domingo, 15 de julho de 2012

Candidatos evitam levantar a bandeira contra compra de voto para estabelecer o vale-tudo


Não ouvi ainda neste início de campanha algum candidato de situação, oposição esquerda, direita, centro ou alhures, às eleições majoritárias ou proporcionais, nenhum libelo sobre a compra de votos, principal origem de administrações desastrosas pelo país afora. Nesse caso vale então o quem cala consente.
A compra de votos se exprime em suas várias formas. O abuso econômico é o vetor mais evidente através do uso da máquina pelos que estão sentados no comando administrativo.
Primordialmente, caberia ao Ministério Público Eleitoral fiscalizar a prática abominável,  atuando de ofício. Portanto, dispensando a provocação de interessados diretos, indiretos ou tangenciados de alguma forma. Lamentavelmente não é o que se observa no processo. Resta então à sociedade o papel de zelar pela decantada lisura do dito cujo.
No contexto eleitoral a sinonímia da palavra tem significado antônimo. Instaura-se então o vale-tudo. Para isso, se insufla o clima de guerra entre candidatos, por extensão contagiando maciçamente o eleitoral em intensidade diretamente proporcional ao nível de escolaridade e dependência do setor público ou máquina administrativa.
Extrapolam até mesmo as sagradas esferas administrativas e se alojam no setor privado, quando este tem relação de dependência institucional com a administração. Aí a máxima do discurso puído, “o cidadão mora é no município, e não no estado ou União” , de maneira fictícia se concretiza, exemplarmente, negando, sobremaneira, o espiral cujo polo inicial supostamente acaba sendo a menor unidade do estado.
Vencer a eleição com o vale-tudo, como se ensaia nesta fase inicial da campanha, acarretará seqüelas insanáveis aos governos constituídos com uso de métodos escusos e ilicitudes de toda ordem.
No Maranhão, as eleições são ninhos de serpentes, gestando a olho nu monstros medonhos como agiotagem contumaz e outras mazelas repugnantes. Os governadores que se valem de tudo para chegar ao poder, com raríssimas exceções ratificadoras da regra, tornam-se sujeitos maniteados, submissos e, sobretudo, corruptos.
Melhor então prometer que envenenar o espírito de corpo político. A compra de voto é mais comum que o santinho nas eleições brasileiras, isso tanto dos centros urbanos como nos rincões. São Luís, a athenas brasileira está inoculada por este mal de maneira visível nos últimos pleitos. Da ilha rebelde, resta pouca cantaria.