BRASÍLIA – O governo praticamente zerou os recursos do Orçamento para a famílias de baixa renda (até R$ 1,8 mil) do programa Minha Casa Minha Vida, que foi reformulado. A verba, inicialmente projetada em R$ 1,540 bilhão, caiu para R$ 27 milhões na lei orçamentária, publicada nesta sexta-feira.
A consequência será a paralisação de 250 mil unidades em obras em todo o país, segundo a Associação Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic).
Muitas dessas obras estavam paralisadas e foram retomadas pelo ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Rogério Marinho. Além de prejudicar os mais pobres, o corte afetará as construtoras responsáveis pelos empreendimentos, já atingidas pela alta nos custos da construção civil, disse o presidente da Cbic, Jose Carlos Martins.
Segundo ele, a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, quis dar o troco em Marinho, considerado seu desafeto.
— Está claro que houve uma retaliação do Guedes ao Marinho — afirmou Martins. A pasta comandada por Marinho foi uma das mais afetadas nos cortes no projeto orçamentário aprovado pelo Congresso.
O programa Minha Casa Minha Vida, criado na gestão petista, foi rebatizado pelo atual governo de Casa Verde e Amarela. A faixa de renda mais baixa (faixa 1) deixou de existir, mas havia promessa de dar continuidade às obras que foram paralisadas.
As famílias beneficiadas praticamente ganham o imóvel, pagando apenas prestações simbólicas. A fonte de recursos é o Orçamento da União que abastece o Fundo de Arrendamento Residencial (FAR).
Nas faixas de renda superiores, o programa não será afetado porque os recursos para os empréstimos são originários do FGTS.