeio, financiamento, padrões de qualidade, comunicação e desenvolvimento social, e ações emergenciais.

Para uma atividade de natureza essencial, responsável por 40 milhões de viagens diárias nas cidades que contam com serviço organizado de transporte público, faz muito sentido investir em propostas que reflitam a grandeza desse setor, que gera 406 mil empregos diretos no país.

Se ao menos uma das propostas for colocada em prática em cada cidade, o transporte público terá avançado muito na direção das grandes mudanças que precisa adotar. O eleitor, no futuro, certamente agradecerá. 

* Presidente-executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e dono da Taguatur, no Maranhão

FRASE DO DIA

 "O mundo hoje é mais hipócrita que na era vitoriana"

Luiz Felipe Pondé, escritor, ensaísta e filósofo

NOS JORNAIS

                                     

 
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