sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Obra de recuperação da Estação da RFFSA de Rosário pelo IPHAN fica no tapume

   
    A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artistico Nacional, IPHAN-MA, congelou a obra de recuperação da estação ferroviária do município de Rosário.  A estação pertenceu à extinta Rede Ferroviária Federal, RFFSA. A obra que deveria ser realizada pelo IPHAN é do governo federal, com apoio da Prefeitura de Rosário.
    Os bens móveis e imóveis da RFFSA foram repassados ao IPHAN em 2007, por determinação da Lei nº 11.483. A autarquia ficou responsável pela guarda e manutenção do acervo.

    Concluída a obra, o complexo funcionaria como Portal de Entrada dos Lençóis Maranhenses. Está localizado estratégicamente na linha de passagem entre São Luís e a cidade de Barreirinhas, porta de entrada dos Lençóis.

    O projeto arquitetônico executivo da obra foi contratado pelo IPHAN com apoio do Ministério do Turismo, fonte do recurso da reforma no valor de R$ 7.566.036,89. A empresa Ferreira Júnior foi contratada para realizar a reforma e requalificação urbanística do Complexo Ferroviário de Rosário, sob responsabilidade do engenheiro Sebastião Pereira Ferreira Júnior.

    A reabilitação urbana do complexo previa a implantação de um anfiteatro e chafariz, além de praças e jardins. Após a reforma o local abrigaria as secretarias municipais de Cultura e de Turismo, Biblioteca Municipal e exposição permanente da estrada de ferro São Luís – Teresina, além de auditório, cinema, oficina de serralheria e carpintaria e lojas de artesanato.
    Antiga porta de entrada da cidade de Rosário, a estação não chama nem mais a atenção dos moradores que pouco caso fazem dos tapumes montados pela Ferreira Júnior sob orientação estreita do IPHAN. Ficou apenas nisso. Os vândalos têm poupado o tablado com informações sobre o mais importante patrimônio histórico de Rosário.
Histórico
    A Estação Ferroviária de Rosário é parte integrante da Estrada de Ferro São Luís – Teresina, inaugurada em 1919. Os traços arquitetônicos são identificados como de inspiração inglesa  em suas linhas retas.  Durante 12 anos a estação funcionou como terminal e ponto inicial de linha, até que a Ponte Benedito Leite fosse construída no Estreito do Mosquito, ligando São Luís ao continente maranhense. Daí passou a ser uma estação intermediária.
    O complexo é formado por estação, armazéns, vila residencial de operários, grupo escolar, oficina e área para estacionamento e manobra de trens. A estação possui dois pavimentos.
    A condição geográfica do município de Rosário, no Baixo Munin, elo entre o litoral e o sertão se juntou à influência política do ilustre rosariense Benedito Leite, governador do estado do Maranhão.


MARANHÃO NA TELA - Programação desta sexta-feira, 31

CINE PRAIA GRANDE (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
Curso de Produção Cinematográfica, Cássia Melo Pflueger.
Curso de Trilha Sonora, Fernando Moura.
18h30 - MOSTRA SÃO LUÍS EM 4 CANTOS
Ruas, Nayra Albuquerque (2013,20`22``).
+ Vontade, Cao Carvalho (2013-16`29``)
20h - MOSTRA PANORAMA
Em Busca do Lugar Comum, Felipe Schultz (2012 - 80`)
22 - MOSTRA MÚSICA PARA OS OLHOS
Desagradável, Fernando Rick (2013 - 120``)

TEATRO ALCIONE NAZARÉ (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
18h30 - MOSTRA MÚSICA PARA OS OLHOS
A Batalha do Passinho, Emílio Domingos (2013 - 75`)
20h30 - MOSTRA SÃO LUÍS NOS 4 CANTOS
Ruas, Nayra Albuquerque (2013,20`22``).
+ Vontade, Cao Carvalho (2013-16`29``)

SALA MULTIMÍDIA (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
10 - Curso de Desenv. da Personagem - Zen Salles
14h30 - Curso de Direção de Ator - Marcelo Augusto
18h30 - Curso de Dramaturgia - Marcelo Augusto

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA: Servidores protestam contra caos no Socorrão II
Região
Jornal do Commercio: 2013 foi o ano dos empregos no país
Meio-Norte: Desemprego cai a 4,3%, menor índice desde 2002
O Povo: Pré-carnaval - Um guia para a maior festa de Fortaleza
Nacional
Brasil EconômicoGoverno sobe o tom da austeridade fiscal
Correio Braziliense: Quantos brasilienses ainda terão de morrer?
EstadãoReforma afina ministério com campanha presidencial
Estado de Minas2013: O ano que não acabou
Folha: Desemprego cai ao menor nível, mas renda sobe menos
O GloboInfraero paga apenas 5% das multas por infrações
Zero Hora: Ônibus na capital: Greve suspensa após acordo

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Lago da Pedra - Prefeita patrocina campanha antecipada do candidato do governo

El paredon no fundo

Pedetistas declaram apoio a Flávio Dino e defendem candidatura própria nas eleições deste ano

