quinta-feira, 19 de abril de 2012

Uimar Júnior comenta sobre "A Via Sacra", do Grita no Anjo da Guarda

Fui assistir o espetáculo da Via Sacra, montada há décadas pelo grupo Grita, no Anjo da Guarda. 
   Fico a pensar: 30 anos e continuam com o mesmo amadorismo.
    Fiquei pensando aquele espetáculo com um  elenco de peso : uma Lucia e uma Leda Nascimento, um José Inácio, um Jonatas,  um Aldo Leite,um Tourinho, uma Estrelinha .....
    Os atores são muitos amadores, sem força dramática nas interpretações, ainda mais com a voz dublada.O único momento que se senti teatro é quando a Fátima de Franco, no primeiro quadro; e Auro, no último, entram em cena.
    Sabe aquele diálogo cantado com marcações de pé para um lado e para outro ...
   A Fátima de Franco apesar de uma interpretação boa é prejudicada pela iluminação. O figurino dela é da cor do cenário e não se olha ela. Teria que ter um foco ,uma luz , um canhão na sua entrada.
    O ator principal que faz Cristo tem uma sombra que se percebe que o outro ator quer roubar a sua cena e brevemente o seu papel .
    O espetáculo é anunciado para 400 mil pessoas somente umas 2 mil assistem. A segunda cena, da feira, feita em uma ruela sem visão para o público, deveria ser em um palco mais alto. Eles têm condições para isso. Afinal, dinheiro não falta. Só se assiste as cabeças dos atores e quem consegue ver.

    O terceiro ato, no palco da praça, os buracos são terríveis de uma cena para outra. O telão é muito baixo e quase ninguém assiste quem está do outro lado.
    Palco giratório se pensa em uma coisa mágica. Mas, o que se vê são contra-regras empurrando  o palco com muita dificuldades.
    O texto, até o terceiro ato, é arcaico sem amarrações de diálogos, tornando-o cansativo.
    O último ato é que se senti uma emoção ao retratar a nossa cidade nua e crua ... ai comove com a boa interpretação do ator que empolga com a nossa realidade.