sábado, 31 de agosto de 2013

Gilberto Lima fora da grade da programação da rádio Educadora AM 560

   
    O programa "Comando da noite" apresentado pelo radialista Gilberto Lima (foto) na rádio Educadora AM das 22 a meia-noite de segunda a sexta-feira deve ficar de fora da grada da emissora do Apicum, pertencente à Arquideocese de São Luís.
    Lima apresentou o último programa na sexta-feira - estamos começando mais um "Comando da noite" sem ter sido comunicado da decisão. 
    Em lugar do comando a Milícia, empresa que vem negociando arrendamento de espaços há tempo com a Educadora deve tomar conta do horário.
    A rádio Educadora conta com um conselho editorial composto por figuras notáveis como o vereador de São Luís, José Joaquim Ramos (PSDB), deputado estadual Afonso Manoel (PMDB) e a ex-deputada estadual Helena Barros Heluy.


Na Coluna do CLAUDIO HUMBERTO

CABO DE GUERRA
Filho do embaixador Guilherme Saboia, o diplomata Eduardo Saboia, que desafiou Dilma tirando da Bolívia o senador Roger Pinto, é neto de Henrique Saboia, ex-ministro da Marinha do governo José Sarney.

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA:São Luís fica oito horas sem ônibus em dia de paralisação
O Imparcial: Rodoviários ameaçam parar ônibus, de novo
Região
Jornal do Commercio:Desemprego ronda a Transnordestina 
Meio-Norte:Irrigação já beneficia 80 mil em 13 cidades
O Povo:Mais um dia de sufoco em Fortaleza
Nacional
Correio Braziliense:Alta do PIB pega até o governo de surpresa
Estadão:PIB surpreende, cresce 1,5% e melhora previsão para o ano
Estado de Minas:Fim do voto secreto em 11 dias: basta querer
Folha:Economia surpreende e cresce 1,5%
O Globo:PIB sobe 1,5% e surpreende com alta em todos os setores
Zero Hora:PIB surpreende e tem maior crescimento em três anos

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"Cine Holliúdy" é comédia no puro sentido do gênero

   
Foto de divulgação de "Cine Holliúdy"
    A comédia é um gênero de gala no cinema. Hollywood tem títulos e mais títulos na prateleira. No Brasil vem desde a Vera Cruz, passando pela Pornochanchada até chegar ao tempo de agora com as comédias românticas com pitadadas da sacanagem nacional. Nisso tem o sexo e as tiradas sexistas como apelo recorrente. 
    "Cine Holliúdy", o filme do diretor Halder Gomes ("As mães de chico xavier") made no Ceará, é comédia no sentido mais natural que o gênero pode fornecer ao cinema. O cinema versus a televisão. É esse o enredo, mas sendo o próprio cinema o fio condutor da história. Em determinado momento, nos metido a sérios, o ator principal define o significado do cinema e seu entrelaçamento com a vida: cinema, assim como a vida é construído pela história. Nada haver com aquela máxima manjada e besta de que a arte imita a vida. 
    Sem querer ser, "Cine Holliúdy" apresenta uma outra forma de fazer comédia. Às vezes com clichês enxertados, o texto calcado no legítimo cearensês com alcance regional por si só faz-nos ri. A legenda ajuda o filme a dobrar línguas distantes. O filme não tem absolutamente nada assemelhado àquelas comédias brasileiras transportas da pequena para a grande tela. Com direito a levar junto as caras batidas dos elencos do Projac.
    "Cine Holliúdy" tem cara conhecida. Mas não são elas as muletas da história. São parte do elenco multifacetados, não resistindo a um trocadilho besta como tem que ser a boa piada. 
    O Ceará tem know how de comédia. É berço e meca dos comediantes, principalmente os de lá. Na produção cinematográfica, porém, "Cine Holliúdy" é o primeiro produto típico exportação do Ceará, diretamente para o mundo: é claro que Holywood está nessa rota. Esse propósito nem de longe está cogitado na carpintaria da obra. Para quem o assiste, parece ser mais um metafilme do gênero comédia. 
    O filme chega ao Maranhão depois de ter passado no Ceará (13 cinemas de uma lapada). Neste final de semana, "Cine Holliúdy" está em 50 salas do Nordeste. Na sua terra natal foi visto por quase 100 mil pagantes.  Vai depender da bilheterias das cidades do Nordeste para que o filme seja exibidos nos cines do Rio e São Paulo.

Em cartaz.

Mostra John Cassavetes - CINE PRAIA GRANDE



Horário das Sessões:
16h - "Uma mulher sob influência" (1976) - 146'
18h30 - "A morte de um bookmaker chin~es" (1976) - 135'
20h50 - "Noite de Estrela" (1977) - 144'




Sindicato dos Jornalistas do Maranhão ignora censura a jornalista comandada pela Secom do Estado

    O sindicato dos Jornalistas do Estado do Maranhão optou pelo silêncio no caso da censura ao Blog do Clodoaldo Corrêa, retirado do ar depois de postagem sobre as verbas publicitárias do governo do estado o qual tinha como um dos escoadouro empresa do filho do secretário de Comunicação, Sérgio Macedo.
    O blog do jornalista Clodoaldo Corrêa era hospedado no site do jornal O Imparcial, empresa pertencente aos Diários Associados. O jornalista Douglas Cunhas, presidente do Sindicato dos Jornalistas, pertence ao quadro da editoria de polícia de O Imparcial.

