terça-feira, 9 de julho de 2013

Betto Pereira estreia nas artes plásticas na I coletiva da era Olga Simão

 
I Coletiva Traços do Maranhão da gestão Olga Simão na Secma
    O cantor e compositor Betto Pereira estreou nas artes plásticas na I Coletiva Traços do Maranhão promovida pela Secretaria de Estado da Cultura no São Luís Shopping, reunindo pintura, escultura, caricaturas, etc. Pereira foi Rabo de Vaca na década de 70. Do grupo fizeram parte Josias Sobrinho, Omar Cutrim, etc. Eram jovens que gravitavam pelo Laborarte onde as artes se amalgamavam. A maioria deles cambiaram a experiência transgressora do passado pelo habitat oficial.
"Radiola" da série Bicicletas de Betto Pereira

   Derivar para as artes plásticas não é privilégio de Betto Pereira. A história da arte registra histórias idênticas. Sob influência visível das pinceladas da escola de artes do Parque Laje de Rubens Gershman (1942-2008),  as pinceladas de Pereira se assemelham a grosso modo às de Fernando Mendonça e toda uma geração responsável pela pop brasileira. Talvez ele nem tenha entrado em contato com esse universo do neo-realismo para enveredar pelas artes plásticas. Seus quadros em acrílico são variações sobre um mesmo eixo pictórico: a narrativa visual do cotidiano.
Tela de Péricles Rocha na coletiva do São Luís Shopping

    Junto com a "Radiola" da série Bicicleta de Betto Pereira estão na I Coletiva (marco zero da era Olga Simão nas artes plásticas) trabalhos de nomes como Péricles Rocha, Jesus Santos, Vidotti, Airton Marinho, Érico Junqueira e outros artistas plásticos de estrada longa. A intenção é vender. Isso disse de maneira clara o idealizador da coletiva, o também arte plástico Rogério Martins que tem histórico de êxito com vendas.
    Convidado a participar da coletiva Airton Marinho propôs à secretária Olga Simão o investimento em uma galeria oficial. Ou até mais de uma. No organograma da Secma existe apenas a Galeria Floriano Teixeira como anexa do Museu Histórico e Artístico do Maranhão, na rua do Sol, à disposição. Há pouco tempo havia a Galeria do Nazeu Quadros, casarão da rua da Estrela anexo à  Secma, que cedeu lugar para protocolo da Lei de Incentivo à Cultura.
    Para reservar uma pauta na única galeria da Secma é preciso desembolsado R$ 1.500,00, trezentos reais acima do preço da tela em acrílico de Betto Pereira comercializa no espaço aberto pela Secma. Para muitos artistas maranhenses sem penetração no "mercado" como Martins e Rocha, por exemplo, é simples desistir.
    Todo esse quadro adverso não esmoreceu Betto Pereira. Da música para a mídia eletrônica do programa Armazém, Betto Pereira usou a arte como ponte e o bom diálogo com o establishment. Quando não está na televisão o cantor está no palco. Em tempos mais recentes figurando cativamente na programação organizada pelo Marafolia. Nos dias de hoje faz parte do A5, grupo que sempre dá as caras nas programações oficiais bancada pelo governo do estado.