segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O Dia do Livro em um país de poucos leitores

* Ednilson Xavier
    Neste dia 29 de outubro comemoramos o Dia Nacional do Livro, criado em 1810, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para o Brasil e então fundada a Biblioteca Nacional. De lá pra cá muita coisa mudou, a leitura e o saber que eram disponibilizados apenas para os mais privilegiados chegou a todos e a paixão pela leitura ainda persiste, com o mesmo entusiasmo e com o acesso muito mais democrático. Mas muito ainda temos pela frente.
    Temos debatido nos últimos meses os índices de leitura apresentados pelas as mais diversas entidades relacionadas ao livro. Em todas elas constatamos o decréscimo no número de leitores em nosso país. O compromisso do livreiro com a sociedade a qual ele atua, o leva sempre a perguntar: o que fazer?, que atitudes devemos tomar diante desses preocupantes índices? Extrapolando o compromisso do livreiro o que nós, sociedade civil, devemos fazer para transformar essa realidade cultural da nossa cidade? É nítido que a concentração do mercado editorial e livreiro nos grandes centros faz com que diversas cidades brasileiras não tenham acesso ao livro com tanta facilidade.
    Se essa não é a única causa, com certeza essa concentração está também na raiz dos baixos índices de leitura em nosso país.É nesse sentido que se faz necessário a realização de eventos literários em seus mais diferenciados portes. A ideia de se dar mais acesso à leitura aos quatro cantos do país é, sem dúvida, uma atitude para ser aplaudida.
    A ANL - Associação Nacional de Livrarias apoia estes evento, pois entendemos que os eventos literários são oportunidades singulares para o intercâmbio entre o universo da palavra impressa e digital e sua comunidade em todos os seus setores, mas principalmente, o educacional." E, estar presente nos principais eventos culturais ligados ao livro, é uma atividade que deve fazer parte do dia-a-dia do livreiro.Cada feira, cada bienal, deve ser entendida como oportunidade única de fomento à leitura e consequente divulgação da sua Livraria, editora ou distribuidora para o público local.
    Pesquisas localizadas constatam que quando uma Feira de livro chega a uma determinada região, existe de imediato uma maior procura pelo livro e consequentemente estímulo a abertura de novas Livrarias.Os ganhos com a realização da feira são visíveis e ampliam muito o potencial tanto do mercado editorial, como também do mercado livreiro local. Sabendo aproveitar os bons relacionamentos estabelecidos com suas respectivas editoras parceiras, o livreiro estabelecido na cidade em que se realiza a feira, poderá fortalecer e muito a sua ligação com o leitor. Não há dúvida de que o fortalecimento dessa conexão com o leitor pode contribuir para que possamos melhorar nossos índices de leitura, elevando-os para patamares muito mais elevados.
* Ednilson Xavier, executivo na área de livrarias há 32 anos é presidente da Associação Nacional de Livrarias (ANL). www.anl.com.br