Há quem diga que é impossível referir-se à história
recente da Amazônia sem levar em consideração o trabalho do jornalista Lúcio
Flávio Pinto. Com perspicácia e um tanto de ousadia, o editor do Jornal Pessoal
se arrisca na tentativa de garantir uma cobertura íntegra dos acontecimentos que
definem rumos na região mais rica do país. Na última terça-feira, 27, ele reuniu
amigos e admiradores no lançamento do livro “Amazônia em
questão: Belo Monte, Vale e outros temas”, no espaço Benedito Nunes, da Livraria
Saraiva, em Belém (PA).
As cadeiras dispostas em círculos davam o tom de
bate-papo ao evento. Dispensando o uso do microfone, Lúcio Flávio discorria
imponente sobre a devoção que nutre há mais de 40 anos pela Amazônia. “Dediquei
mais da metade da minha vida a apresentar ao grande público questões cruciais
que interferem diretamente na manutenção da sustentabilidade da nossa região.
Nesta obra temos aspectos que estão distantes do conhecimento, mas que agora
surgem como um grito de alerta”, conta.
Oscilando de um discurso perene e brando para um
pronunciamento em tom de revolta e muita paixão, o jornalista envolvia os
espectadores com as interpretações de fatos conhecidos, porém dilacerados por um
olhar crítico e contundente. “A principal função do jornalismo é detectar os
fatos emergentes do dia a dia, aqueles que surgem e se desenvolvem com a capacidade de mudar a dinâmica social e
histórica. Aqui (livro) temos artigos que fui escrevendo ao longo dos últimos
seis anos e representa quase mitologicamente a história de João e Maria, que,
para não perder o rastro, foram deixando miolo de pão, aí o passarinho veio e
comeu, até que usaram um rastro mais seguro. Então, o jornalismo deve sempre
refletir se o rastro que ele está deixando, se as marcas no caminho, são
permanentes, perenes, ou efêmeras. Esse é um jogo que o jornalista tem que
enfrentar, o que ele não pode fazer é se omitir”, argumenta.
A curiosidade é a ferramenta propulsora de quem se
propõe a desbravar pelo terreno do jornalismo, conforme defende Lúcio Flávio,
mas também faz parte desse jogo a desconfiança e a análise profunda daquilo que é
repassado pelas fontes.
Segundo ele, o livro mostra que a história da Amazônia
real, a história concreta, não aparece, em geral, nos livros acadêmicos ou na
cobertura da grande imprensa. “O fato de ter neste livro informações que não
estão em outro lugar mostra que é preciso ter uma capacidade maior de observação
sobre a realidade concreta da Amazônia. O leitor vai encontrar histórias sobre
os grandes projetos como Carajás, Tucuruí, Belo Monte e Jari, que são marcos da
dinâmica da história da Amazônia, ou mudaram o rumo, ou começaram uma nova
etapa, ou corrigiram a etapa anterior”,
completa.
CARREIRA
Jornalista profissional desde 1966, Lúcio Flávio Pinto começou a carreira no jornal “A Província do Pará”. De lá, alçou voos para o “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro. A partir de então, percorreu as redações de algumas das principais publicações da imprensa brasileira. Em 1988, deixou a grande imprensa. Atualmente, dedica-se ao “Jornal Pessoal”, newsletter quinzenal que escreve sozinho há mais de 20 anos. No exercício da profissão, recebeu quatro prêmios Esso . Tem 12 livros individuais publicados, todos sobre a Amazônia.
CARREIRA
Jornalista profissional desde 1966, Lúcio Flávio Pinto começou a carreira no jornal “A Província do Pará”. De lá, alçou voos para o “Correio da Manhã”, do Rio de Janeiro. A partir de então, percorreu as redações de algumas das principais publicações da imprensa brasileira. Em 1988, deixou a grande imprensa. Atualmente, dedica-se ao “Jornal Pessoal”, newsletter quinzenal que escreve sozinho há mais de 20 anos. No exercício da profissão, recebeu quatro prêmios Esso . Tem 12 livros individuais publicados, todos sobre a Amazônia.
Do Diário do Pará