quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O Globo -Top maranhense Bianca Klant diz que brasileiro tem proconceito com mulher alta

RIO — Nas últimas edições da São Paulo Fashion Week, a maranhense Bianca Klamt, 29, foi ausência sentida, especialmente nos desfiles de moda praia. Ela conta que está num novo momento, focada na faculdade de Arquitetura, que iniciou em 2014. Coisa de família. O pai é arquiteto; e a mãe, designer de interiores. "Sempre frequentei o mundo deles", costuma dizer a moça. Na sala de aula, Bianca não é vista como top model, com desfiles para marcas como Valentino, Chloé e Oscar de la Renta, além de campanha para a Dolce & Gabbana clicada por Mario Testino.
— Meus colegas de classe não me enxergam assim, como uma supermodelo. Claro que alguns são mais curiosos, mas a maioria tem a imagem do dia que entrei na sala, minha personalidade, meu jeito com eles. Sou bem palhaça com os alunos. Brinco que sou a mais velha. Quando entrei, muitos tinham 18 anos — comenta Bianca, que não esconde que estava "infeliz" sendo apenas modelo. — Priorizo meus estudos. E isso acaba atrapalhando a carreira, com certeza.
      Na universidade, Bianca nunca percebeu olhares tortos. Entrega que sofre preconceito no dia a dia da síndrome de "modelo burra":
— Até descobrirem que falo cinco línguas. E outra: calcular um edifício não é uma coisa fácil.



    Modelo desde os 13, a maranhense foi apontada como a nova estrela da alta-costura, em 2005, por especialistas no assunto. No comecinho de sua carreira, também "emprestava o seu corpo" para Vera Wang provar e finalizar seus vestidos de noivas. Foi uma escola, segundo ela.
— Se você desfila bem com vestido de noiva, você risca a passarela com qualquer coisa — diverte-se a modelo, destacando que tem 1.81m.
Bianca posa com as amigas modelos, incluindo a brasileira Laís Ribeiro (à esquerda) 

A top, que está solteira, revela que sua altura também é alvo de preconceito.
— Ser solteira no Brasil não é a mesma coisa que lá fora. Os homens aqui têm preconceito contra mulher alta. Na Europa e nos Estados Unidos, os baixinhos adoram — diverte-se. — Mas não estou procurando namorado. Estou tranquila. É bom ter tempo para si. Namorei muitos anos. E se for para namorar, tem que ser com um homem que trabalha, porque faço mil coisas em um dia. Não gosto de homem que não faz nada. Preciso admirar a pessoa com quem convivo.