Denise Rothenburg
Nesta época do ano, todos os olhares se voltam para o setor de
turismo. Há um ano e três meses, o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) foi
escolhido entre seis colegas de bancada para assumir o ministério dessa
área em substituição a Pedro Novais, também do Maranhão. Novais terminou
fora do governo por causa das denúncias de desvio de função de
servidores da Câmara dos Deputados, publicadas em meio ao turbilhão que
se abateu sobre o Ministério do Turismo no ano passado, com a prisão de
36 pessoas dentro da Operação Voucher da Polícia Federal. Agora, quando o
governo parece ter conseguido finalmente colocar ordem na casa, a pasta
passou a ser novamente cobiçada pelos partidos.
O PTB, por
exemplo, não vê a hora de pleitear a retomada do cargo, perdido quando o
então ministro Walfrido Mares Guia foi descolado para a pasta de
Relações Institucionais. O PSD, de Gilberto Kassab, está no páreo. Se
houver a troca de pastas, o novo grupo encontrará toda a parte de
monitoramento da execução das emendas parlamentares gerenciada
diretamente pela Caixa Econômica Federal, que acompanha os serviços. As
obras decorrentes de emendas estão todas inseridas num programa
informatizado, que permite aos secretários e ao ministro saber a
programação financeira mês a mês, quanto foi efetivamente repassado e o
estágio de execução. Este ano, por exemplo, a liberação de recursos do
ministério foi recorde, R$ 1 bilhão.
As informações sobre liberação de recursos é o que mais chama a atenção dos parlamentares na hora de escolher onde aplicar as emendas ao orçamento. Este ano, o Turismo executou quase tudo o que foi liberado e deve fechar o ano com 99% empenhados e liberados. Isso ajuda a entender por que, para 2013, as emendas apresentadas ao Turismo só perderam em valores para áreas consideradas mais “ricas” — Saúde, que os pedidos ficaram na casa dos R$ 11,8 bilhões; Cidades, R$ 9,3 bilhões; e Educação, R$ 7 bilhões.
Transportes, uma área que na década passada era bastante concorrida em termos de emendas, concentrou para o ano que vem pedidos da ordem de R$ 5,6 bilhões, enquanto o Turismo ficou com R$ 5,3 bilhões. Ou seja, a pasta de Vieira é a quinta mais procurada pelos parlamentares na hora de decidir que área atender com a apresentação de emendas. Isso explica o apetite dos partidos pelo ministério.
Com a área de emendas em dia no Ministério do Turismo, o próximo passo, segundo as autoridades do setor, é convencer a presidente Dilma e a área econômica a criar o “PAC Turismo”, dentro da visão de que hotéis, restaurantes, bares, resorts terminam por movimentar toda a indústria, desde o setor têxtil até o de autopeças. O ministro Gastão Vieira não se cansa de repetir nas reuniões que nossa vantagem são os eventos — a Jornada Mundial da Juventude Católica e a Copa das Confederações, em 2013; a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 —, mas temos que preparar a infraestrutura para ter competitividade depois desse período.
Enquanto isso, no mundo real…
O problema é que, com essa dinheirama toda que deságua muitas vezes em ações mais modestas espalhadas pelos municípios, o turista não vê por que viajar pelo Brasil continua caro, em especial, para aqueles que não têm como planejar suas viagens de férias com bastante antecedência. Nada justifica o consumidor pagar quase R$ 5 mil por um trecho de viagem entre Brasília e Recife, por exemplo. A aposta de alguns é a de que o governo acabará fazendo com as companhias aéreas o que fez com o setor hoteleiro do Rio de Janeiro durante a Rio+20. Chamou e mandou baixar os preços. Afinal, nada justificava um quarto de hotel modesto custar em média R$ 600 a diária. Ali, deu certo.
Vamos ver se o mesmo vai ocorrer com o setor aéreo.
As informações sobre liberação de recursos é o que mais chama a atenção dos parlamentares na hora de escolher onde aplicar as emendas ao orçamento. Este ano, o Turismo executou quase tudo o que foi liberado e deve fechar o ano com 99% empenhados e liberados. Isso ajuda a entender por que, para 2013, as emendas apresentadas ao Turismo só perderam em valores para áreas consideradas mais “ricas” — Saúde, que os pedidos ficaram na casa dos R$ 11,8 bilhões; Cidades, R$ 9,3 bilhões; e Educação, R$ 7 bilhões.
Transportes, uma área que na década passada era bastante concorrida em termos de emendas, concentrou para o ano que vem pedidos da ordem de R$ 5,6 bilhões, enquanto o Turismo ficou com R$ 5,3 bilhões. Ou seja, a pasta de Vieira é a quinta mais procurada pelos parlamentares na hora de decidir que área atender com a apresentação de emendas. Isso explica o apetite dos partidos pelo ministério.
Com a área de emendas em dia no Ministério do Turismo, o próximo passo, segundo as autoridades do setor, é convencer a presidente Dilma e a área econômica a criar o “PAC Turismo”, dentro da visão de que hotéis, restaurantes, bares, resorts terminam por movimentar toda a indústria, desde o setor têxtil até o de autopeças. O ministro Gastão Vieira não se cansa de repetir nas reuniões que nossa vantagem são os eventos — a Jornada Mundial da Juventude Católica e a Copa das Confederações, em 2013; a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 —, mas temos que preparar a infraestrutura para ter competitividade depois desse período.
Enquanto isso, no mundo real…
O problema é que, com essa dinheirama toda que deságua muitas vezes em ações mais modestas espalhadas pelos municípios, o turista não vê por que viajar pelo Brasil continua caro, em especial, para aqueles que não têm como planejar suas viagens de férias com bastante antecedência. Nada justifica o consumidor pagar quase R$ 5 mil por um trecho de viagem entre Brasília e Recife, por exemplo. A aposta de alguns é a de que o governo acabará fazendo com as companhias aéreas o que fez com o setor hoteleiro do Rio de Janeiro durante a Rio+20. Chamou e mandou baixar os preços. Afinal, nada justificava um quarto de hotel modesto custar em média R$ 600 a diária. Ali, deu certo.
Vamos ver se o mesmo vai ocorrer com o setor aéreo.