No enterro do corpo do poeta José Chagas, o imortal Sebastião Moreira Duarte desafiou: "Quero saber quem se atreverá a se candidatar à vaga que foi ocupada com brilhantismo por José Chagas". A vaga emq questão é a cadeira número 28, para a qual Chagar foi eleito em 3 de outubro de 1975.
Duarte é um dos principais articuladores políticos entre os imortais da Casa de Antonio Lobo. Assumiu a posição com o distanciamento do ex-presidente Jomar Moraes dos assuntos mundano da Academia. Transita bem nas hostes políticas. Na campanha rumo à imortalidade empreendida pelo então deputado Joaquim Haickel, Duarte foi um caro cabo eleitoral. Na folha de serviço à inteligentzia maranhense coordenou a coleção Maranhão sempre, editado pela Editora Siciliano (coincidência!?) sob a tutela de Jorge Murad, de quem é colaborador nas coisas do Instituto Geia.
Tocado pela emoção das circunstâncias, Sebastião Moreira chegou a defender a reserva de fardão:"Certas cadeiras, como a dele (de José Chagas), deveriam ficar vagas por um longo tempo, pois não há quem possa se equiparar a ele”. Foi aplaudido pelos colegas de Casa.
São as forças externas que reclamarão a vacância da cadeira. A fila da ALM tem um ritmo peculiar. Move-se pelos desígnios do destino, mas perfila-se diante das veleidades. Fosse em uma dessas filas que se formam no sereno perigoso em busca de uma vaga na vez do médico do SUS, fácil será identificar os guardiões que ainda reclamam direito adquirido. No universo dos imortais, a coisa é tão complexa que transcende a vã filosofia em busca da vida.