A precariedade da saúde no Maranhão é escandalosa. As estatísticas que fazem a conta do caos na área não se limitam à rede pública. O estrangulamento no setor privado, também é visível. Horas de espera nas salas de espera, enfrentadas por pacientes amarrados a planos de saúde. Estes, um agente complicador do quadro. Embora seja uma parcela pequena que tenha plano, vira multidão diante da rede miúda. Por abocanhar um boa fatia dos planos com contrato de empresas, o Hospital São Domingos, de porte mediano, derruba todos os números dos Socorrões, por mais robustos este sejam.
Seguranças no Hospital São Domingos |
Na noite de terça-feira,7, os ânimos eram graves em uma das salas de espera do hospital. Três médicos de plantão, irrisório para o tanto de clientes, clinicavam a torto e a direito. O estopim da cena que beirou a sangrenta foi a demora em atender uma cliente com direito de prioridade. Descumprimento de prioridades, principalmente em relação a idosos e o tiquinho de médicos são sintomático nos hospitais privados.
Pacientes em protesto na sala de espera do São Domingos |
Um senhora acompanhante ameaçava: "Vou chamar a televisão". Deixou o hospital sem receber atendimento. Como estabelecimento comercial, bom seria que os hospitais fossem também obrigados a deixar visível o Código do Consumidor. Há instruções de prioridades em banners, explicando o sistema de cores adotado no atendimento. Vermelho vai primeiro, e na sequência segue-se amarelo, verde até os que ficam por último. A sinalização é universalizada nos hospitais privados, com diferença de detalhamento.
Indignação na sala de espera do Hospital São Domingos |
Na semana passada, funcionários do Hospital UDI cruzaram os braços, forçando uma negociação sobre perdas salariais. Na madrugada de quarta-feira,8, o doutor Virgulino desempenhava solitariamente seu papel quixotesco.
O hospital atende a família Sarney, amigos destes e o público pagante de planos. Comentário de bastidores especula sobre a participação do filho do senador José Sarney entre acionistas. Um deles passou pela prefeitura de Penalva, município da Baixada Maranhense com baixo IDH.
De fora deste rol de planos pagos em boa parte dos hospitais privados está a UNIMED São Luís, comercializado pela seguradora para pessoas físicas. No Maranhão, a UNIMED enfrenta uma batalha judicial entre médicos e diretoria. Sobra prejuízos pra tudo quanto é lado. Tanto assim que um prédio que seria um hospital deteriora-se sem utilidade.