terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Maranhão e Bahia, quão semelhante

   Na Bahia, que noutro tempo fora chamada Atenas Brasileira, florescia nessa época a mais completa estupidez.
(Porque na Bahia, boa cidade de Todos os Santos e em particular de Senhor do Bonfim, todo mundo é intelectual. O bacharel é por força escritor, o médio que escreve um trabalho sobre sífilis passa a ser chamado de poeta e os juízes dão valiosas opiniões literárias, das quais ninguém tem coragem de declarar).
    Na Bahia, todo tolo se fazia poeta. O mais sério dos homens conspícuos da Bahia, se não publicava mais versos em revistas elegantes, tinha com certeza algumas trovas rabiscadas no fundo a da gaveta.
Jorge Amado, em O País do carnaval – romance de estréia do escrito, publicado em 1931