Segue até a sexta-feira, dia 9, o Seminário Carajás 30 Anos: resistências e mobilizações frente a projetos de desenvolvimento na Amazônia oriental. O evento conta com participantes de 11 países, refletindo sobre as consequências da implantação de projetos de desenvolvimento sobre a Amazônia oriental e seus povos.
Durante os dias de evento, serão 21 mesas redondas (acontecendo até 8 delas simultaneamente), 77 palestrantes vindos de diversos países das Américas, África, Europa, mais de 40 instituições organizadoras, entre universidades, institutos federais, movimentos sociais e organismos não-governamentais, e mais de mil participantes.
Todos estarão debruçados sobre as consequências para a implantação de projetos de alto impacto na Amazônia, com foco especial na mineração, agronegócio, siderurgia, trabalho escravo, meio ambiente, resistências populares e a ação governamental, muitas vezes aliadas aos grandes projetos sem levar em consideração as consequências sobre grupos sociais, especialmente no Pará, Tocantins e Maranhão.
Além das questões acadêmicas levantadas, serão debatidas as falas de representantes de grupos sociais e povos tradicionais, que contarão suas experiências de convívio – muitas vezes conflitivo, diferente do que aparece nas propagandas e peças institucionais, com esses projetos: ribeirinhos, quilombolas, indígenas, camponeses dialogarão, em pé de igualdade, com estudiosos da Amazônia, tanto do Brasil quando do exterior. Experiências similares em diversas partes do mundo (América do Sul, Europa, Canadá, Estados Unidos, África) também serão apresentadas e debatidas.
O Seminário em São Luís é um desdobramento de um processo que já vem acontecendo desde outubro de 2013, quando houve a primeira Etapa, na região tocantina, na cidade de Imperatriz, no Maranhão. De lá para cá, mais três etapas locais foram realizadas, nas cidades paraenses de Belém e Marabá, e na maranhense Santa Inês. Nesses etapas, dezenas de oficinas, grupos de trabalho, palestras, mesas redondas, reuniram um público médio de 300 participantes, por Seminário Local, que atingiu dezenas de cidades no Maranhão e no Pará.
Marcha e Ato Show “Trilhos da Resistência” – Além das palestras e grupos de trabalho, os participantes da etapa final em São Luís realizarão, na quinta-feira, dia 8, a Marcha “Nos Trilhos da Resistência”, que sairá do Campus da Universidade Federal do Maranhão para o Centro Histórico de São Luís, às 15h. Posterior a isso, no início da noite, eles participarão do Ato Show “Trilhos da Resistência”, que reunirá uma dezena de cantores na Praça Nauro Machado, Centro Histórico da cidade, para celebrar seus processos de afirmação em seus territórios em meio a tantas alterações introduzidas pelos chamados grandes projetos de desenvolvimento.