terça-feira, 16 de março de 2021

Sem agenda de shows bandas de forró se desfazem do patrimônio

Banda coloca ônibus à venda

 Asfixiados pela pandemia e paralisados pela suspensão das agendas de shows, as bandas de forró do Nordeste estão se desfazendo de parte de seus patrimônios.  A crise atinge novos e também os mais antigos. Músicos conhecidos do público nordestino como Junior Vianna, tiveram que se desfazer de parte de seus bens para cobrir despesas. Vianna vendeu cabeças de boi e veículos para pagar dívidas.

O cantor pernambucano Zé Vaqueiro que vinha embandeirando sucessos no universo do forró foi atingido em cheio pela crise. O autor de “Vem me amor”, interpretada por outros tantos artistas, faz parte do casting de XandAvião, outro também combalido pela crise. Acossado, Avião demitiu neste mês de março parte dos seus funcionários. Músicos e funcionários foram rifados da folha de pagamento. A suspensão de projetos como Avião Fantasy atingiu o bolso do forrozeiro.

A cantora Kátia Cilene, conhecida do público maranhense, também fez corte no patrimônio. Colocou dois ônibus para venda. "São dois carros revisados e prontos para rodar o Brasil. Segurança e Conforto. O Busscar ano 2000, motor Mercedes 04000 com 28 poltronas leitão. Outro MAercopolo Mercedes o500, ano 2008", ofereceu a produtora da artista em sua rede social.

Completando quase 30 anos de estrada, a Brasas do Forró está colocando um ônibus para venda.  Desde o início da pandemia a Brasa já queimou um caminhão, um carro particular e um terreno para honrar compromissos financeiros da banda. O empresário Ivanildo Tavares não tem perspectiva de voltar à estrada ainda em 2021. “Pela projeção vai se o ano novamente parado”, diz.

Com o São João ainda pendente no calendário das prefeituras, as bandas ficam seu maior evento para faturar. Bandas como a Brasas do Forró chegam a fazer até 32 shows no período junino pelo Nordeste. No período normal, fazem até 10 por mês.