    O presidente estadual do PDT, deputado federal Weverton Rocha, autorizou o ex-prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo, a dar continuidade às articulação para se viabilizar como candidato ao governo do estado nas eleições de outubro deste ano.
    Hilton Gonçalo tem se identificado como pré-candidato ao governo pela legenda. Ele se reunião com dirigentes do PDT estadual na quarta-feira,30, para discutir o tema e avaliar a conjuntura. Amin e Weverton não estiveram presentes no encontro. Em dezembro Amim chegou a declarar que o "PDT iria com Flávio Dino".
     A disposição de Gonçalo tem apoio do vice-presidente do partido, o ex-deputado estadual Chico Leitoa, do 2° vice-presidente, o ex-prefeito de Porto Franco, Deoclides Macedo, e de membros do partido, como o ex-deputado estadual Julião Amim.
    Leitoa defende candidatura própria como estratégia de resgate e fortalecimento da legenda. Observa a ampliação da bancada como consequência natural de um nome na disputa majoritária. O PDT ainda não manifestou intenção de candidaturas ao Senado. Sob o argumento do fortalecimento da democracia  Deoclides Macedo também defende a mesma tese.
    Na intenção de viabilizar seu nome, Hilton Gonçalo programou uma série de atividades que o coloque no centro do debate. Na próxima semana, está agendada uma reunião mais ampla na sede do PDT em São Luís, para que o assunto volte a pauta e seja desenhada a estratégia a ser tomada em 2014.

Curso - Inscrições abertas em vagas gratuitas de Inglês Básico no Senac/MA


    Tem início hoje, 30, as inscrições para o processo seletivo de concessão de vagas gratuitas no curso de Inglês Básico no Senac/MA. O curso será realizado no Núcleo de Idiomas (Rua do Passeio, 495 – Centro), e as vagas são oferecidas por meio do Programa Senac de Gratuidade (PSG/2013). Os interessados têm até a próxima segunda-feira, 03, para se inscrever no processo.
    O curso possui carga horária de 192h e as vagas são para o turno noturno (18h às 20h e 20h às 22h). O programa é voltado para pessoas de baixa renda – cuja renda familiar mensal não ultrapasse dois salários mínimos – na condição de alunos matriculados ou egressos da educação básica, e trabalhadores (empregados ou desempregados).
    Para conhecer o edital completo e preencher a Ficha de Inscrição, os interessados devem acessar o site www.ma.senac.br, no link do PSG. O resultado será divulgado dia 07 de fevereiro, no site do Senac/MA e no mural do local aonde o curso será desenvolvido. Outras informações pelo telefone 3198-1515 ou 3198-1534.

Metalúrgicos de empresa terceirizada da Alumar paralisam BR 135

    Cerca de 200 trabalhadores da Brascooper - empresa localizada no Distrito Industrial de São Luís, que trabalha com alumínio líquido fornecido pela Alumar (Alcoa) -, realizam paralisação na manhã desta quinta-feira,30, reivindicando contra irregularidades trabalhistas da empresa, como atraso no pagamento de verbas rescisórias, férias, multas e FGTS.
    Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Luís (Sindmetal), José Maria Araújo, a paralisação objetiva cobrar da administração e das autoridades a regularização da situação, já que se tornou prática comum da empresa demissões irregulares, de forma que alguns pagamentos estão atrasados desde 2013.
    Ele informa que o Sindicato já vem tentando negociar com a empresa, que informou que não há previsão para regularizar as pendências. “Exigimos respostas urgentes da gerência local e da matriz em Ribeirão Preto (SP), ou os trabalhadores podem parar por tempo indeterminado”, informou.

Delúbio Soares parabeniza jornalista Robert Lobato

    Preso há mais de dois meses na Papuda, no Centro de Progressão Penitenciária da Papuda, em Brasília, o ex-tesoureiro nacional do Partido dos Trabalhadores, PT, Delúbio Soares, enviou nesta quarta-feira, 26, por meio do Facebook, cartão eletrônico parabenizando o jornalista maranhense Robert Lobato. A forma de comunicação não implica em custos diretos.
    Lobato foi assessor do ex-deputado federal e vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB), quando este esteve filiado ao PSDB, adversário fidagal dos petistas. O jornalista tem ficha de filiação no PT do Maranhão.
     Delúbio Soares atualmente move campanha de arrecadação de recursos junto a correligionários e "simpatizantes" do PT para reunir o suficiente para pagar a multa de R$ 466,8 mil, pela condenação no processo do Mensação. O prazo para pagamento da multa se encerra nesta sexta-feira,31. Ele foi condenado a seis anos e oito meses de prisão em regime semi-aberto. Desde o dia 20 de janeiro, o ex-tesoureiro do PT dá expediente na Central Única dos Trabalhadores. Tem cargo na direção nacional da entidade comandada por petistas pelo qual recebe mensalmente R$ 4,5 mil.

