O delegado da Delegacia de Polícia Civil de São José de Ribamar
encontrou uma forma de reduzir a estatística de violência no município da
região metropolitana de São Luís. Como norma de acesso ao público, o novato
delegado Jader, proibiu o acesso de pessoas que estejam trajando bermuda,
short, roupa de praia e congêneres. Inúmeras plascas impressas - numa repartição que reclama sempre falta de recursos mínimos - avisam a proibição.
O conceito de formalidade na indumentária imposto por Jader contrasta
com o ambiente e vocação da ‘balneária” São José de Ribamar. Para casos de
furtos e roubos envolvendo turistas, incautos de passagem pela cidade, a
proibição de Jader rebaixa estatísticas significativas. O entendimento do
delegado de que os trajes proibidos estão em desacordo com o cerimonial exigido
pelo órgão de segurança pública é, para dizer o mínimo, estapafúrdio.
A regra tem funcionado também como barreira para as inúmeras vitimas da
falta de segurança pública, sistema no município sob a responsabilidade do
delegado. Muitas pessoas têm evitado fazer o boletim de ocorrência,
contribuindo para que este se refestele em aparente competência. Na cidade,
casos de roubos e furtos são mais frequentes que as enchentes e vazantes das
marés da baía de São José.
Há poucos dias, moradores de comunidades um pouco distantes da
delegacia situada na rua da avenida, como Itapary e Panaquatira, deixaram de
contar com a Ronda da Comunidade. Duas viaturas que serviam na ronda foram
engolidas pela maré no Panaquatira. Segundo explicaram os policiais, a
incidente ocorreu durante a perseguição a criminosos que agem na área.
Na tentativa de resgatar os carros, os policias sujaram as fardas. Bastante comuns são os relatos de pessoas que ficaram semi-nuas após serem assaltadas em ruas movimentadas da cidade.