quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Literatura brasileiro tem mais espaço entre títulos de não ficção

    Em termos de literatura somos bons em "não ficção" e em autoajuda e esoterismo. Ao menos é essa a tendência que emana das listas dos mais vendidos, semanalmente publicadas a partir de levantamento realizadas em livrarias das capitais e algumas de cidades do interior do Brasil, além das sete redes que mais vendem livros em lpojas virtuais no país.
    Edir Macedo com "Nada a perder" encabeça a lista do gênero. O grande arquiteto da Igreja Universal do Reino de Deus, IURD, há 13 semanas frequenta a lista de best-sellers brasileira. Pretende ir além fronteira. Tem fòlego para isso. Nas últimas sete semanas ocupa primeiro lugar entre os que mais vendem. O livro é o primeiro da trilogia biográfica do pastor que um dia foi preso e tranformou isso uma passagem fantástica,quqase bíblica, em sua história de vida. É o único título da editora Planeta a frequentar a lista dos mais vendidos.
    Entre os dez que mais têm despertado interesse de leitores está "Marighela - O guerrilheiro que incendiou o Mundo", título inflamado de Mário Magalhães da Companhia das Letras. A exumação do baiano e militante do PCB ocorre em som, imagem e poesia, um lado de Marighela enevoado pela tenacidade da resistência à ditadura militar no Brasil.
     Autor de "Minimanual do guerrilheiro urbano", livro que passa de mão a mão em  "400 contra um", filme sobre história embrionária do crime organizado na Ilha Grande, Marighela atrai a nova geração de leitores e cinéfilos pela mitificação bem capturada no rap e clipe de Mano Brown. Não há dúvida de que a história do guerrilheiro é a mais densa história entre os títulos de não ficção mais vendidos.
    Costumeiros da lista, Drauzio Varela reprisa um tema em "Carcereiros", inspirados em histórias tão tenebrosas quão as do presídio Carandiru. E temas mais palatáveis abordados por Martha Medeiros em "Um lugar na janela" (L&PM); Ana Beatriz Barbosa Silva e seu "Corações descontrolados" (Fotanar) e o "Diálogos impossíveis" de Luiz Fernando Veríssimo (Objetiva) recheiam a lista. Sobra espaço ainda para "A Queda" de Diogo Mainardi (Record).
    Entre os traduzidos para a língua mátria aparecem "One Direction-Biografia", enfoque de Danny White sobre a recente banda do Reino Unido 1D; o adocicado enredo de "Para sempre", baseado na vida real de Kim e Krickitt Carpenter (Novo Conceito) e  "Uma Breve História do Cristianismo",  de Geoffrey Blainey (Fundamento), livro para cair nas graças de mais de um bilhão de seguidores dos ensinamentos bíblicos no mundo.
    Com seus sugestivos títulos, os livros de autoajuda e esoterismo são por si só curiosos para quem gosta. "Quem pensa enriquece", de Napoleão Hill (Fundamento) está entre os que mais têm atraído compradores. Com título quase semelhante "Desperte o milionário que há em você, de Carlos Wizard Martins (Gente) está um pouco atrás em termos de venda. Estão, porém, na mesma lista frequentada há quase 400 semanas por "O Monge e o Executivo", de James Hunter (Sextante). Os padres Maercelo Rossi e Fábio Melo tem seu lugar entre os dez mais mais. Rossi com "Agapinho - Ágape para Crianças", autolante nas lojas de departamento, há meses como best-seller.   Mais modesto, Fábio de Melo emplacou esta semana "É Sagrado Viver" (Planeta) na relação dos que mais vendem nas poucas livrarias do país.
    Quando o assunto é ficção, perdemos feio para os tons do mundo cinza.