MARANHÃO NA TELA - Programação desta quinta-feira,30

CINE PRAIA GRANDE (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
MOSTRA MARANHÃO NA TELINHA
10h - Corda Bamba, Eduardo Goldenstein.
14h - Curso de Trilha para Cinema - Fernando Moura
18h30 - MOSTRA SÃO LUÍS EM 4 CANTOS
Xiri Meu não dou (Patativa), Tairo Lisboa.
+ Que Horas São?, Daniel Prado (2013-28`00``)
20h - MOSTRA PANORAMA
Doméstica, Gabriel Mascaro (2013 - 75`)
22 - MOSTRA MÚSICA PARA OS OLHOS
Guindable, Fernando Rick (2008 - 101``)

TEATRO ALCIONE NAZARÉ (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
18h30 - MOSTRA MÚSICA PARA OS OLHOS
Jards, Erick Rocha (2012 - 93`)
20h30 - MOSTRA SÃO LUÍS NOS 4 CANTOS
Xiri Meu não dou (Patativa), Tairo Lisboa (2013).
+ Que Horas São?, Daniel Prado (2013-28`00``)

22h30 - MOSTRA PANORAMA
Éden, Bruno Safadi (2013,73`)
SALA MULTIMÍDIA (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
10 - Curso de Desenv. da Personagem - Zen Salles
14h30 - Curso de Direção de Ator - Marcelo Augusto
18h30 - Curso de Dramaturgia - Marcelo Augusto

Folhinha Sagrado Coração de Jesus

Santos: Jacinta de Mariscotti, Savina,Barsimeu,Martinha
Dia Nacional dos Quadrinhos e da Saudade
Luz Nova - 18h39
"Não há uma pegada do meu caminho que não passe pelo caminho do outro"
Simone de Beauvoir

Na Folha de S. Paulo - Em meio a crise, Roseana lança propaganda

Governo diz que comerciais foram programados antes da onda de violência no Estado
DIÓGENES CAMPANHADE SÃO PAULO
Em meio a uma das piores crises de segurança do país, o governo de Roseana Sarney (PMDB) lançou no início deste mês uma campanha publicitária nacional exaltando o "novo Maranhão".
    Os comerciais, conforme revelou ontem o site da Folha, visam atrair investimentos para o Estado e destacam especialmente obras de infraestrutura. Eles estrearam na primeira semana de janeiro nos canais por assinatura GNT, GloboNews e SporTV.
    O lançamento coincidiu com o período dos ataques a ônibus e delegacias na região metropolitana de São Luís, que resultaram na morte de uma menina de seis anos, no início deste mês.
    A ordem para os atentados, segundo o governo, partiu do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde 63 presos foram mortos desde 2013, alguns deles decapitados.
    "Você tem muitos motivos para se orgulhar do novo Maranhão", diz o texto dos comerciais. O slogan foi adotado como marca do governo no segundo semestre de 2013.
    O secretário de Comunicação Social do Estado, Sérgio Macedo, disse que a campanha estava sendo planejada desde outubro, antes da crise do sistema prisional.
    A própria Roseana, no entanto, já declarou que os problemas em Pedrinhas se acirraram a partir de setembro.
    Macedo disse ainda que o Estado está tentando "vender sua estrutura" para atrair negócios. "Todo Estado faz isso, mas quando o Maranhão faz causa essa estranheza toda. Vocês têm que se libertar dessa visão de que o Maranhão nasceu para ser pobre."
    O Orçamento do Maranhão prevê R$ 42,5 milhões para publicidade do governo em 2014, mas o secretário afirmou que a verba para esse fim é de R$ 22,5 milhões.
    Apesar de Roseana ter dito que a violência aumentou porque o Estado está "mais rico", o Maranhão tem um dos piores índices sociais do país.
    No ranking do IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), ocupa o 26º posto entre 27 unidades da Federação. O Piauí, 25º, prevê destinar R$ 13,8 milhões para publicidade em 2014.

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA: Três acidentes em BRs deixam cinco mortos no estado
Região
Jornal do Commercio: Carnaval de 720 estrelas
Meio-Norte: Sem Fronteira levou 325 alunos ao exterior
O Povo: Um açude seco e 100 mil cearenses à espera d´água
Nacional
Brasil EconômicoDependência do capital estrangeiro chega ao maior nível
Correio Braziliense: Polícia quer política, Brasília quer polícia
Estadão: Em dia de mercados tensos, Fed corta estímulos aos EUA
Estado de MinasO perigo passa por aqui
Folha: EUA ignoram emergentes e cortam mais estímulos
O Globo:Pelo menos 2 mil caminhõees violam a lei por dia no Rio
Zero Hora: Justiça multa rodoviários e considera greve ilegal

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Estante cultural - Letras do economista Roberto Campos

   
O homem mais lúcido do Brasil – as melhores frases de Roberto Campos contempla uma das mais instigantes – e divertidas – facetas do espírito multiforme que foi Roberto de Oliveira Campos. Toda a sua verve, argúcia e ironia estão presentes neste livro, graças ao trabalho paciente de Aristóteles Drummond – grande amigo e companheiro de ideais do impagável frasista –, que selecionou o material ora entregue ao público pela Resistência. 
    Com prefácio de Ives Gandra da Silva Martins e depoimentos exclusivos para esta edição a cargo de Ernane Galvêas, Francisco Mussnich, J. O. de Meira Penna e Rodrigo Constantino, este livro traz ainda uma importante carta de Roberto Campos a Tancredo Neves – que teria mudado a opinião do político mineiro, então em campanha presidencial, acerca de aspectos da economia nacional – e seu discurso de estreia no Senado Federal, em 1983, um dos clássicos de nossa oratória parlamentar.

