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terça-feira, 20 de junho de 2017

Nicolao Dino diz que Gilmar Mendes presta "desserviço à República"

  O vice-procurador eleitoral Nicolao Dino, irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdB), rebateu a declaração do ministro Gilmar Mendes, na segunda-feira, 19, em Pernambuco, de que a Lava Jato "se expandiu demais, além do limite". Segundo Dino, a declaração de Gilmar "é um desserviço à República e não condiz com a verdade".
    A declaração de Dino foi feita durante  quinto debate entre os candidatos à formação da lista tríplice para procurador-geral da República (PGR) que teve entre os principais temas a continuidade dos trabalhos no âmbito da Operação Lava Jato. 
    O debate foi no auditório da Procuradoria Regional da República da 2ª Região, no Rio de Janeiro. Nicolao Dino criticou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes e a candidata Raquel Dodge também ganhou evidência, já que ela seria a preferida por caciques do PMDB para ocupar o cargo de Rodrigo Janot.
    Há oito nomes no páreo, que serão submetidos à votação de outros procuradores na próxima terça-feira (27): Carlos Frederico Santos, Eitel Santiago de Brito Pereira, Ela Wiecko Volkmer de Castilho, Franklin Rodrigues da Costa, Mario Luiz Bonsaglia, Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, Raquel Elias Ferreira Dodge e Sandra Verônica Cureau. São eleitores os procuradores da República, procuradores-regionais que atuam em 2ª instância e seus superiores.
    O atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot não tentará o 3º mandato, que acaba em 17 de setembro. Seu substituto, escolhido pelo presidente Michel Temer, deve cumprir o mandato de dois anos. Enquanto isso, os candidatos à lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) percorrem o país realizando debates. O sexto e último será realizado em Brasília (DF), no dia 22 de junho.
Dino x Gilmar
    “É necessário que haja o reconhecimento e a serenidade de que as instituições estão trabalhando e buscando o melhor para o país. E o melhor para o país nesse momento significa enfrentar a corrupção, a macrocriminalidade, e, sobretudo, dar as condições necessárias para que as investigações tenham normal curso”, enfatizou Dino, acrescentando que "o trabalho da Lava Jato tem que continuar". "A minha linha de atuação será no sentido de expandir [a Lava Jato] se houver a necessidade de expansão", afirmou o candidato em relação ao seu trabalho na PGR, caso seja indicado pelo presidente Michel Temer.
    No início do mês, durante o julgamento de cassação da chapa Dilma-Temer, no TSE, Gilmar e Dino trocaram acusações e a sessão precisou ser suspensa.