Biografia[editar | editar código-fonte]
Filho de José Justino Pereira do Café e Eudóxia Afonso Pereira. Foi funcionário do Banco do Brasil e técnico em Contabilidade, iniciou sua carreira política no Maranhão ao eleger-se suplente de deputado federal pelo PR em 1962 chegando a exercer o mandato mediante convocação. Em 1965 foi eleito prefeito de São Luís ingressando no MDB após a imposição do bipartidarismo pelos militares e por esse partido foi derrotado ao disputar o Senado em 1970. Sua relação com o José Sarney oscilou ao longo dos anos entre a situação de aliado e a de adversário sendo que a primeira ruptura entre eles ocorreu a partir dos anos 1970 quando Cafeteira foi eleito deputado federal pelo MDB em 1974 e 1978 chegando a presidir o diretório regional do partido no Maranhão. Ao longo da década seguinte esteve integrado ao PMDB sendo reeleito deputado federal em 1982 e tão logo seu então adversário José Sarney assumiu a presidência da República (1985-1990), se reconciliam e Cafeteira foi eleito governador do Maranhão em 1986 com um percentual superior a 80% dos votos válidos.
À 26 de novembro de 1987 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.[2]
Sua gestão frente ao executivo maranhense findou com a sua renúncia em 1990 quando já havia deixado o PMDB e se filiado ao PDC sendo eleito senador. Nesse momento sua posição ante o clã Sarney era a de adversário e sua eleição para a Câmara Alta do país foi facilitada pela decisão de José Sarney em disputar uma vaga pelo recém-criado estado do Amapá. Pesaram na decisão fatores como: a melhor articulação de Cafeteira junto às forças políticas do estado, o desgaste de Sarney após sua gestão frente a Presidência da República e o fato de que o Amapá elegeria três senadores ao invés de um como no caso do Maranhão. Fato curioso é que o candidato a governador apoiado pelos aliados de Cafeteira foi João Castelo, a quem o próprio Cafeteira derrotou em 1986. Ao final, a vitória coube a Edison Lobão em segundo turno.
Extinto o PDC em 1993, Epitácio Cafeteira ingressou no PPR e foi derrotado por Roseana Sarney na disputa pelo governo do Maranhão no segundo turno das eleições de 1994 sendo novamente derrotado pela mesma adversária na disputa pelo Palácio dos Leões no primeiro turno das eleições de 1998 quando já estava filiado ao PPB, disputou a eleição para senador em 2002 pelo PDT, ficando em terceiro lugar. Abandonando sua postura de adversário da família Sarney foi eleito senador após fazer uma aliança com a mesma sendo filiado ao PTB em 2006.
Epitácio Cafeteira foi o primeiro relator do processo movido contra o senador Renan Calheiros por quebra de decoro parlamentar em 2007 tendo se posicionado a favor da absolvição do então presidente do Senado.[3]