Nas
duas conversas que dois maranhenses mantiveram com a presidenta Dilma Roussef (PT)
este ano, numa delas foram expostos problemas na Saúde, área que o governo do
estado dá vivas esturrando dinheiro; e em outra, ficou patente a armação dos
carros pipas que a Caema adotou em São Luís, em maio de 2012, a propósito de
suprir a falta d´água na ilha. Os interlocutores não foram nem Sarney, nem Lobão, nem Roseana, nem Washington, muito menos Edivaldo Holanda Jr.
Operação Carra Pipa no incêndio do Hospital do Ipem |
Foram o estudante Gildásio Brito,22, e o
professor Patrick Cabral da Silva,30, ambos do município de Barra do Corda,
participaram da Conversa com a presidente (coluna semanal publicada em jornais desde fevereiro de 2011), através de cartas enviadas
pelo jornal O Estado do Maranhão, fundado pelo Senador José Sarney e o poeta
maranhense Bandeira Tribuzi, um dos 179 cadastrados no país.
Gildásio e Patrick formularam perguntas sobre planos para melhoria da
saúde pública e ações de combate à seca no Nordeste neste ano de estiagem. “A
situação da saúde é muito triste. O que a senhora está planejando para melhorar
a saúde pública no Brasil?”, perguntou o estudante ampliando o horizonte de
problemas. Na resposta a presidente (a, para os petistas e aliados), fala do
aumento no volume de investimento, cita a implantação do programa de atenção
domiciliar, o Melhor em Casa; faz referência ao Rede Cegonha de planejamento
familiar e atenção à gestantes e infância, e na contenção de desvios dos recursos
do programa Saúde não tem preço. São programas ofuscados no estado pelo
calendário de entrega de obras de construção de hospitais. Problemas na saúde
jamais foram citados pelo candidato do PT a prefeito de São Luís, Washington
Oliveira.
Em resposta ao questionamento do professor Patrick sobre a solução para
a falta d´água decorrente da estiagem, a presidente informa que destinou R$ 164
milhões para a Operação Carro Pipa. O dinheiro deveria ser aplicado na
mitigação dos efeitos da seca. Iniciada
em São Luís em maio, a operação dos carros pipas com previsão de durar cinco
meses, desde início de setembro foi encerrada.
O problema jamais foi citado pelo candidato do PT a prefeito de São
Luís, Washington Oliveira.
Desde quando iniciou a Conversa com a
presidenta, em fevereiro do ano passado, somente as duas perguntas foram
enviadas à chefe do Executivo, Dilma
Rousseff (PT). Populações de três estados ainda não “conversaram” com a
presidenta: Mato Grosso do Sul, Rondônia e Amapá, estado pelo qual o senador
José Sarney (PMDB) se reelegeu em 2006.
Perguntas e respostas da presidente
aos maranhenses:
Gildásio Brito, 22 anos, estudante em
Barra do Corda (publicada em 08.05.2012)– A
situação da saúde é muito triste. O que a senhora está planejando para melhorar
a saúde pública no Brasil?
Presidenta Dilma – Nós já adotamos várias medidas para
a melhoria dos serviços de saúde, Gildásio, e não vamos parar por aí. Desde o
ano passado, por exemplo, estamos investindo R$ 550 milhões em cirurgias não
urgentes. Implantamos o programa de atenção domiciliar, o Melhor em Casa.
Lançamos o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção
Básica para avaliar o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e
poderemos até dobrar os recursos de custeio para aquelas que cumprirem metas na
qualificação do trabalho das equipes de saúde. Criamos a Rede Cegonha, que
garante cuidados que vão desde o planejamento da gravidez até o segundo ano de
vida da criança. Atualmente 2.731 municípios já iniciaram o processo de adesão
com previsão de atendimento de 1,58 milhão de gestantes em todo o país.
Lançamos o Programa Nacional de Fortalecimento das Ações de Prevenção,
Diagnóstico e Tratamento do Câncer de Colo de Útero e de Mama, que em 2011
realizou 3,9 milhões de exames de mamografia e 11,3 milhões de exames de
Papanicolau. Aprimorando a gestão do SUS e adotando medidas de combate ao
desperdício, conseguimos triplicar a oferta gratuita de medicamentos para
hipertensos e diabéticos pelo programa Saúde Não Tem Preço, e economizar, em
2011, mais de R$ 1,7 bilhão na aquisição de remédios e insumos. São grandes
vitórias que demonstram que estamos no caminho certo.
Patrick Cabral da Silva, 33 anos,
professor em Barra do Corda (publicada em 22.05.2012) – Sou
nordestino e nunca tinha visto uma escassez de água como a atual. Que ações o
governo está implementando para ajudar a região?
Operação Carro Pipa em caminhao de combustível |
Presidenta Dilma – De fato, Patrick, esta estiagem
pode tornar-se uma das mais graves dos últimos 30 anos, afetando mais de mil
municípios. Por isso, vamos investir R$ 2,7 bilhões para mitigar os efeitos da
estiagem, assim como, antecipar as metas do programa Água para Todos.
Instalaremos 32 mil cisternas de consumo, 2,4 mil sistemas simplificados de
abastecimento, 1,2 mil barreiros e vamos recuperar 2,4 mil poços. Outros R$ 164
milhões serão destinados à Operação Carro Pipa, para a distribuição de água
potável. Os agricultores familiares afetados receberão R$ 680,00, em cinco
parcelas, caso estejam cobertos pelo Programa Garantia Safra, ou R$ 400,00 no
âmbito do programa Bolsa Estiagem, também em cinco parcelas. Criamos uma linha
de crédito facilitado para produtores rurais e agroindustriais de municípios em
situação de emergência. Para os pequenos produtores, o limite de crédito varia
de R$ 2,5 mil a R$ 12 mil reais, com juros de 1% ao ano. Para os médios e
grandes produtores e agroindustriais, o limite de crédito é de R$ 100 mil, com
juros de 3,5% ao ano. Continuamos também realizando obras estruturantes na
região que, apenas no âmbito do Ministério da Integração Nacional, somam R$ 16
bilhões, de 2007 a 2015. Esses projetos vão garantir a oferta de água de forma
mais estável e permitir que os nordestinos tenham cada vez mais condições de
conviver com as condições hidrológicas do semiárido.
De onde conversaram com a presidente:
RS,PR,SC,SP,RJ,ES,MG,GO,DF,TO,MT,BA,PE,SE,AL,RN,PB,CE,PI,MA,PA,AM,AC,RR ,Pequim(China),(Xapuri),Miami (Flórida –
EUA).
Quem ainda não conversou:
MS,RO,AP.Dos três, só Mato Grosso do Sul possui jornal cadastrado.