Briefing para o governo Roseana Sarney e seus milhares de empregos

    O Maranhão é o segundo estado da federação que deve perder mais população em 2013 depois da Bahia, segundo projeções do IBGE. Cerca de 33 mil maranhenses (EXATAMENTE 33.917 indivíduos) devem ultrapassar as fronteiras do estado em busca de melhores condições de sobrevivência.
ASSISTA AQUI


Deputado Simplício Araújo tentou anular sessão que manteve mandato de deputado presidiário

    O deputado federal Simplício Araújo (PPS-MA) foi um dos dois parlamentares que questionaram à Mesa Diretora o fato do deputado Natan Donadon (Sem partido-RO) ter votado na sessão que decidiu seu futuro. O outro deputado discordante foi Amauri Teixeira (PT-BA). Simplicio tentou assim anular a votação que decidiu manter o mandato do deputado condenado e preso por corrupção. Ele argumentou que a participação do deputado contrariou o regimento interno da Câmara dos Deputados.
    A Secretaria da Mesa rebateu a irregularidade. Pelo regimento é "vedado o acolhimento do voto do deputado representado". O presidente da mesa Diretora, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) afirmou que não computaria o voto.
    Pelo regimento da Casa, seriam necessários 257 votos favoráveis à cassação, mas 108 parlamentares faltaram e outros 41, embora presentes, abstiveram-se; 233 votaram pela perda do mandato, 24 a menos do que o mínimo regimental.
    Um mandado de segurança protocolado no supremo Tribunal federal pelo deputado carlos Sampaio (PSDB-SP), líder da bancada, tenta anular a sessão. O PPS, partido de Simplício Araújo, anunciou que também recorrerá ao STF na tentativa de reverter a decisão.
    Dos 18 deputado federais maranhenses, ao menos três estiveram ausente da sessão que selou o destino de Donadon como parlamentar: Pinto Itamaraty (PSDB), Zé Vieira (PR) e Waldir Maranhão (PP). 




MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA:Rodoviários vão parar hoje por oito horas em São Luís
Região
Jornal do Commercio:Mínimo deve ir a R$ 722,90
Meio-Norte:Piauí ganha leilão e vai produzir 150 MW
O Povo:Cocó - Justiça Federal autoriza obras e manda desocupar
Nacional
Correio Braziliense:Congresso, mostra a tua cara
Estadão:Após livrar Donadon, Câmara quer voto aberto em cassações
Estado de Minas:Quando 280 envergonham 200 milhões
Folha:Prefeitos demitirão médicos locais para receber os de Dilma
O Globo:De costas para as ruas - Caso de deputado-presidiário deve agilizar fim do voto secreto
Valor:BNDES terá spread menor em leilão de infraestrutura
Zero Hora:Proporção de idosos no RS duplicará até 2030

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mostra John Casssavetes - CINE PRAIA GRANDE (Programação desta quinta-feira,29)



Horários
16h - "Sombras"(1959) - 87"
18h -"Faces" (1968) -130'
20h20 - "Uma mulher sob influência (1974) - 146'

Moda é cultura - MARTA SUPLICY

Sem estilistas famosos, como Pedro Lourenço, nós não teremos condição de projetar nossas milhares de confecções charmosas
    As pessoas se expressam de diferentes maneiras e a moda faz parte dessa forma de se mostrar.
    Não é difícil, olhando a vestimenta das mulheres do século 19, perceber seu papel na sociedade e distinguir as desigualdades nas classes sociais. A moda traduz muito da vida e cultura da história de um povo, assim como a gastronomia. Basta pensar na nossa culinária, na judaica e, por que não, nos Estados Unidos e seus hambúrgueres.
    A cadeia produtiva da moda é gigantesca: dos botões aos zíperes. Das costureiras às fábricas têxteis. Das pequenas confecções aos ateliês dos famosos. Das vendedoras aos estilistas. São milhares de pessoas dinamizando a economia e criando empregos.
    A moda também gera símbolos. Marcas que, de tão importantes, se tornam até sinônimo da cultura do país. Atraem turistas, agregam valor a outros produtos e se, combinadas com gastronomia, música, monumentos, potencializam uma imagem positiva e contribuem para o "soft power" do país.
    No Brasil começamos a entender recentemente esse poder da moda. As "fashion weeks" se consolidaram graças ao esforço de alguns e toda a cadeia produtiva se beneficia.
    No Ministério da Cultura o maior instrumento de fomento é a Lei Rouanet. Mas a moda não conseguia captar. O que faltava? Apresentar projetos de acordo com as previsões da lei. O MinC estabeleceu quatro critérios para aceitar projetos: promover internacionalização (impacto na imagem Brasil), ter simbologia brasileira (mostrar raízes e tradição), formar novos profissionais (estilistas ou na cadeia produtiva), ou ainda preservar acervos.
    O primeiro a apresentar projeto com base nesses critérios foi Pedro Lourenço, jovem estilista já com reputação para participar da Semana da Moda em Paris.
    Como ministra, chamei para mim a decisão, pela simbologia de quebrar um paradigma na afirmação que moda é cultura; por entender a importância da repercussão de um brasileiro estar nesse desfile (cobertura midiática), abertura e interesse pela nossa indústria da moda e para a construção de uma imagem de um Brasil criativo, moderno e atraente. Queremos um Brasil que transcenda o país do Carnaval, sol e biquíni.
    Pedro Lourenço é beneficiado, assim como Herchcovitch ou Ronaldo Fraga? Certamente, pela exposição que terão. Entretanto, sem esses criadores, e outros que agora virão (espero as estilistas que trabalham com rendas nordestinas), nós não teremos condição de projetar nossas milhares de confecções charmosas que, com o tempo, darão alegria a tantas mulheres como quando hoje compram algo "francês".
    Essa marca/país nasceu depois de enorme esforço da França na promoção de seus criadores (subsídios e exposições nos principais museus) e da genialidade de alguns deles: Dior, Chanel, Lacroix, Saint Laurent, para citar alguns. Exposições com esses ícones "vendem" o país.
    A porta está aberta. Muitos passarão, sem tanto estardalhaço, para ampliar a marca Brasil, aumentar investimentos, exportar nossos produtos, gerar emprego e renda para brasileiros.
    Torço para que os nossos, que agora podem sair fortalecidos pelo apoio no incentivo fiscal propiciado pela Rouanet, consigam patrocinadores, concretizem seus sonhos, mas, mais que isso, se consagrem símbolos de um Brasil pujante, criativo e iluminado.
Todos seremos beneficiados.

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA:Sete mortos em desabamento em São PAulo são maranhenses
Região
Jornal do Commercio:Nordeste apaga outra vez
Meio-Norte:Conta de luz fica 10,6% mais barata no Piauí
O Povo:Sem luz, sem telefone,sem explicação
Nacional
Correio Braziliense:Sua excelência, o presidiário
Estadão:Toffoli relata ações de banco no qual obteve empréstimo
Estado de Minas:Federais antecipam cotas
Folha:Câmara livre de cassação deputado condenado e preso
O Globo:Não deu para gargalhar - Fogo causa 9º apagão de Dilma
Valor:Fazenda quer frear crédito da Caixa a grande empresa
Zero Hora:Câmara não cassa o deputado presidiário

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Semana John Cassavetes - CINE PRAIA GRANDE


Gastão Vieira vai deixar ministério para disputar vaga do Senado Federal

    O ministro do Turismo, deputado federal licenciado Gastão Vieira (PMDB) vai mesmo disputar a vaga de Senado pelo Maranhão aberta com o fim do mandato do senador Epitácio Cafeteira. Ele faz parte da dúzia de ministros que devem deixar a equipe de governo entre o fim de dezembro e início de janeiro do próximo ano quando deve acontecer a reforma ministerial.
    Se não usar o Plano A, de recandidatar a deputado federal, Vieira deve ser o candidato do grupo Sarney nas eleições de 2014. Já o ministro Edison Lobão, das Minas e Energia, permanece na equipe de Dilma Rousseff.
Infográfico de O Estadão


Uma forma de censura - ZUENIR VENTURA


    Censura de natureza artística é constitucionalmente vedada sob qualquer disfarce. E a exigência de permissão prévia está criando um ‘balcão de negócios de valores vultosos’
    Como não sou biógrafo e nem pretendo ser, não é em causa própria que defendo a liberdade de um escritor contar a história de uma personalidade pública — político, artista, jogador de futebol, cientista — sem autorização prévia dele ou de seus familiares quando ele não está mais aqui. É o que se faz nas grandes democracias. Só na nossa é que vigora a “biografia autorizada”, um artifício legal que confere ao biografado ou a seus herdeiros o poder de decidir o que deve ou não chegar ao leitor. Assim, no país que lutou tanto para abolir a censura do Estado, pratica-se nos livros a censura privada, já que, como diz o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Ayres Brito, liberdade de expressão é “antes de tudo liberdade de informação”, e a ela tem direito todo cidadão. Alega-se que é para resguardar a intimidade alheia. Tudo bem, mas essa dispensa de consentimento antecipado não concede ao autor imunidade, não o isenta de responsabilidade em casos de informações falsas ou ofensivas à honra. Não se trata de um liberou geral. O que se quer evitar é a proliferação da prática perniciosa de busca e apreensão, ou seja, o recolhimento compulsório de obras literárias para impedir o acesso de terceiros. Essa restrição caracteriza-se como censura, e censura de natureza artística é constitucionalmente vedada sob qualquer disfarce. Outro efeito nocivo é que a exigência de permissão prévia está criando um “balcão de negócios de valores vultosos”, conforme denúncia dos editores de livros, que há anos vêm se movimentando por meio de seu sindicato para derrubar o que consideram ser uma “ditadura da biografia chapa-branca”.
    Eles estão lutando em duas frentes: uma no Congresso, onde tramita um projeto propondo a modificação do artigo 20 do Código Civil, que permite a apreensão de biografias não autorizadas. A outra, no STF, no qual ingressaram com uma ação direta de inconstitucionalidade do tal artigo, com o objetivo de acabar com a necessidade de autorização prévia. Afinal, a Constituição de 1988 garante, junto com a liberdade de imprensa e de expressão, o direito à informação. Com pedido de liminar, a ação foi distribuída à ministra Cármen Lúcia, abrindo uma perspectiva de luz no fim do túnel. Por sua sensatez, ela costuma ser chamada de “Carmen lúcida”.

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA:Maranhenses morrem em desabamento de prédio em SP
Região
Jornal do Commercio:Que o tempo não feche na Arena
Meio-Norte:Conta de luz fica 10% mais barata no Piauí
O Povo:Ministro da Saúde diz que protesto foi "truculento"
Nacional
Correio Braziliense:Crise joga Itamaraty no inferno
Estadão:Dilma rebate Saboia e diz que embaixada não é DOI-Codi
Estado de Minas:Médicos em pé de guerra
Folha:EUA estão prontos para atacar Síria, diz secretário
O Globo:Contagem regressiva – EUA, França e Reino Unido estão prontos para atacar Síria
Valor:Juro a 9% tira vantagem da poupança e ajuda fundos
Zero Hora:Rio Grande da neve

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Cléber Verde gasta R$ 78 mil do "cotão" para manter escritório fechado em São Luís (MA)

Cléber Verde diz que utiliza a 
sala eventualmente 
para se encontrar com prefeitos
Uma sala localizada em um bairro de classe média de São Luís, no Maranhão, fica praticamente fechada o ano inteiro. O caso não mereceria destaque não fosse o fato de que sua manutenção é bancada com dinheiro de todos os cidadãos brasileiros. Ela é alugada pelo deputado Cléber Verde (PRB-MA) por R$ 3 mil mensais. Esse valor é integralmente ressarcido pela verba da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o chamado cotão.
De acordo com pessoas que trabalham no edifício Mendes Frota, localizado no bairro São Francisco, o deputado “quase nunca” aparece por lá e alguns funcionários vão de vez em quando para limpar e organizar a sala. Só neste mandato, ele já gastou R$ 78 mil para ter o local à disposição. A sala (veja foto abaixo) pertence a Luiz Sousa da Silva, amigo e eleitor de Cléber Verde. Em 2010, Luiz doou R$ 3 mil para a campanha à reeleição do deputado, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A doação foi feita “de livre e espontânea vontade”, conta o parlamentar.
A sala funciona como escritório político, onde “assessores, eventualmente, vão desenvolver alguma atividade orientada pelo gabinete”, diz o deputado. Por e-mail, Cléber Verde informou, ainda, que utiliza o local para encontros com prefeitos e lideranças do interior do estado, em compromissos relacionados ao mandato. Ele ressaltou que viaja o Maranhão todo, estado com 217 municípios, mas quando precisa estar na capital, utiliza o local para reuniões. O proprietário da sala contou ao Congresso em Foco que trabalha para o deputado em São Luís. O nome dele, porém, não aparece na relação dos funcionários contratados pela Câmara.
Como representante do Maranhão na Câmara, Cléber Verde pode gastar até R$ 35,6 mil por mês para custear despesas inerentes ao exercício do mandato. Entram nesta cota gastos com gasolina e aluguel de carros, divulgação da atividade parlamentar, emissão de bilhete aéreo e manutenção de escritório parlamentar, dentre outros. O valor é cumulativo, ou seja, o que não for usado em um mês pode ser gasto em outro, desde que não ultrapasse o total da dotação anual. Há limitação de gastos apenas para a compra de gasolina, limitada a R$ 4,5 mil mensais.
Imóvel é de amigo, eleitor e
 financiador de campanha do
 deputado maranhense
Farra com o cotão
Há três semanas, o Congresso em Foco tem mostrado como os parlamentares utilizam a bel-prazer a cota para custear despesas do mandato. A Câmara já gastou mais deR$ 31 milhões em aluguéis de veículos e R$ 22,8 milhões com combustíveis e lubrificantes desde 2012. Mas o valor pode ser ainda maior, pois os deputados têm até 90 dias para prestar contas. Destino de mais de R$ 500 mil pagos pela Casa desde o ano passado, a locadora de carros que mais aluga para deputados pertence a Parmênio Francisco Coelho Serra, que, segundo registros oficiais, foi funcionário da Câmara de fevereiro de 2007 a janeiro de 2013. Ele diz ainda ser assessor parlamentar, mas não revela para qual deputado trabalha.
Entre todos os deputados, o campeão no aluguel de veículos é Arnon Bezerra (PTB-CE). Desde o ano passado, ele gasta todo mês R$ 21,3 mil para locar cinco carros, sendo três de luxo. Outro parlamentar cearense também se destaca nesse tipo de despesa. É Manoel Salviano (PSD-CE), que aluga quatro carros, dois deles de luxo, inclusive umaMercedes, para percorrer o Ceará. Funcionários chegaram a informar que empresa proprietária dos automóveis pertence ao próprio parlamentar. Ele também utiliza a cota em um hotel do qual é acionista.
No Senado, a situação não é diferente. O senador Paulo Bauer (PSDB-SC) gasta R$ 6,6 mil para locar um veículo top da marca Kia. Após a publicação da reportagem, ele disse que mandará a conta, a partir de agora, para o diretório estadual do PSDB, cuja presidência assumiu no mês passado.
Do Congresso em Foco

Censura no Jornalismo


No PAINEL da Folha de S. Paulo

Vento... Edison Lobão (Minas e Energia) vai propor a inclusão de usinas eólicas no leilão A-5, que ocorre em dezembro e no qual será negociada energia para 2018.
... a favor Atualmente, estão previstos para este leilão hidrelétricas e térmicas, entre outras fontes de energia. O ministro vai decidir hoje se inclui a eólica no pacote.

Indústria de invasões - EDITORIAL FOLHA DE SP

Repete-se, em pelo menos sete Estados brasileiros, uma lamentável situação que apenas prejudica os beneficiários de programas habitacionais do governo federal.
    Antes de serem entregues, condomínios de moradias populares do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ou do Minha Casa Minha Vida têm sido invadidos por moradores das redondezas e, em alguns casos, traficantes.

    Como consequência, pessoas contempladas pelos programas veem-se impedidas de se mudar para as unidades habitacionais que, por direito, deveriam ser suas.
    Segundo reportagem desta Folha publicada no domingo, em Porto Velho (RO), por exemplo, três condomínios do PAC estão ocupados por mais de mil famílias que invadiram o local há cerca de um ano. Na parede de uma das casas, pode-se ler: "Tem dono".
    Não está de todo equivocada a inscrição. O verdadeiro dono do imóvel, no entanto, não é a pessoa que hoje nele reside --frustração que se reproduz na Bahia, no Ceará, no Paraná, no Piauí, no Rio Grande do Norte e em São Paulo.
    Enquanto aguardam decisão judicial para que os condomínios sejam retomados, muitas das pessoas contempladas por unidades que foram invadidas continuam morando em condições precárias.
    Há, é claro, o outro lado dessa moeda. Salvo nas hipóteses em que criminosos estejam envolvidos, sempre será possível argumentar que os invasores são pessoas que tampouco desfrutavam de moradia satisfatória. O deficit habitacional do país hoje está em torno de 5,4 milhões de unidades.
    Essa é, contudo, uma visão ingênua. Do ponto de vista de quem está na fila, a indústria das invasões apenas desvirtua qualquer racionalidade que possa haver nos critérios definidos pelo governo --seja para priorizar famílias mais carentes, seja para distribuir moradias adequadas a cada faixa de renda.
    A rigor, a situação é ruim mesmo para os invasores. Além de não terem segurança jurídica de sua situação, ainda vivem em conjuntos habitacionais que, por não terem sido finalizados, permanecem sem energia elétrica e água encanada.
    Não é segredo que essas invasões, em sua grande maioria, são articuladas por líderes comunitários. Pois eles deveriam perceber que, nesse caso, prestam enorme desserviço às pessoas que gostariam de ajudar.

Aumenta a censura judicial à imprensa - EDITORIAL O GLOBO

Mesmo que o Supremo tenha reafirmado o direito à liberdade de expressão, Juízes de primeira instância agem como censores dos tempos do AI-5

    Diante das aberrações contra as liberdades em geral e a de expressão e imprensa em particular, cometidas no continente, o Brasil desponta como destaque positivo. Mas este é um tipo de comparação que mascara dificuldades que enfrenta o jornalismo profissional no país.
    Estar melhor que Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador, em que há governos autoritários e que trabalham com método para impedir a crítica e a veiculação de notícias objetivas que lhes desagradem, não significa viver no melhor dos mundos do ponto de vista da liberdade de imprensa.
    Se o Executivo brasileiro não age contra a imprensa, o Poder Judiciário, quase sempre na sua primeira instância, tem posto sob censura diversos veículos, em todo o país. Do ponto de vista jurídico, vive-se uma bizarrice, uma jabuticaba legal, algo talvez só encontrado no Brasil: embora a Constituição garanta a liberdade de expressão e imprensa, juízes de primeiro grau têm aceitado reclamações contra a publicação de reportagens, e concedido liminares que em nada são diferentes dos atos de agentes públicos, da Polícia Federal ou militares, que, na ditadura militar, exerciam a censura prévia em redações.
    A vítima mais recente desta censura togada é a “Gazeta do Povo”, do Paraná, impedida, por via judicial, de informar sobre investigações instauradas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra o presidente do Tribunal de Justiça do estado, Clayton Camargo.
    E quando o reclamante é do Poder Judiciário, o corporativismo entra em ação para tornar lépida a Justiça. Não são apenas pequenos veículos de cidades menores que vivem experiências dos tempos do AI-5. Também um dos grandes jornais brasileiros, “O Estado de S.Paulo”, está proibido, desde 2009, de noticiar a apuração feita pela Polícia Federal de denúncias contra Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República e senador José Sarney (PMDB-AP). Em 2011, o Superior Tribunal de Justiça anulou as provas do inquérito. Mas o “Estadão” continua sob censura.
    Os casos são disseminados pelo país: Espírito Santo (“Século Diário”), Pará (“Jornal Pessoal”), além de Mato Grosso, Amapá, etc. Há também ataques, bem sucedidos, à liberdade de imprensa por meio do Juizado de Pequenas Causas, até com o sequestro de receitas de editoras e ameaça de multas diárias.
    Portanto, mesmo com seu banimento formal confirmado pelo Supremo Tribunal em abril de 2009, quando a Corte derrubou a Lei de Imprensa herdada da ditadura, a censura continua a existir. Entre o que está escrito na Carta e a realidade tem havido grande e dramática distância. Faz sentido que, já no ranking de 2012 da liberdade de expressão, divulgado pela ONG Repórteres sem Fronteiras, o Brasil tenha caído do 99º lugar — colocação nada brilhante — para o 108ª posição. E não há perspectiva de melhora.

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA:Todos os acusados irão a júri pela morte de Décio Sá
O Imparcial: CRM vai à justiça contra médicos estrangeiros
Região
Jornal do Commercio:Crise com a Bolívia derruba ministro
Meio-Norte:Tempo integral está mudando educação
O Povo:Dengue:mosquito fica mais resistente
Nacional
Correio Braziliense:Crise derruba Patriota. Diplomata é afastado
Estadão:Ação na Bolívia derruba Patriota e embaixador na ONU assume vaga
Estado de Minas:Crise derruba Patriota
Folha:Dilma demite chanceler após fuga de senador da Bolívia
O Globo:Crise no Itamaraty – Apoio de diplomata a fuga de boliviano derruba Patriota
Valor:Nova seca nos EUA eleva o risco de inflação no Brasil
Zero Hora:Fuga de político boliviano derruba ministro Patriota

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

SECOM TIRA BLOG DO CLODOALDO CORREA (de oimparcial.com.br) DO AR

Axioma - uma imagem vale mais que mil palavras

Marina entrega pedido de registro da Rede ao TSE

Fábio Feldman, Marina, Domingos Dutra e Pedro Simon
Brasília - Acompanhada do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e dos deputados federais Walter Feldman (PSBD-SP) e Domingos Dutra (PT-MA), a ex-senadora Marina Silva deu entrada nesta segunda-feira, 26, ao pedido de registro de seu novo partido - a Rede Sustentabilidade - junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar de não ter ainda as 492 mil assinaturas necessárias para dar início ao processo, foi apresentado um protocolo com 304 mil assinaturas validadas nos Tribunais Regionais Eleitorais, enquanto as demais assinaturas aguardam pela certificação dos órgãos da Justiça eleitoral locais.
    "Agora é com o TSE... Entramos com pedido de homologação de 630 mil apoios de cidadãos de todos os cantos do Brasil", diz uma mensagem publicada na página oficial do futuro partido no Facebook, minutos após a chegada de Marina ao TSE.
    Ao total, a Rede coletou 850 mil fichas de apoio, mas descartou 200 mil assinaturas e ainda assim, teve 96.356 assinaturas invalidadas pela Justiça Eleitoral dos Estados, sendo que em relação a 73 mil não foi apresentado motivo para rejeição. Entre as fichas de apoio rejeitadas estava a do senador Pedro Taques (PDT-MT), que teve sua assinatura invalidada. "Nós compreendemos até o problema da falta de estrutura, mas não concordamos que tenhamos de pagar o preço, depois desse trabalho que tivemos no País inteiro", disse Marina.
    Segundo a ex-senadora, apesar de a lei exigir registro do novo partido em nove Estados, a Rede já teria número suficiente em 24 unidades da Federação. Até agora, no entanto, somente o Rio Grande do Sul conseguiu formalizar a criação de um diretório estadual. Marina disse acreditar no trabalho da Justiça Eleitoral, que tem o prazo de aproximadamente um mês para conceder o registro à Rede e assim permitir que o partido dispute as eleições de 2014. A data final é 5 de outubro. "Nós confiamos na Justiça", afirmou a ex-senadora.
    Na semana passada, a ex-senadora procurou diretamente a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, para se queixar da demora na validação das assinaturas em Tribunais Regionais Eleitorais (TREs). As corregedorias eleitorais rechaçaram as reclamações do grupo de Marina.
    Marina agradeceu ao apoio de 12 mil pessoas que se mobilizaram na coleta de assinaturas e fez referência ao senador Pedro Simon, por ajudá-la no debate contra o projeto que tenta restringir a criação de novos partidos. Ela disse ter dúvidas de que o Senado coloque a proposta em votação "só para prejudicar uma força política que tem o direito de se viabilizar". Perguntada sobre a pesquisa de intenção de voto para a corrida presidencial, Marina disse que os levantamentos são apenas "um retrato do momento". "Não devemos tomar isso como definitivo", observou.
    Ao final da entrega dos malotes contendo certidões, protocolos e processos encaminhados aos Tribunais Regionais Eleitorais, Marina disse que a Rede está sendo formada de uma forma distinta de outras siglas, que normalmente são criadas a partir de fusões. "Nós fomos pelo caminho mais difícil, mas que é o mais gratificante, que é conversar com cada pessoa", finalizou.
De O Estadao

FRASE DO DIA

"Eu acho as teses mais coerentes aquelas que defendem a aliança com o PMDB e PCdoB, pois mostram a cara e não ficam criando subterfúgios"
Washington Luiz (PT), vice-governador do estado, em entrevista ao jornal O Imparcial publicada na edição de 25 de agosto de 2013

Semana em homenagem a Nelson Brito tem início na terça no Laborarte

Claudio Silva, Nelson Brito e Rosa Reis em ensaio de João Paneiro
    Começa nesta terça-feira,27,  a Semana de Homenagem ao artista Nelson Brito e a cultura popular, promovida pelo Laborarte, que se estende até o dia 30 de agosto. A mostra que acontece no Casarão do Loborarte, na rua Jansen Mullher,42, centro, reúne exposições sobre manifestações tradicionais, oficinas, vídeos, rodas de conversas, shows, danças populares, discotecagem e roda de capoeira. Com excessão do último da programação, quando será cobrado ingresso após as 22 horas, toda a programação tem acesso gratuito.

Confira a programação:
27 de agosto 
16h – Oficinão de Tambor de Crioula  com mestre Gonçalinho para jovens de Escola Pública
18h – Exibição do  Documentário “Afinado a Fogo: o Tambor de Crioula Revisitado” de Murilo Santos
19 h – Ladainha pra São Benedito
20 h – Roda de Conversa com mestres de tambor de crioula
21 h  – Roda de tambor de crioula com mestre Gonçalinho e convidados
28 de agosto
16 h – Oficinão de Cacuriá com a atriz e dançarina Luana Reis para jovens de Escola pública
18 h – Lançamento do DVD Cacuriá de Teté e Exibição do  DVD  “Umas Mulheres que dão no Couro” de Marise Barbosa
19 h – Salva do Divino Espírito Santo com caixeiras do divino
20 h – Oficina/Roda  de Cacuriá
21 h – Carimbó de caixeiras com a caixeira régia Jacy e convidadas
29 de agosto
16 h – Oficinão de dança popular  com os dançarinos  Elizete e Robson Serra  para jovens de Escolas públicas
18 h – Exibição do DVD “Acredite se Quiser” Literatura de Cordel de Moisés Nobre
19 h – Discotecagem “Tradições do Brasil”
20 h –Conversa com mestre Zé Carlos sobre o Péla porco, Lelê, e outros ritmos do Munim.
21 h – Canários do Munim com mestre Zé Carlos do Centro Grande - Axixá
30 de agosto - aberto ao público até as 22 h
16 h – Oficinão de capoeira com Nelsinho – para jovens de Escolas públicas
18 h – Exibição de vídeos sobre a capoeira do Maranhão
20 h – Roda de capoeira com mestre Patinho, Nelsinho e convidados.
22 h – SARAU DE BAILADOS   com   Show de Rosa Reis e Afrôs  e discotecagem “Sons do Brasil” (ingressos no Laborarte)

MANCHETES DOS JORNAIS

Estado
O Estado do MA:Invasores do Nova Terra serão retirados
Região
Jornal do Commercio:Mulher denuncia tortura policial
Meio-Norte:Motos já são 365 mil e 48% da frota do PI
O Povo:51% dos carros levados não são recuperados pela polícia
Nacional
Correio Braziliense:Selvagens das arquibancadas
Estadão:Ajuda em fuga de rival de Evo irrita Bolívia e Itamaraty
Estado de Minas:Passageiros do medo
Folha:Diplomata traz senador e abre crise no Itamaraty
O Globo:Ataque químico – Permissão da Síria à ONU sob suspeita
Valor: Argentina volta a represar as exportações brasileiras
Zero Hora:Chuva tira de casa 2,3 mil gaúchos

domingo, 25 de agosto de 2013

Na Coluna ESPLANADA - LEANDRO MAZZINI

PT rifado
Com Flávio Dino (PCdoB) liderando em cheio as pesquisas para o governo do Maranhão, o PT do estado enviou a sondagem para a executiva nacional. Não quer sofrer intervenção nem ser rifado em 2014 para o PMDB, como na última eleição.

