O Maranhã tem a segunda maior taxa de analfatismo do país. Segundo dados sobre a Pesquina Nacional por Amostragem de Domicílios Contínua, Pnad Contínua, divulgada pelo Instituo brasileiro de Geogradia e Estística, IBGE, nesta sexta-feira, 18, o Brasil a taa de analfabetismo do país retraiu apenas em 0,2 pontos percentuais entre 2016 e 2017. Em 2016 eram 72%, caindo no ano passado para 7,0%.
Segundo o Plano Nacional de Educação, PNE, a meta de erradicar o analfabetismo no país até 2024. No Nordeste, a taxa de analfabetismo ficou em 14,5% no ano passado, o dobro da média nacional. Dos 11,466 milhões de brasileiros de 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, 6,427 milhões, ou 56% do total, moram no Nordeste.
A meta intermediária do PNE 2014, de baixar a taxa nacional de analfabetismo a 6,5% em 2015, teria sido atingida no Sudeste (taxa de 3,5% em 2017), no Sul (também 3,5%) e no Centro-Oeste (5,2%). O Norte (8%) fica acima da média, assim como o Nordeste.
Alagoas é o Estado com maior taxa de analfabetismo no País, com 18,2% em 2017, ante 19,4% em 2016. São 474 mil alagoanos analfabetos. Vindo em seguida o Maranhão e e Piauí (16,7%) , com taxas considerada elevadas.
Em Pernambuco, a taxa de analfabetismo é quase o dobro da média nacional, com 13,4% em 2017 (1 milhão de pernambucanos não sabem ler e escrever). O maior contingente de analfabetos está na Bahia (1,524 milhão de pessoas), onde a taxa de analfabetismo ficou em 12,7%.
O analfabetismo é também um problema geracional. Na população de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo nacional ficou em 19,3% em 2017. No Nordeste, a taxa de analfabetismo entre os mais velhos é de 38,6%. São 3 milhões de pessoas no Nordeste com 60 anos ou mais que não sabem ler e escrever.
“Há uma questão muito demográfica no analfabetismo, que é maior nas pessoas mais velhas”, disse Marina Água, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. Além disso, segundo a pesquisadora, a queda da taxa de analfabetismo entre os mais idosos parece vir da entrada de pessoas mais escolarizadas na faixa etária de 60 anos ou mais, e não do aprendizado de quem não sabia ler e escrever.
“Há um estoque de pessoas que não sabem ler ou escrever na população”, disse Marina, lembrando que esse problema exige políticas públicas específicas. Apesar do tamanho do contingente de analfabetos no País, apenas 118 mil pessoas frequentam cursos de alfabetização de jovens e adultos (AJA) e 853 mil pessoas frequentavam curso de educação de jovens e adultos (EJA) no ensino fundamental.
Ensino médio. A taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos ficou em 87,2% em 2017, mesmo nível de 2016, mas apenas 68,4% dessa população estavam na série de estudo adequada, ou seja, cursando o ensino médio.
Isso significa que cerca de 1,3 milhão de adolescentes dessa faixa etária estão fora da escola, enquanto outros 2 milhões estão atrasados, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A escolarização dos jovens entre 15 e 17 anos é mais uma meta intermediária do Plano Nacional de Educação (PNE) 2014 que não foi alcançada. O objetivo era universalizar a escolarização nessa faixa etária ainda em 2016.
O problema afeta mais os homens. Entre a população masculina de 15 a 17 anos, apenas 63,5% estavam na série adequada. Para as mulheres, a taxa é maior, de 73,5%. Pessoas com a pele preta ou parda também são mais afetadas: 63,5% dos pretos ou pardos de 15 a 17 anos estão fora da série adequada.
Os dados do IBGE mostram como o atraso escolar e a evasão avançam conforme os estudantes vão ficando mais velhos. Na faixa etária de 6 a 10 anos, 95,5% das crianças estavam adequadamente nos anos inicias do ensino fundamental em 2017. Na faixa etária de 11 a 14 anos, o indicador já cai para 85,6% das pessoas. Ou seja, 1,3 milhão de crianças de 11 a 14 anos frequentavam a escola fora da etapa adequada e 113 mil estavam fora da escola.