MARANHÃO NA TELA - Programação desta quarta-feira, 29

CINE PRAIA GRANDE (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
10h - Curso de Produção Cinematográfica - Cássia Melo Pflueger
14h - Curso de Trilha para Cinema - Fernando Moura
18h30 - MOSTRA SÃO LUÍS EM 4 CANTOS
O Dono da Capoeira, Robert Augusto Ferreira (2013-18`30``)
A Festa da Sesta, Edízio Moura (2012-19`56``)
20h - MOSTRA PANORAMA
Esse Amor que Nos Consome, Allan Ribeiro (2012 - 80`)
22 - MOSTRA MÚSICA PARA OS OLHOS
Siba, nos Balés da Tormenta, Caio Jobim e Pablo Francischelli (2012 - 83``)

TEATRO ALCIONE NAZARÉ (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
18h30 - MOSTRA MÚSICA PARA OS OLHOS
Desagradáveis, Fernando Rick (2013-120`)
20h30 - MOSTRA SÃO LUÍS NOS 4 CANTOS
O Dono da Capoeira, Robert Augusto Ferreira (2013-18`30``)
A Festa da Sesta, Edízio Moura (2012-19`56``)
22h30 - MOSTRA PANORAMA
Pacific, Marcelo Pedroso (2009,72`)
SALA MULTIMÍDIA (Centro de Criatividade Odylo Costa Filho- Praia Grande, Centro)
10 - Curso de Desenv. da Personagem - Zen Salles
14h30 - Curso de Direção de Ator - Marcelo Augusto
18h30 - Curso de Dramaturgia - Marcelo Augusto


Caetano Veloso sobre Pedrinhas na Folha de S. Paulo

Você viu o vídeo das decapitações no presídio de Pedrinhas, no Maranhão? Qual sua opinião sobre a situação do sistema carcerário brasileiro?
Já em meu livro "Verdade Tropical" [1997] eu conto a ideia da sociedade brasileira que se formou em mim quando, preso na Vila Militar, ouvi gritos de torturados durante a noite: me disseram que não eram presos políticos e sim ladrõezinhos da zona norte do Rio. Pois bem, décadas se passaram e não vi nada que parecesse sequer querer desmentir a ideia que tenho de nossa sociedade: brutal, injusta, cruel.
O que se revelou em Pedrinhas diz muito sobre o que é a realidade das prisões (e não só das prisões) brasileiras. Temos muito, muito a fazer. E, claro, não pode ser indolor.

Clichê do Clichê

a vida



OU


a arte

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA: Luiz Fernando defende ações do governo e desafia oposição
O Imparcial: Candidatos contestam provas para agente penitenciário
Região
Meio-Norte: PMT vai desapropriar 660 imóveis no dia 21
O Povo: Justiça condena chefes do jogo do bicho
Nacional
Brasil EconômicoDilma decidirá áreas afetadas por corte fiscal
Correio Braziliense: Governo amplia auxílio-moradia para servidores
EstadãoPaíses emergentes reagem à crise de confiança e elevam juros
Estado de MinasQuase no ponto
Folha: Emergentes elevam juros para acalmar mercados
O GloboIlegalidades e mortes
Zero Hora: Rodoviários planejam parar 100% dos ônibus da Capital

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Assista bate-papo on-line com Flávio Dino sobre o Maranhão

Lambe-lambe: Vendedor de cigarros e balas na Praia Grande, em São Luís (MA)


Prefeito de Paço do Lumiar retalia família de oligarca tupiniquin fechando escola

   

     O prefeito de Paço do Lumiar,Josemar Sobreiro (PR) retalia frontalmente a família Aroso no município com medidas que causam prejuízo à população. Com as devidas proporções, em longevidade os Aroso, assim como outras famílias de políticos no Maranhão, disputam a poli position com os Sarney.

    Em Pau Deitado, lugarejo no qual a maioria da população sobrevive da pesca, Sobreiro pintou unidades de ensino básico da rede municipal vizinhas, excluindo o prédio vizinho: a UEB Amadeu Aroso Neto, descendente da família oligarca luminense e que até a administração passada funcionava como escola. Dos prédios pintados que receberam a placa de reforma um afronta lei constitucional, a UEB Roseana Sarney, homenagem à filha do senador José Sarney e governadora do estado cumprindo quarto mandato.

     O professor Josemar, do mesmo partido do palhaço Tiririca, sucedeu a prefeita Bia Aroso, que se desvencilhou do nome trocando-o por um improvável Venâncio, após disputa eleitoral em 2008 contra uma candidata apoiada por sobrinho postiço: o ex-prefeito e candidato a prefeito em 2012, Gilberto Aroso.
    Bia Aroso deixou a prefeitura usando tornozeleira, acessório que o governo da peemedebista Roseana Sarney distribui a torto a direito entre os presos de Pedrinhas após o massacre no presídio. Bia é correligionária de Zequinha Sarney, irmão da governadora e pai de Adriano, jovem que ensaiou uma candidatura natimorta a prefeito do município da região metropolitana de São Luís.
    Josemar Sobreiro não teve apoio do grupo de oposição aos Sarney para se eleger prefeito. Venceu a eleição com 62% dos votos válidos.Continua filiado ao partido pelo qual se elegeu que no estado tem como maior expressão política o deputado federal Davi Alves Silva Filho. em relação ao grupo Sarney o PR é um eventual parceiro corroborado pelo apoio de Anthony Garotinho, que no passado esteve em São Luís para declarar apoio a Roseana.

