Parafraseando doctor Peta: Olha essa historinha!.
Na semana passada, o vereador Estevão Aragão (Solidariedade, eleito pelo PPS) subiu a tribuna da Câmara para tirar do baú espanar sutilmente a história da agiotagem no Legislativo municipal de São Luís, abordado com clareza pela imprensa nacional. Aragão votou pela antecipação da eleição da mesa diretora e, em seguida, em Astro de Ogum para suceder ao presidente Isaías Pereirinha, alvo de investigação do esquema de agiotagem que envolveria uma funcionária do Bradesco.
Nos bastidores, o motivo do discurso de Aragão seria o descumprimento de um acerto no processo eleitoral envolvendo vultosas cifras. O vereador estaria insatisfeito com a garfada de 50% do combinado. Cada voto dos edis teria sido cotado em R$ 100 mil. Não há ineditismo de negociações dessa natureza na Câmara Municipal de São Luís, uma hermética caixa preta desde os tempos de Simão Estácio da Silveira.
As negociatas pecuniárias na Câmara são apenas um detalhe diante das prerrogativas da presidência da Mesa no Palácio Pedro Neiva de Santana. Em ano eleitoral, estas são volatizadas a ponto de deixar qualquer cidadão desonesto, contumaz infrator e calejado na criminologia, de queixo caído.
Na disputa por uma vaga na Câmara Federal, o presidente Antonio Isaías Pereirinha (PSL) dispõe de mais de 200 cargos comissionados. Estão ocupados por pessoas com residência em municípios onde o vereador pleiteia votos para seu projeto político. A cota de cargos do vereador é dez vezes superior a de cada um dos vereadores. Tudo isso foi estabelecido entre os pares da Casa quando da eleição antecipada da Mesa Diretora, que dirigirá a casa até 2016. É ou não, uma estória pai d´égua.