sábado, 13 de julho de 2013

Maranhão não tem um leito do SUS para tratamento de crianças e adolescentes com doença mental

     Há quatro anos desativado o Conselho Estadual de Combate às Drogas corre agora atrás do leite derramado. Além do combate ao crack, epidemia nacional crescente, a luta por uma vida saudável tem carência de substância. A promotora da Saúde, Glória Mafra, passou a integrar o conselho após a reinstalação em março passado, empreende uma batalha pela conduta que preserve crianças, jovens e idosos de dependências. 
    Nos 217 municípios do Maranhão não há sequer um leito infanto-juvenil direcionado para internação de paciente com saúde mental. Várias ações judicializadas no estado tentam reverter o quadro tenebroso. "Estamos agora fazendo o inverso para mudar essa desassistência, engajando a sociedade civil, por entender que não só essas ações resolvem", afirma a promotora. Essa desassistência se adensa na área da droga. A inauguração de um CAPSi (Centro de Atendimento Psicossocial) pela prefeitura de São Luís será um passo importante para assistência da saúde mental que carece ainda de CAPS AD (Álcool e Drogas) inexistentes na capital e demais municípios do estado.
    Glória Mafra faz parte do Fórum Nacional de Combate às Drogas e confessa preocupação com o foco concentrado apenas no crack."Isso é perigoso. Conheço mães que dizem: graças a Deus meu filho só bebe. A questão é, quaisquer substância que entra no corpo humano e faz ele funcionar de forma diferente é perigosa. Falamos de drogas não no contexto da proibição, mas da vida saudável", alerta.
    Em 2014 uma grande mobilização nacional vai chamar atenção para casos até então fora do foco de combate. Casos como a Síndrome Alcoólica Fetal,SAF, doença que acomete as grávidas, completamente fora das estatísticas das enfermidades provocadas pelas drogas. Crianças nascendo com transtorno mental graves em razão da mãe consumir álcool é uma realidade crescente no Maranhão.
    "Isso não se informa porque a publicidade do álcool, o lobby do álcool é maior", acusa a promotora Mafra. A vinculação a atos compulsivos é combatida pela promotora de justiça.Apela até mesmo para a espiritualidade para conter o avanço das drogas, entre jovens e idosos.
    A realização de uma inédita conferência livre é proposta pela promotora Glória Mafra. A desassistência reflete a paralisação do SUAS, Sistema Único de Assistência Social, inoperante em comparação ao SUS, por exemplo. 
    "As mulheres precisam tomar conhecimento sobre essa doença. Isso não se informa é porque a publicidade, o lobby do álcool é maior. Temos hoje pessoas com dependência grave de crack, assim como de Internet e celular. A compulsão do ser humano não ficar vinculada ao ato que ele faz por impulsão", defende a promotora Mafra.