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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Carnaval no Maranhão: 'Malungos' é registro dos companheiros de viagem Escrete e Tadeu de Obatalá


Tadeu de Obatalá e Escrete se tornaram ‘Malungos - Companheiros de viagem’ (em dialeto da África) no LP do selo jbg, com produção executiva de José Raimundo Rodrigues.  No disco, Tadeu de Obatalá ou Antonio Tadeu Tavares, como no batistério de Pindaré Mirim,  & José Henrique Pinheiro Silva, o rosariense Escrete (1953-2007), desfiam um repertório engajado na luta do negro no Maranhão extensiva ao país e ao mundo.

O disco deu trabalho pra sair. Gravado nos estúdios do maestro Nonato, foi prensado e cortado na gravadora Continental, no Rio de Janeiro.

Com forte sotaque maranhense e suas peculiaridades, a cultura e luta do negro são tema transversal em todas as músicas. A mãe África, o imperdoável sofrimento da escravidão, os orixás perseguidos, são todos evocados nas faixas.
Escrete

Tadeu de Obatalá


Do punhado de dez músicas gravadas, duas são digitais do carnaval maranhense: ‘Gaiola’, composição de Escrete e Joãozinho Ribeiro, a primeira do Lado A, e ‘Sereia’, de Carlos Gomes, Nicéas Dumont (1973 - 2012) e Escrete. José Raimundo Gonçalves assina parceria com Escrete em três composições: ‘Nuvem de Mel’, fechando o lado B; ‘Baila crioulo’ e’ Iorubá mará’. Tadeu fecha o lado A com ‘Zumbi está vivo’. Além de ‘La bem o Akomabu’, ’13 de maio’, ‘Akomabelezas’ é dele, Bola de brilhante e Carlos Gomes, ‘Jogando caxangá’, puxadora do bloco do CCN em todos os carnavais.

    'Gaiola’ é um hino do bloco Akomabu, do Centro de Cultura Negra, CCN do Maranhão.  Do reggae a mina, passando pelo merengue (com teclados de Patonca e Murilo), o disco é um mosaico pronto para a dança, seja de rua ou salão.