Certamente iremos encontrar dezenas, talvez até centenas de respostas, mas qual delas é de fato a verdadeira? Fomos aplicando está palavra aleatoriamente em tudo que víamos pela frente, houve tempos que ela soava até com uma certa distinção, dando a entender que uma pessoa com cultura era uma pessoa bem relacionada socialmente.
Confesso que ando meio cismado com sua real importância, ou talvez queremos aplicar uma nova cultura na existente. Os shows realizados com atrações apelativas costumam agradar muito mais o público. Pra lá a multidão se dirige e se divertem, não pense que vai só pessoas bobas, vai todo mundo. Então, não será esta a nossa verdadeira cultura?...Se o povo vai ao delírio nestas apresentações e dão as costas ao trabalho sério, bem elaborado.
Como posso afirmar que meu trabalho é cultural se 99% dos habitantes de minha cidade desconhecem a minha produção e nem sequer se mostram interessados em conhecer. É justo eu dizer que ele é cultural? Quando a palavra designa aquilo que faz parte das pessoas. Evidente que meu trabalho está fora dessa classificação.
Embora a cultura seja um processo dinâmico, me parece que ela precisa passar pela mídia para que o povo possa apreciar. Esse é o caminho natural apontado pelas regras do mercado. Um segundo caminho seria possível se os gestores tivessem compromisso verdadeiro com os artistas de sua terra. Primeiro colocando na pasta pessoas competentes e seguras da responsabilidade para com o cargo, depois desenvolvendo atividades juntos com a educação.
É lá nas escolas que encontramos um público capaz de mudar essa realidade, de se transformar no futuro numa plateia que saiba discernir o sofisticado do grotesco. A própria cultura precisa ser inserida na metodologia de ensino, tornando-se parte fundamental das instruções educacionais. Para que a produção dos artistas possam, enfim, influenciar na construção cultural. Somente assim teremos êxito, derrotando essa mídia interesseira acionada por um mercado cada dia mais sedento de lucro. Z T