Presidente da Associação dos Batedores de Açaí de Parauapebas, distante 851 quilômetros de São Luís, Werbert Ribeiro, é um maranhense da colônia que se migrou para a cidade nos últimos 30 anos. Fundado em 1988, o município situado no sudoeste do Pará, tem uma das maiores colônia de maranhenses do país. Desse grande número de maranhenses derivou o nome de um bairro da cidade habitada por migrantes de todo país.
Werbert Santana: associação de Açaí |
Sem nenhum incentivo governamental assiste à expansão das vendas,
graças à interação entre os associados. O auge da safra acontece em agosto. A
produção ganha mercado com mais força a partir do mês de maio.
No início o movimento migratório de maranhenses em direção à
região tinha como principal atração o eldorado que o Carajás ensejava. Em plena
ebulição a mina de ouro de Serra Pelada era o ímã dos aventureiros. Passada
para a Vale e quase exaurida, a mina deixou de ser o destino das hordas de
migrantes. No século XXI, é a
oportunidade de emprego que impulsiona os maranhenses para transpor os limites
territoriais do estado.
Em Parauapebas, o encontro com os maranhenses se inicia no
terminal rodoviário. A funcionária da cafeteria tem vaga recordação da infância
no Anjo da Guarda, em São Luís. Pegou o trem da Estrada Ferroviária de Carajás
na estação próxima à sua casa e se mudou para o Peba. Maria da Paz encontrou o
marido na cidade paraense com quem teve duas filhas. Saudade mesmo é das
praias.
Getúlio Vargas, locutor da Correio FM
Getúlio Vargas, locutor da FM Correio (99,1 Mhz), uma
emissora de rádio pertencente a uma rede que se estende por Marabá,
Curionópolis, Altamira e outras cidades
da região, está na estatística desta diáspora de maranhenses. Divide a locução
com a jornada de trabalho de 16 horas na Serra como mecânico.
Nascido em Lago da Pedra, Getúlio Vargas se mantém sempre
atualizado das coisas que acontecem em seu estado natal. Com apenas dois anos
em Parauapebas conseguiu fazer um grupo numeroso de amigos e admiradores com o
programa Show da Cidade, apresentado aos sábados, das 9 ao meio-dia. Atende
pedidos de música, entrevista personalidade de alto ibope, e agita a galera com
dicas de festas além das amenidades que o sábado permite.
Prefeito de Parauapebas diz que provocou “ciúme no país”
Darci Lermen, prefeito do "maior churrasco do mundo"
O prefeito de Parauapebas, Darci Lermen (MDB), se destacou
no noticiário nacional depois de queimar toneladas de carnes na comemoração dos
34 anos de criação do município situado no sudoeste do Pará.
“Precisávamos fazer alguma coisa para que o mundo nos
enxergasse. E para você ser visto de longe, se você não fizer uma coisa grande,
não gera interesse. E então nós fizemos o maior churras do mundo com mil e
duzentos costelões e a partir dele conseguimos nos projetar na sociedade”,
explica o prefeito Lermen.
Nascido em Santo Cristo, uma cidade de pouco mais de 14 mil
habitantes no estado do Rio Grande do Sul, o prefeito Lermen tem apoio de quase
toda a câmara dos 15 vereadores de Parauapebas. Como única voz da oposição, o
vereador Aurélio Goiano tem esperneado e sobe o tom para conquistar uma vaga na
Câmara dos deputados.
Lermen foi notificado pelo Ministério Público do Estado do
Pará para explicar a fonte de recursos para realização do autodenominado “maior
churrasco do mundo”.
“O Ministério Público tem todo o direito de perguntar. A
investigação não é uma condenação. Aliás, eles têm de perguntar, não tem
problema nenhum, não fizemos nenhum absurdo. Segundo o prefeito toda a carne do
“maior churrasco do mundo” não foi comprada pela prefeitura, mas comprada por
uma rede de supermercado. Nenhum pecado enxerga o prefeito, que se diz
tranquilo. “Tá tudo certinho. Agora, sei gerou ciúme no Brasil inteiro”, brinca
o prefeito gaúcho.
Para o ano de 2023, quando Parauapebas completará 35 anos de
fundação, o prefeito pretende queimar 25 mil toneladas (troca ou exagera Darci
Lermem). O evento gastronômico promovido pela prefeitura de Parauapebas atraiu
olhares financeiros. “Já tem muitos investidores nos procurando. Agora vai
virar tradição”, afirma o prefeito Darci Lermen.
Entre a população, a reclamação é por conta da falta de
organização no serviço de atendimento dos comensais. E também pela água
distribuída como complemento.