Canção e Cusset, de Harpas Selvagens
"Se fosses, moreninha, sempre bela,
Tão bela como és hoje nesta idade,
Eu fora exp’rimentar se amor perdura,
Te amando muito.
Eu sei que amor existe enquanto brilha
A flor da mocidade resplandente;
Porém, que logo morre, quando os anos
A vão murchando.
O sonho que de noite nos embala
Em vagas estranhezas não sonhadas,
Apaga-se com o sol — rompendo as nuvens,
Ele é qual é:
Não sabes, moreninha, que os amores
São astros deste céu do nosso tempo?
É noite que, passando, além d’aurora
Deixa a lembrança?
Não quero pois amar, sentir não quero
A dor que sempre dói, que sempre dura
Daquilo que passou tão docemente
E tão depressa!"
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