Por Carlos Cardoso em 14 de novembro de 2015 - 57 comentários
Depois que teve seus sonhos inatingíveis dizimados pela explosão do VLS em 2003 o programa espacial brasileiro se concentrou na produção de equipamentos mais modestos, como satélites sem software e cubesats que não funcionam. De todos o mais bem-sucedido é o VS-40, um foguete de sondagem que além de levar metade da carga dos V2 do Werner Von Braun, ainda usam combustível sólido, algo relegado hoje em dia a boosters auxiliares e fogos de artifício.
Foguetes de sondagem são equipamentos simples, usados para testar outros hardwares e fazer pesquisas rápidas em microgravidade. Nem capacidade orbital possuem. No caso desse VS-40, nem capacidade de decolagem. Ele explodiu ao ser lançado dia 13 de novembro.
Nenhum datilógrafo foi ferido no acidente, a única vítima seria o ego do nosso programa espacial, se existisse, claro. Acidentes acontecem, no começo do mês o Departamento de Defesa dos EUA pagou um belo mico quando o Super Strypi, um novo foguete de sondagem deles entrou em Full Kerbal após ser lançado.
A diferença é que antes dos destroços chegarem no chão eles já sabiam o que havia dado errado, já devia ter gente no Autodesk Inventor corrigindo a falha e o estagiário já estava limpando a CNC pra começar a construir o próximo modelo. Aqui vamos chorar pitangas por meses, com um monte de gente explicando que somos pobres, EUA são malvados, patriotismo, talento nacional, etc. E nem um foguete de hobbystas conseguimos fazer.
Ainda não há vídeos do acidente brasileiro mas graças a nosso depto de computação gráfica científica conseguimos reproduzir uma simulação exata do lançamento mal-sucedido do VS-40: