Equipes do
Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) estiveram nesta
segunda-feira,21, no Museu da Polícia Civil, no Centro do Rio de Janeiro, para
inspecionar imagens, amuletos e roupas cerimoniais de um conjunto conhecido
como “magia negra”.
Os
artigos foram apreendidos pela polícia provavelmente no início do século XX,
com base no Código Penal de 1890, editado pouco depois da Proclamação da
República (1889). De acordo com o código, o material era prova de crimes, já
que a legislação da época proibia a “prática do espiritismo, da magia e seus
sortilégios’.’
Os cerca de
200 objetos, tombados em 1938, fazem parte do acervo técnico do museu. Eles
estão no centro de campanha “Libertem nosso sagrado”, criada no Facebook, e que
visa a dar visibilidade a essas peças e transferi-las para outro local. Ainda
não há acordo com a Polícia Civil. O assunto será tema de uma audiência pública
convocada pelo deputado Flávio Serafini (PSOL), que acompanhou os técnicos do
Iphan, junto da mãe de santo Meninazinha de Oxum e do deputado Marcelo Freixo
(PSOL).
— O Iphan
fará uma avaliação do estado do acervo. Na visita, abrimos apenas uma das 50
caixas porque essas peças exigem cuidado no manuseio. O objetivo agora é buscar
apoio de alguma instituição que pesquise a origem dessas peças e se encarregue
da restauração — disse Serafini.