O radialista Roberto Fernandes abriu o programa Ponto Final, do Sistema Mirante de Comunicação, desta sexta-feira, 5, criticando a postura da candidata Marina Silva. Sem que nem pra que o nome da candidata à Presidência foi pinçado entre os demais. O comentário foi feito fora de contexto. Para justificá-lo o radialista citou que "ontem (quinta-feira) a candidata do PSB se encontrou com representantes do setor do agronegócio".
A crítica do comunicador seria justificada pela postura de Marina em abrir o leque de conversações com setores da sociedade que ele mesmo considera "conservador", como por exemplo o agronegócio. O jornalista e advogado serpenteou o assunto para desviar da óbvia opinião contrária ao vota na candidata.
É claro o Art. 45 da Lei 9.504/97, que estabelece normas para as eleições, a partir de 1º de julho do ano da eleição, é vedado às emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e noticiário: III – veicular propaganda política ou difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes. A penalidade para a desobediência à Lei Eleitoral é a retirada do ar da programação da emissora por 24 horas.
De maneira velada, Fernandes deixou evidente sua concordância com a instabilidade que o eventual governo da ex-ministra do governo Lula poderia gerar na economia do país. Deu eco ao clima de medo vergonhosamente replicado pelo PT ameaçado de apear do poder após 12 anos no comando do país.
Ao mesmo tempo, o comentário se afina com o pensamento disseminado pelos companheiros do PT, sobre uma suposta inconsistência do plano de governo de Marina Silva, defensora inarredável de uma nova política no país. Seu posicionamento em relação às questões ambientais são a berlinda alvejada pelos adversários da candidata.
Assim como o senador José Sarney (PMDB-AP), o dono do sistema, a equipe de jornalismo do sistema é dilmista por excelência. Leitores do jornal do sistema não devem estranhar se em breve o próprio senador derramar sua tinta venenosa para manchar o nome de Marina. É serviço prestado àqueles que deram sustentação a mais 12 anos de oligarquia no Maranhão. São eles os mesmo que permanecendo no poder central tratarão o ex-senador com deferência.