Nas gândolas do Mateus, raros são os produtos vendidos a preço de fracionado de real. São preço quebrados como R$ 4,72 ou R$ 10,99, este
último relativo ao kilo de pão francês, entre outros consumidos em larga escala.
Nos caixas da rede de supermercado que avança para o
monopólio no estado é impossível encontrar uma moeda de R$ 0,01. Fica evidente a intenção do Mateus em promover
compras em volume. Mesmo assim, sempre esbarra na falta de troco. A estratégia do estabelecimento é repassar a
responsabilidade ao operador de Caixa, responsável por aplacar a indignação do
comprador ou constrangê-lo numa sociedade carente da consciência de direitos.
A presunção de que o comércio esteja preparado para praticar
vendas com a moeda nacional corrente está explícita no Código.
Vender produtos com finais em R$ 0,99 ou R$ 0,09 é um ardil
baseado em estudos que constatam que o consumidor ler da esquerda para a
direita. Portanto, a decifração do preço começa pelo primeiro algarismo.
O Procon-MA excluiu o Mateus de sua rota de fiscalização. O máximo que realiza
nas dependência das lojas Mateus é o comparativo de preços em datas especiais
de aquecimento do comércio. Neste caso a tabela estimula favorecimento.
Parceiro dos projetos estaduais de incentivo ao esporte e à cultura,
o empresário Ilson Mateus é apontado como beneficiário em um esquema
conhecimento como Máfia da Semfaz, que enreda a ex-governadora Roseana Sarney
(PMDB). Seu nome emergiu no escândalo para em seguida hibernar na contenda
política. A postura de desconsiderar leis por parte do empresário é
corriqueira. Nas lojas do supermercados a figura do empacotados – com legislação
sancionada e em pleno vigor – está se tornando tão raro quanto as moedas de R$
0,01 ou de R$ 3,00.