JOÃO
PEDRO PITOMBO
DE SALVADOR
DE SALVADOR
18/09/2016 02h00
Dois anos após
perder o governo do Maranhão para Flávio Dino (PC do B), o grupo político do
ex-presidente José Sarney (PMDB) chega às eleições municipais dividido entre os
quatro principais candidatos à Prefeitura de São Luís.
Sem um nome
competitivo para disputar as eleições na capital, o grupo do ex-presidente viu
o PMDB lançar a candidatura do vereador Fábio Câmara para a prefeitura
A candidatura,
contudo, foi lançada à revelia de caciques do partido, como a ex-governadora
Roseana Sarney e o senador Edison Lobão. O resultado das disputas internas foi
uma fragmentação.
Tradicionalmente
ligado ao PMDB no Estado, o PV do ministro Zequinha Sarney (Meio Ambiente)
optou pela candidatura da deputada federal Eliziane Gama (PPS), que cresceu na
política como opositora dos Sarney.
O empresário Wellington do Curso, do PP, recebeu o apoio de outra parte da família: o deputado estadual Edilázio Júnior (PV), genro de Ronald Sarney, que é irmão do ex-presidente.
O empresário Wellington do Curso, do PP, recebeu o apoio de outra parte da família: o deputado estadual Edilázio Júnior (PV), genro de Ronald Sarney, que é irmão do ex-presidente.
Já Gastão Vieira,
ex-ministro do Turismo no governo Dilma Rousseff e candidato derrotado ao
Senado em 2014, apoia a reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT),
aliado do governador Flávio Dino.
Aliados afirmam que
José Sarney não se movimentou nos bastidores por uma unidade do grupo. "Se
houvesse diretriz, defenderíamos todos o mesmo candidato. Mas o presidente
Sarney não deu um pitaco", afirma Lobão Filho, candidato a governador pelo
PMDB derrotado em 2014 e filho do senador Edison Lobão.
Na pré-campanha, os
aliados dividiram-se entre os que defendiam a candidatura própria do PMDB e os
que queriam apoiar candidatos de outro partido.
A Folha apurou
que Roseana Sarney foi uma das que não queria candidatura própria e teria
defendido apoio a Eliziane Gama ou Wellington do Curso.
O senador
peemedebista João Alberto referendou a candidatura de Fábio Câmara, que acabou
tendo maioria no diretório municipal.
Lobão Filho também
criticou a opção pela candidatura própria. Agora, afirma que ainda não decidiu
se apoiará o colega de partido ou se optará pelo "voto útil" em
Eliziane Gama.
"Os dois são
candidatos preparados, com boas ideias", diz. Sua mulher, a apresentadora
Paulinha Lobão, contudo, já anunciou publicamente apoio da família à candidata
do PPS.
Uma das principais
aliadas da ex-senadora Marina Silva, Eliziane chegou a se filiar à Rede, mas
acabou indo para o PPS, seu antigo partido, em busca de mais alianças.
ISOLADO
Primeiro candidato
do PMDB em São Luís que cresceu fora da órbita do grupo de Sarney, Fábio Câmara
não teve nenhuma manifestação de apoio ex-presidente ou de Roseana Sarney.
"Por incrível
que pareça, eles estão com todo mundo, menos comigo. Faço parte, mas não me
sinto do grupo", diz Câmara, que começou no PMDB como auxiliar de serviços
gerais, limpando banheiros da sede do partido.
Mesmo com
adversidades, o peemedebista diz não se sentir intimidado. "Os caciques
estão ficando presos em sua própria história. Eles não têm mais base política,
estão desconectados", diz.
Pesquisa Ibope divulgada na
quarta (14) mostrou Fábio Câmara com 3% das intenções de voto. O líder é
Edivaldo Holanda, com 37%.