Curso abordará relação da redação com assessorias de imprensa

    Formada em jornalismo pela Cásper Líbero e especialista em comunicação corporativa e gerenciamento de crise, Neuza Serra vai comandar curso que abordará dois mundos: a redação e as assessorias de imprensa. O objetivo é discutir métodos para que a comunicação entre as duas áreas seja eficaz.
    Marcada para 26 de março, a aula terá 3 horas de duração e será online. A ocasião vai discutir o perfil das assessorias de imprensa, mercado, conceitos e áreas da comunicação integrada, organização de trabalho, relacionamento com a imprensa e outros.
    Neuza já atuou como assessora de importantes empresas. Atualmente é coach de profissionais de comunicação e executivos, atendendo organizações do setor público e privado.
    Para participar da aula, basta se inscrever por meio do site do Comunique-se Educação. A aula, que acontece das 19h às 22h, horário de Brasília, pode ser assistida por pessoas de qualquer parte do mundo. O custo do investimento é de R$ 180,00. Outras informações podem ser vistas neste link.

MARANHÃO NA TELA - Programação desta terça-feira,28


MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA: Bope maranhense entrará em ação em fevereiro
Região
Jornal do Commercio: Gargalos da Copa preocupam União
Meio-Norte: Wilson larga na frente na corrida ao Senado
O Povo: Mãe de traficante executada com 5 tiros
Nacional
Brasil EconômicoTombini diz que BC vai manter o aperto monetário
Correio Braziliense: Protestos desafiam Planalto
Estadão: Dilma dá R$ 290 mi a Cuba e vê "parceria de 1ª ordem"
Estado de MinasPara inglês ver
Folha: Homicídios caem, e roubos crescem em São Paulo em 2013
O Globo: Para acalmar o mercado governo deve cortar R$ 30 bi
Zero Hora: Mensalidade escolar aumenta até 12%, o dobro da inflação

Os verdadeiros motivos - LUIZA NAGIB ELUF


A população protesta contra os desvios de dinheiro, mas muitos dos que reclamam, quando encontram uma chance, fazem o mesmo
    Muito se fala que o Brasil tem problemas e precisa mudar. A cada dia, um escândalo diferente salta dos jornais. De fato, nosso sistema prisional é péssimo, medieval, injusto e vergonhoso, não apenas no Maranhão. Podemos dizer o mesmo dos nossos sistemas de saúde, educação, segurança pública, saneamento básico e preservação ambiental, bem como do planejamento urbano.
    Quando tudo está errado, torna-se evidente que o problema não é setorizado, mas estrutural. Nossas dificuldades mais enraizadas são corrupção, incapacidade administrativa, irresponsabilidade, ignorância, burocracia e falta de respeito pelos bens públicos.
    A população protesta contra os desvios de dinheiro, mas muitos dos que reclamam, quando encontram uma chance de fazer o mesmo, aproveitam-na sem titubear. A cultura do salve-se quem puder está consolidada e é ela que gera o caos. Mas se isso desagrada o povo, por que tudo continua sempre como dantes? Porque as pessoas dizem querer seriedade, mas sempre pensando na seriedade do outro, não na própria. E poucos percebem que essa é uma questão eminentemente política. Ou seja, tudo depende de quem vota em quem e por quê.
    As camadas sociais menos informadas votam mediante benefícios pessoais imediatos; os setores com melhores condições de discernir o joio do trigo ou votam de acordo com as próprias conveniências ou nem se interessam em pesquisar a vida pregressa dos postulantes a cargos públicos antes do sufrágio.
    Já os(as) eleitos(as), ao selecionar sua equipe de governo, muitas vezes usam critérios políticos que nada têm a ver com a competência funcional ou a lisura administrativa. Assim é que se escolhe, por exemplo, um secretário municipal, estadual ou federal que nada sabe sobre a área técnica que terá de administrar, mas foi indicado por determinado partido ou compadre que se precisa agradar. Se quem foi nomeado para cuidar da saúde da população nada entende de saúde pública ou está no cargo apenas para se locupletar, ocorre uma tragédia.
    De tragédia em tragédia, chegamos à situação atual do país. É só somar corrupção com incompetência. E nada vai mudar enquanto a população não acordar para a importância de uma eleição, para a grande responsabilidade do exercício da cidadania e para o papel de cada um nos descalabros constantes.
    Vemos que a Ordem dos Advogados do Brasil quer proibir as doações de empresas em campanhas eleitorais. O Supremo Tribunal Federal está votando a matéria, e compreendemos que o propósito é evitar o comprometimento dos agentes públicos, mas nossos problemas não são pontuais e não se resolvem com paliativos. Precisamos modificar os padrões culturais. Temos que aplicar os critérios de honestidade e responsabilidade em todos os momentos de nosso dia a dia para que isso gere uma alteração de mentalidade que atinja a todos.
    Quando acontece um escândalo, além de vituperar contra as autoridades responsáveis, nosso povo precisa fazer uma reflexão sobre como alguém sem capacidade ou sem idoneidade foi parar no cargo que ocupa. Assim, ficará mais nítida a responsabilidade de cada um pelos rumos de seu próprio país.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Falcão externa seu temor diante da onda de violência no Maranhão

