quinta-feira, 6 de junho de 2013

Poeta maranhense está entre finalistas do Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2013

    
A maranhense Lila Maia (foto) está entre as semifinalistas do Prêmio Portugal Telecom de Literatura 2013 na categoria poesia. Pedagoga, Lila Maia mora há 32 anos no Rio de Janeiro e tem publicado os livros "A idade das águas e Céu Despido". Ela disputa o prêmio com Ruy Espinhara Filho, Paulo Henrique Brito, Antonio Cícero, Eucanaã Ferras, Samarone Lima, Roberval Pereyr, Luci Collin, entre outros. Nenhum poeta português disputa o prêmio. Lila Maia concorre com o livro "As maçãs de antes", editada pela Biblioteca do Paraná.

    Os nordestinos estão entre os 22 finalistas do Prêmio Portugal Telecom. Na categoria romance concorrem Francisco J. C. Dantas, Ronaldo Correia de Brito, Xico Sá e José Luiz Passos. Francisco Dantas concorre com "Caderno de ruminações" (Alfaguara), Ronaldo Correia de Brito com "Estive lá fora" (Alfaguara),  Xico Xá com "Big Jato" (Companhia das Letras) e José Luiz Passos com "O sonâmbulo amador" (Alfaguara)
     Este ano estavam inscritos 450 livros nas três categorias: Romance, Poesia e Conto/Crônica. Foram escolhidos 63 semifinalistas: 22 no Romance, 21 na Poesia e 20 no Conto/Crônica. O prêmio é de 50 mil reais para cada categoria. Em setembro serão anunciados os 12 finalistas (4 para cada categoria). O Prêmio Telecon foi criado em 2003. O vencedor no ano passado foi o escritor português Valter Hugo Mãe com o romance A máquina de fazer espanhóis.
    No Conto e na Crônica tem nordestino, também. Aliás, duas nordestinas e ambas cearenses: Tércia Montenegro e Natércia Pontes. Com elas estão o mineiro Affonso Romano de Sant’Anna, os gaúchos Fernando Veríssimo, Carlos Nejar e Fabrício Carpinejar, os cariocas  Sérgio Sant’Anna, Zuenir Ventura, Marcelo Rubens Paiva e João Paulo Cuenca, o paranaense Domingos Pellegrini, e a carioca Nélida Piñon.

Mercado de Trabalho
Poema de Lila Maia
ilustra poesia
Quando o insuportável começa a virar maré cheia,

me pergunto:

por que não me tornei alpinista de empresa

escalando os prédios mais altos da Avenida Rio Branco?

Quatro anos de Letras,

mais dois de Pós em Literatura Portuguesa, 

o curso completo de inglês no IBEU, 

não permitem que a mesa do café seja invadida 

de iogurtes, queijo branco, uvas, kiwi, pêssegos, 

mamão com mel.



Por que não me especializei em alturas?

Uma estrofe de cor dos Lusíadas,

não é suficiente para o trabalho de Call Center

na empresa Silva Lins.

Era preciso ter um diferencial na voz. 

Mas eu disse um verso de Camões.



E a menina ao meu lado, 

estudante de Propaganda e Marketing na Estácio,

saia justa, corpo bronzeado de Ipanema, 

um quê de rouquidão forçado no final das frases,

sai com carteira assinada e setecentos reais por mês.