Na balança
Domingos Dutra, um dos chefes do PT maranhense, lembra que, hoje, o segundo colocado, candidato de Roseana Sarney, tem 20%. E Dino conta com 60%.

A beleza doída - FERREIRA GULLAR

Não havia ali urubus engaiolados ou casais nus para constranger os visitantes da mostra
    Se a vinda do papa Francisco ao Rio de Janeiro já foi, por si só, um presente à cidade, o Vaticano procurou ampliar essa dádiva enviando ao Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) uma coleção de obras de seu acervo e de outras instituições italianas que muito dificilmente teríamos a oportunidade de ver fora de lá e, menos ainda, vê-las reunidas no mesmo lugar.
    No entanto, durante a visita do papa, um número relativamente pequeno de pessoas foi ver aquela mostra, não só porque preferiu ver o próprio papa e participar dos atos religiosos, realizados em vários pontos da cidade e particularmente na praia de Copacabana, mas também por não ser fácil, naquele período, deslocar-se para certos pontos da cidade e, pior ainda, de certos pontos.
    Este foi o meu caso, residente em Copacabana, onde se concentrava verdadeira multidão de fiéis que vinham participar das cerimônias. Não eram, claro, 3 milhões de pessoas (já que isso equivaleria a mais de 40 estádios do Maracanã lotados). Mas era gente suficiente para me impedir de sair do bairro.
    No primeiro domingo, após a partida do papa, porém, fui ao MNBA apreciar as obras-primas ali reunidas. Felizmente, havia um bom número de visitantes, mas não a multidão que temia encontrar ali. Pude, assim, percorrer as salas da exposição, criteriosamente montada, e viver a experiência única que só a verdadeira arte oferece.
    Não havia ali urubus engaiolados, casais nus para constranger os visitantes nem penduricalhos de mau gosto flutuando sobre nossa cabeça. Não, nada disso: havia só pintura, imagens e cenas, criadas pelo talento e o domínio técnico da linguagem pictórica.
Foi uma experiência impactante, já que havia anos não via muitas daquelas obras, e nem foi a mesma impressão que me causaram agora. A figura de São Januário decapitado, de Caravaggio --que ainda não tinha visto--, teve sobre mim um impacto poderoso. O jogo de luz e sombra, próprio à linguagem desse pintor, já dramático por si mesmo, neste caso alcança especial dramaticidade.
    Mas não só essa obra me atingiu naquela visita. Ainda que de outro modo, as pinturas de Da Vinci, Michelangelo e Ticiano, naquela tarde, na penumbra daquelas salas, atingiram-me, fosse com a sutileza das linhas e dos tons de cor, fosse pela expressão facial do Cristo, do apóstolo Pedro ou da Virgem Maria, a nos passar a sua dor profunda.
Até então, não havia me dado conta do sentimento de culpa que envolvia todas aquelas obras, todas aquelas cenas e figuras, como se a alegria, o prazer de viver, não coubesse naquele universo por ser contrário à fé nas palavras de Cristo e uma traição ao martírio a que se submetera para redimir a humanidade do pecado original. Ao terminar o percurso daquelas, e sair do ambiente das salas, senti-me aliviado, pois voltava à normalidade do mundo sem culpa.
    E ocorreu que, ao sair da mostra, encontrei-me no hall interno do MNBA, onde estão várias cópias de obras-primas da escultura grega, a começar pela Vitória de Samotrácia. Assim foi que, ao sair do universo sofrido da arte cristã, deparei-me com a arte sem culpa dos escultores helênicos, os quais, ao contrário daqueles, exaltam a beleza e a sensualidade do corpo humano, seja da Vênus de Milo, seja dos atletas que lutam nus, ou de Apolo que exibe sem pudor a beleza de sua nudez.
Enfim, ali estava eu, diante de outra cultura, que não via o corpo humano como origem de nenhum pecado e, sim, pelo contrário, como fonte de felicidade e de prazer.
    Curioso é observar que também foi nessa civilização sem culpa que nasceu a filosofia, ou seja, a tentativa de ver a existência como algo que podia ser entendido racionalmente. E foi essa confiança na possível ordem objetiva do mundo que, séculos mais tarde, deu origem à ciência.
    Em meio a essas reflexões, lembrei-me de um pintor, Filippo Lippi, que, embora monge, não pintava com culpa, mas para exaltar a beleza tranquila dos santos e do mundo. Não por acaso, fugiu com uma bela noviça e com ela teve um filho, que se tornou pintor como o pai. Viveu e morreu sem culpa, amando a vida e as mulheres.
Mais uma razão para saudarmos o papa Francisco, que substitui a culpa pela solidariedade.
Da FOLHA