    A repercussão dos fatos de Pedrinhas e da violência no Maranhão alcançou a classe artística. No domingo, 26 de janeiro, às 2 da manhã, quando subiu ao palco em mais um show da banda Rappa, o vocalista Falcão deixou clara sua apreensão.
    "Olha, nós estamos sabendo do que está acontecendo aqui no Maranhão", disse Falcão indignado com uma briga na turma do gargarejo.
    O show seguiu com a ameaça de Falcão e banda deixarem o palco caso ocorresse algu deixar o palco caso ocorresse algum ato de violência entre pessoas da platéia.
    A impressão que as pessoas que assistiram o show tiveram é que Falcão não se sentiu à vontade no palco da Lagoa da Jansen. A especulação vai desde o valor do cachê até a segurança os motivos do show desmotivado do Rappa. A produção foi da Pororoca.


Cícero Dias é personagem na Mostra de Cinema de Tiradentes

A terceira noite de exibições da Mostra de Cinema de Tiradentes foi bastante movimentada. Primeira obra de ficção de Paulo SacramentoRiocorrente abriu a noite no Cine Tenda oferecendo uma perspectiva bem diferente e repleta de alegorias sobre o dia a dia frenético na grande metrópole, no caso São Paulo. O longa conta com boas atuações de Simone Iliescu e mostra um comprometimento estético do diretor de Prisioneiro da Grade de Ferro.

Na sequência foi apresentado o documentário Passarinho lá de Nova Iorque, em que Murilo Salles (Nome Próprio) acompanha a rotina do cineasta maranhense Cícero Filho, conhecido no nordeste pelo trabalho em Ai Que Vida!. Cícero, que marcou presença em Tiradentes, é um personagem e tanto, arrancando risos do público, mas também chamando atenção por sua paixão pelo cinema. No filme, vemos o diretor tentando refilmar cenas de seu próximo trabalho, Flor de Abril, ao mesmo tempo em que lida com a falta de dinheiro e estrutura.

Ao mesmo tempo, o Cine Praça recebia Olho Nu, doc de Joel Pizzini sobre o astro da música brasileira Ney Matogrosso. O longa aborda boa parte da trajetória do artista, mostrando seu começo no Secos & Molhados até alcançar o sucesso na carreira solo.

Para fechar a noite, foi exibido Amor, Plástico e Barulho, produção pernambucana premiada no Festival de Brasília de 2013. Dirigido por Renata Pinheiro, o longa investiga a cena brega de Pernambuco. Conta com atuações incríveis de Maeve Jinkings e Nash Laila, que se entregam totalmente no filme.

MARANHÃO NA TELA - Programação desta segunda-feira, 27


Na Coluna da MÔNICA BERGAMO


Interesses políticos - EDITORIAL O GLOBO


    No final do primeiro semestre do ano passado, quando o país foi sacudido por multidões de manifestantes “contra tudo isso que aí está”, uma das bandeiras mais afinadas com o ronco das ruas foi a da rejeição da Proposta de Emenda Constitucional 37. Chamada de “PEC da Impunidade", fora apresentada em 2011 ao Congresso pelo deputado federal Lourival Mendes (PTdoB-MA), com o propósito de alijar o Ministério Público de investigações criminais.
    A origem profissional do patrono da emenda, um delegado de polícia, não disfarçava o pressuposto corporativista da iniciativa. Também o alcance político do dispositivo não escondia a armadilha: a proposta ganhou entusiasmado apoio de certas alas do Parlamento, notadamente na bancada petista, que viu na PEC a chance de revide contra um MP que agira magistralmente na condução das denúncias contra os mensaleiros. Felizmente, a mobilização ajudou a derrubar, entre outras, essa tentativa de afronta à sociedade.

    Repete-se agora, com a aprovação da resolução do Tribunal Superior Eleitoral que limita a atuação dos procuradores em crimes eleitorais, o movimento que visa a tolher a prerrogativa constitucional do MP de defender a sociedade. A medida, que teve como relator o ministro Dias Toffoli, foi aprovada no fim do ano passado. Como previsto, foi recebida com os devidos protestos pela Procuradoria-Geral da República, por entidades representativas do MP, como a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) e a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), e, de um modo geral, por setores do país preocupados com as brechas que tal iniciativa abre para que a lisura das eleições seja tisnada.
    Com a PEC 37, o risco explícito era — em razão do tolhimento do MP, por definição constitucional uma instituição independente, sem subordinação ao Judiciário, ao Executivo ou ao Legislativo — delegar a um braço de um dos Poderes, no caso o Executivo (não raro, parte interessada em processos criminais), o monopólio da repressão ao crime. Com a resolução do TSE, o privilégio alcança o Judiciário, uma vez que para abrir inquéritos o MP precisa pedir autorização ao juiz eleitoral. Nos dois casos, perde o Estado, enfraquecido em seu papel de combater, no interesse da sociedade, a corrupção e outras ações criminais.
    Também nessa questão da resolução do TSE, entidades contrárias à medida enxergam as impressões digitais de interesses políticos. Integrantes do MP vêm na medida nova tentativa do PT e aliados de retaliação contra o órgão, ainda um travo decorrente das investigações que resultaram na condenação de cabeças coroadas do lulopetismo. Único ministro da Corte a votar contra a deliberação, Marco Aurélio Mello adverte que o texto conflita com o Código de Processo Penal e espera que o TSE reconsidere a decisão. A oportunidade está próxima: o tribunal volta a se reunir no início de fevereiro. Pela urgência do tema, espera-se que ele encabece a pauta e que os ministros não lhe deem curso.

