sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Poema do dia - SousÂndrade

Canção e Cusset, de Harpas Selvagens


 "Se fosses, moreninha, sempre bela,

Tão bela como és hoje nesta idade,

Eu fora exp’rimentar se amor perdura,

Te amando muito.


Eu sei que amor existe enquanto brilha

A flor da mocidade resplandente;

Porém, que logo morre, quando os anos

A vão murchando.


O sonho que de noite nos embala

Em vagas estranhezas não sonhadas,

Apaga-se com o sol — rompendo as nuvens,

Ele é qual é:


Não sabes, moreninha, que os amores

São astros deste céu do nosso tempo?

É noite que, passando, além d’aurora

Deixa a lembrança?


Não quero pois amar, sentir não quero

A dor que sempre dói, que sempre dura

Daquilo que passou tão docemente

E tão depressa!"


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