O médico Igor Lago agora demoniza correligionários do PDT, se isolando cada vez mais no cenário político estadual que pretende ocupar como herdeiro natural do legado do pai, Jackson Lago. A correção de ótica do filho do governador cassado pelo TSE em 2009, prefeito três vezes de São Luís (1992,1996, 2000), em relação aos companheiros de partido ocorre somente depois da defecção promovida sob o condão do ex-ministro do Trabalho e Emprego demitido e hoje presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
Contra o ex-ministro acusado de corrupção, Igor Lago formou o informal Comitê de Resistência Democrática, com objetivo de decantar o PDT.
O pedetista apresenta um diagnóstico de anomalias que diz acometer protagonistas do governo Jackson, como o ex-secretário de estado da Juventude, depois dos Esportes, Weverton Rocha. Isso depois de apeado do comando do PDT pelo grupo integrado também pelo ex-deputado Julião Amim. "Eles fazem negócios com o partido", afirma Lago, refratário a uma aliança com João Castelo (PSDB) que avalia como um prefeito medíocre. Para contrapor o atraso, propõe candidatura própria ao partido. Tem para isso apoio dos históricos.
Quando secretário, Rocha foi incessantemente denunciado na imprensa adversária do governo pelas suas peripécias financeiras e comportamento aético. Com passagem derrapante e medonha pela União dos Estudantes do Município, UMES, Rocha desempenhou papéis importantes nas reeleições de Jackson Lago como prefeito, cooptando lideranças estudantis para o projeto de jackson e para o dele no furuto. Ganhou como prêmio uma secretaria, transformada em um balcão de negócios e palanque político. Assim caminhava o PDT, com folhas de pagamentos suplementares na prefeitura e governo absorvendo mão de obra não especilizada por critérios absolutamente políticos. Na maioria dos casos, o erário bancava o trabalhismo fantasma.
Sem ter sequer um diploma de curso superior, Weverton Rocha foi aprendiz de feiticeiro na política de resultados. Tamanha desenvoltura e competência políticas obscureceram a percepção do médico Jackson Lago, a ponto de mesmo depois de destituído do governo, elogiá-lo publicamente pelas qualidades de “jovem talentoso”, como qualificava Rocha nos palanques da campanha de 2010 no interior do estado.
Virtualmente rico, o ex-secretário aparentemente humilhava o ex-governador com uma estrutura milionária de campanha para deputado federal. Era a campanha dos milhões que Jackson Lago se virando com vinténs fazia questão de não exergar, preferindo lançar críticas aos adversários pela mesma postura.
Enquanto presidente da comissão provisória do PDT, assim como o pai, Igor Lago jamais fez um mea culpa do governo do partido que temporariamente dirigia. Mais fácil jogar nas costas das alianças os erros da curta administração de Jackson Lago no governo do estado. Postura no mínimo ininteligente. No primeiro escalão do governo do pedetista os nomes ligados ao Partido Democrático Trabalhista eram muitos. No segundo também eram proeminentes, enfim, os amigos ocupando cargos. Os outros eram aliados valorosos em cargos sem muito poder de decisão (exemplo foi o PT).
Igor Lago encerra avaliações equivocadas. Segundo ele, nas eleições de 2008, o PDT optou por Castelo por ter "percebido" uma aliança do candidato do PCdoB, Flávio Dino, com os adversários históricos dos jacksistas. No caso, o grupo Sarney.
Sem dialogar com líderes partidárias das outras legendas do campo democrático, Igor Lago pensa numa chapa pura no universo da política maranhense. Algo só imaginável por ele.