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA: Mutirão terá segunda etapa em Pedrinhas
Região
Jornal do Commercio: Mulheres assassinadas
Meio-Norte: Wellington venceria no 1º turno, em qualquer cenário
O Povo: O que os jovens querem da cidade
Nacional
Brasil Econômico: “A gestão do Banco Central é temerária”
Correio Braziliense: Temor de radicalização ronda novos protestos
EstadãoProtesto violento faz governo convocar reunião sobre a Copa
Estado de Minas: Problemas expressos
Folha: Manifestante é ferido a tiro pela PM em ato em SP
O GloboBrasil tem só um fiscal por 579km² de área protegida
Zero Hora: Acordo contestado – TCE questiona prefeitura sobre obras junto à Arena

domingo, 26 de janeiro de 2014

Brincando com luz - FERREIRA GULLAR

Ver arte hoje tem um preço, que tanto pode ser um barulho ensurdecedor como sentir-se ameaçado
    Os movimentos de vanguarda do começo do século 20, ao romperem os vínculos que tradicionalmente, na arte ocidental, ligavam a linguagem artística à representação da realidade, abriram caminho para as mais diversas experiências no campo da expressão artística.
    Alguns quadros cubistas são exemplos notórios disso: ao colar, na tela, recortes de jornal em vez de representá-los pictoricamente, fizeram dela um espaço expressivo que tudo aceitava, desde papéis colados até areia, arame, barbante ou o que fosse.
    Estava aberto o caminho para toda e qualquer maneira de criar a obra de arte, fora de todo princípio estético a priori e de qualquer linguagem existente. O urinol de Marcel Duchamp é exemplo marcante dessa ruptura e de suas consequências futuras. Ele mesmo é o autor da frase que define a nova situação: "Será arte tudo o que eu disser que é arte".
    Essa é a manifestação mais radical daquele momento de questionamento das linguagens estéticas consagradas. Mas foram feitas outras experiências, especialmente pelos dadaístas, sem o mesmo radicalismo de Duchamp.
    Dentre essas novas tentativas estão o "Merzbau", de Kurt Schwitters, e o Clavilux, de Thomas Wilfred. São experiências muito diversas, pois, enquanto Schwitters montava a sua obra com o que trazia da rua e acrescentava a ela, Wilfred construiu um piano que em vez de sons produzia formas coloridas numa tela em frente. Ele foi o precursor da arte que usa como linguagem a cor-luz em movimento.
    É, portanto, no Clavilux, que está a origem das obras que Julio Le Parc expõe atualmente na Casa Daros, no Rio.
    A primeira vez que vi obras de Le Parc foi em começos da década de 1960 e eram muito diferentes destas que hoje expõe.
    Aquelas eram telas com formas abstratas pintadas e outras recortadas em placas coloridas que se moviam. Confesso que não me causaram maior impressão, entre outras razões pelo fato de que o movimento das formas se repetia seguidamente.
    Aliás, esse é o problema que enfrenta quem tenta introduzir o movimento real na linguagem pictórica. Foi enfrentado por Abraham Palatnik quando criou seus aparelhos cinecromáticos e por Thomas Wilfred com seu Clavilux. Está presente em alguns dos trabalhos mostrados agora por Le Parc, muito embora em alguns deles isso não ocorra. Mas não é esse o principal problema, uma vez que essa exposição do artista argentino compreende mais de dez salas totalmente às escuras.
    Ao entrar na exposição, muito embora tenha sido avisado pela funcionária, senti-me totalmente perdido na treva de uma sala de que não vi as paredes e, por isso, não sabia se ia esbarrar em alguma delas ou tropeçar em algum degrau. Mantive-me parado, tenso, sem saber o que fazer. Percebi outras pessoas a meu redor mas tampouco as via. Depois dei alguns passos e pude vislumbrar, adiante, numa parede, um fervilhar de luzes. Tateando, passo a passo, fui me deslocando em direção àquelas luzes, já mais confiante.
Mas, o que fazer? Ver arte hoje tem um preço, que tanto pode ser um barulho ensurdecedor como sentir-se ameaçado ou perdido.
    Nesse caso, tem sentido estarem as salas às escuras, uma vez que os trabalhos expostos são basicamente projeções luminosas. Não resta dúvida de que cada uma delas resulta das possibilidades de criar efeitos luminosos muitas vezes surpreendentes.
    Outras vezes, porém, isso não ocorre; a própria presença dos equipamentos usados para provocar aqueles efeitos já retira deles o mistério que deveria envolver a relação entre a obra e o espectador.
    Isso à parte, percebo que quase nenhuma daquelas obras suscita no espectador maior emoção. Antes, provoca o prazer próprio ao entretenimento, o que não desmerece a competência com que são realizadas. Le Parc consegue o resultado oposto ao das obras de Wilfred, em que o movimento das formas luminosas, lento e denso, leva-nos a um estado de descoberta e reflexão.
    Saí da exposição de Le Parc como se nada de importante houvesse visto. São trabalhos elaborados e inventivos, mas não chegam a ser arte maior, no sentido pleno da palavra.

