O professor da UFMA, Euclides Moreira Neto, lotado no Departamento do
curso de Comunicação Social, dias desses revelou em sala de aula (coisa rara em
sua carreira de docente) que estava escrevendo um livro sobre a não realização
do carnaval de passarela em 2013. O foco do livro será o prefeito de São Luís
Edivaldo Holanda Júnior, apontado pelo professor como responsável pelo hiato.
Os alunos reagiram com muxoxos.
Uma boa página de livro daria a passagem de Euclides
Moreira Neto pela Fundação Municipal de Cultural, FUNC. Aliados com os Frota, o
professor protagonizou o maior desmando na história da fundação que teve como
gestores o teatrólogo Aldo Leite, o jornalista Luis Pedro, o historiador
Ananias Martins e seu antecessor: o decorador Adilson .
Em quatro anos da suposta denominada gestão,
Euclides Moreira Neto desmontou o Circo da Cidade para satisfazer os caprichos
eleitoreiros do ex-prefeito João Castelo e o delirante projeto VLT no aterro do
Bacanga; deixou de pagar o aluguel da Morada das Artes, na rua Afonso Pena,
desde o início de sua gestão; abandonou o Centro de Arte Japiçu, no Diamante,
única escola de artesanato do município; e, com o auxílio luxuoso do IPHAN e da
Fundação Municipal do Patrimônio, FUMP, entregou o Teatro Municipal
Cidade de São Luís (antigo Cine Roxy) como uma arapuca montada ao
sucessor. Caso continuasse, estava pronto para aditivar a obra que aos cofres
públicos custou a bagatela de R$ 1,2 milhão.
Não bastasse esse rosário de irresponsabilidades,
deixou de honrar todos os compromissos com o concurso literário Cidade de São
Luís, não pagou dezenas de artistas contratados para eventos como da Feira do
Livro, por exemplo, e tantas outras dívidas que somadas superam o orçamento
anual da Func para 2013 de R$ 3 milhões.
Ao sentar na cadeira de presidente da FUNC, Chico
Gonçalves mensurou o desastre, mas sem a precisão da realidade. Pouco a pouco lhe
foram batendo à porta os descalabros administrativo-financeiros. Convênios de
mão única. Muitos destes, na mais ingênua suposição, afanados em conluio com
agentes públicos, sem nenhuma prestação de contas. Enfim, irregularidades ad
infinitum.
A mais nova agrura do presidente Francisco Gonçalves
será deixar o prédio da Fonte do Ribeirão. Prestes a ruir, como o recém-reformado
Teatro Municipal Cidade de São Luís. Ainda em negociação, o novo endereço da
FUNC deve ser a avenida Beira-Mar.
Realmente, a passagem de Euclides Moreira Neto pelo
FUNC, usando de uma expressão pobre, daria um livro.