A praça é do povo - EDITORIAL GAZETA DO POVO - PR


Adoção de logradouros públicos mostra que o cidadão pode ir além da mera cobrança e assumir papel de protagonista na conservação e cuidado com o espaço de todos

    Viver numa cidade limpa, com monumentos, praças e parques bem cuidados é o desejo dos moradores de qualquer lugar. Tal querer pode ser visto na própria Gazeta do Povo, através das frequentes cartas e depoimentos de leitores reclamando das condições de logradouros e áreas públicas, do vandalismo, das pichações que diariamente materializam a falta de consideração que algumas pessoas têm pelo espaço urbano. Uma área degradada realmente machuca, ofende qualquer cidadão minimamente interessado no bem comum, e por isso a indignação é natural: trata-se do primeiro passo necessário em busca da solução. Mas é o segundo passo, o da ação, o mais importante: o que fazer para reverter essa e outras situações que tanto incomodam?
    A resposta mais comum ainda é apenas reclamar e cobrar dos outros – leia-se do poder público – uma solução. Feito isso, o cidadão tem a nítida impressão de que fez tudo o que estava ao seu alcance, de que se esgotaram as suas formas de ação e que só lhe resta esperar que o outro – o poder público – aja e resolva o problema. Um exemplo dessa mentalidade é a frase de Carolina Ricardo, coordenadora de Sistemas de Justiça e Segurança Pública do Instituto Sou da Paz, na Gazeta do Povo do dia 19. “Espaços públicos abandonados geram sensação de insegurança. O poder público precisa retomar esses espaços e desenvolver programas de ocupação com atividades nas ruas”, afirmou. É um pensamento que, depois de décadas de paternalismo estatal, vem à mente dos brasileiros de forma quase automática. Mas, na verdade, é o reflexo de um conceito pobre de cidadania, em que para ser cidadão bastaria exercer o direito de voto e cobrar do poder público.
    Sem dúvida, o voto é um dos momentos mais marcantes da cidadania; papel igualmente inestimável tem todo cidadão que fiscaliza continuamente o poder público e cada político, cuidando para que as verbas sejam bem aplicadas, evitando desperdícios ou desvios. Mas não é o poder público o principal protagonista do desenvolvimento de um local: são os indivíduos, isoladamente ou organizados. Há inúmeros casos em que as pessoas podem se juntar e promover saídas para problemas comuns. Exemplo concreto dessa cidadania ativa foi mostrado pela Gazeta do Povo dias atrás. No bairro Hugo Lange, em Curitiba, a Praça Alcides Munhoz Neto, marcada pelo vandalismo frequente, foi adotada por professores, pais e alunos de um colégio particular. O grupo retirou o lixo, limpou pichações, plantou uma horta. Também fez um trabalho com os moradores para divulgar o projeto. Aos poucos, os vizinhos começam a participar do cuidado com a pracinha antes esquecida.
    Pode parecer pouco, mas a iniciativa mostra que é possível mudar a realidade a partir de coisas simples, desde que se tenha vontade de agir. Além da adoção de logradouros públicos, que nem precisaria passar por qualquer tipo de formalidade ou burocracia, há diversas maneiras de os cidadãos se empenharem para mudar os rumos da comunidade. Não se trata de “assumir uma função do Estado”, expressão que frequentemente ouvimos em tais casos. Trata-se de assumir seu real papel, o de protagonista. Ao poder público cabe não colocar obstáculos a essa ação e agir de forma subsidiária, auxiliando os cidadãos quando eles precisarem de ajuda, e assumindo a tarefa apenas quando ninguém demonstrar interesse ou capacidade de realizá-la. Mas que triste seria viver em uma comunidade na qual ninguém se interessa pelo cuidado com os espaços públicos!
    Uma das formas de se explicar a proliferação de atos de desrespeito com o patrimônio e áreas públicas é a existência de uma visão distorcida do significado de “público”, que passa a ser confundido como se fosse uma coisa “de ninguém”. Quem entende tudo o que é público como se não pertencesse a ninguém, ou apenas ao Estado, dificilmente irá respeitar esse espaço ou trabalhar por sua conservação. Mas quem adota e assume o espaço público como seu – o que de fato é – se importa, preserva, cuida. “Eu não vou simplesmente ligar para o telefone 156 pra plantarem uma árvore na frente da minha casa. Eu mesmo vou fazer. É para que a gente tenha o sentido de pertencimento à cidade”, disse o ativista Jorge Brand à Gazeta do Povo em junho de 2012, quando o jornal contou a história de curitibanos que estavam plantando árvores nas ruas de Curitiba por iniciativa própria. É esse sentimento de responsabilidade pela cidade que pode fazer a diferença, principalmente quando materializado em ações. O comportamento protagonista em relação aos espaços públicos pode ser um primeiro passo em direção a uma sociedade madura, em que cada cidadão, na medida de suas capacidades, possa contribuir para a solução dos problemas comuns, libertando-se da ideia ilusória de que esperar é a única saída.