Páginas

terça-feira, 30 de junho de 2015

Giordano Mochel Neto estreia com "Condão"

   
    Com o título "Condão" o maranhense Giordano Mochel Neto faz sua estreia no mundo literário. No livro ele cria um mundo de ficção em que a tecnologia robótica forma o cenário principal.
    Embasado em suas experiências nas áreas de Direito, Ciências da Computação e Contabilidade Pública, o autor transporta os leitores para uma época em que os petabytes e o direito eletrônico são a chave de uma convivência entre uma sociedade ultratecnológica na qual o controle da informação tornou-se o meio de referência para todos. 
     Edwardo é um programador virtual, namorado de Sílvia e amigo antigo de Jânio, um professor de História Moderna, especialista na teoria do Condão. Porém, ao presenciar, involuntariamente, o assassinato de dois jovens por drones responsáveis pela segurança pública, sua vida passa a correr risco. 
    Robôs homicidas? Uma possibilidade que soa impossível para um software instruído a tarefas-padrão e funções extremamente mecânicas. Agora, Edwardo arrasta Jânio e Sílvia pelas regiões do Brasil, em uma busca incessante para desvendar o crime. Só que, quando o trio descobre que essa investigação envolve vários fatos obscuros que influenciaram o atual nível de desenvolvimento dessa sociedade, uma nova realidade se revela de forma estarrecedora.
Serviço
Título: Condão
Autor: Giordano Mochel Netto
Categoria: Ficção
No de páginas: 400
Preço: R$ 39,90
LEIA O PRÓLOGO:
Capítulo 1
Edwardo Marx. Pegou-se rindo daquele nome. Não que lhe tenha dado muitas alegrias na infância. A insistência do avô em colocar a alcunha do filósofo alemão como segundo nome no neto quase levara seu pai a loucura, além de esgotar toda a paciência de sua mãe. Mas não foi a devoção insana do avô pela filosofia socialista que lhe dera tantos problemas, e sim a letra “w” jogada no meio do primeiro nome. Parecia que haviam cortado sua nacionalidade, e de fato o fizeram. O avô, em um requinte de perfeccionismo achou que a aposição de um prenome nacional seria uma afronta ao idolatrado ícone do século XIX. Obediente e catatônico seu pai o batizou Edwardo Marx Ribeiro e assim ficou. Atualmente pouco importava o que significava Karl Marx. Há muito não se discutiam teorias socialistas, neoliberalistas, capitalistas ou que cargas istas fossem, nem mesmo há algum tempo, na época de seu nascimento. Era irrelevante. Só o que o deixava aflito, era o miserável “w” no meio do seu nome, assimétrico, anacrônico, assilábico e estúpido. Mas isso fora na infância, onde qualquer coisa era motivo de sofrimento. Não era para menos. Fora pequeno e tímido. Quase se pressupunha que pedia para sofrer provocações. O nome era só mais um motivo de chacota. Ainda assim tinha uma vaga esperança de crescer forte e descontar todas os tapas na nuca que colecionara. Seu aspecto físico e psicológico poderiam mudar para melhor. Mas o nome não, este o acompanharia para sempre. Todo aquele sofrimento só pararia ao entrar na EV, onde tudo mudaria.
Riu de novo, desta vez gratuitamente. O produto fazia efeito. Lembrou-se que deveria agradecer à Sílvia pelo presentinho, provavelmente conseguido no Instituto Nacional de Biogenética vindo de alguma das plantações autorizadas da Bahia, onde estavam trabalhando com uma variação fortalecida da planta. Era interessante como o governo estimulava o uso do produto. Mas as explicações do porquê eram vagas e inespecíficas. Ignorou aquele último pensamento e deu uma tragada tão forte que o fez bambear, mesmo sentado. Isso não era prudente. Estava a mais de 12 metros do chão em uma saliência de um telhado, próximo ao cais. O lugar era um dos melhores para vislumbrar a vista da Baía de Guanabara, ainda mais naquele estado nirvânico. Já havia visto em fotos como o local era decrépito e feio, há muito tempo, quando ainda utilizavam construções gigantescas de concreto que pareciam totalmente obsoletas mas que de algum modo tinham conexão com o transporte público. Já há muito tempo não era assim. A orla, que se estendia do Aterro à altura do Cemitério do Caju, formava um cartão-postal ímpar no mundo.
Estava a ponto de dar mais uma tragada quando avistou dois rapazes fumando logo abaixo, no canto diametralmente oposto. Falavam baixo, rindo distraídos, mas em tom audível. Provavelmente vindos de alguma festa nos arredores. Arriscado. Apesar de que fumar Tecanol em lugares públicos não era mais um crime há muito tempo, ainda era enquadrado como uma pequena contravenção. Não haveria prisão, mas caso fossem detidos teriam que ir à Delegacia Eletrônica mais próxima, passar seus cartões de identificação e débito a fim de pagar multa. No outro dia teriam que se apresentar ao Instituto de Saúde Pública onde uma videoaula obrigatória falaria sobre o risco do uso abusivo da substância, o que renderia uma manhã perdida. Via de regra, qualquer ambiente privado era legalizado para o uso da substância. Não trocaria aquela vista das luzes da madrugada da baia por um enfadonho consumo em casa, mesmo porque odiava acessar a super-rede quando estava sob efeito seja do que fosse. Por outro lado, consumir no solo do porto não era uma boa opção.
Surpreendeu-se com a própria previsão quando viu o par de drones terrestres se aproximando, um em cada canto da rua. Encolheu-se e apagou o cigarro. Estavam a uns 30 metros de distância mas a sensibilidade destes novos drones era impressionante. Não arriscaria uma retenção à toa. Agradeceu em silêncio por ter sido precavido e desligado o módulo de comunicação em lente de contato, bem como o receptor interno para voz no ouvido. Estava incógnito. Não usava mais nada eletromagnético, a não ser o cartão de identificação que só era ativado quando em contato com o aparelho receptor.
Os drones se aproximaram. Já conhecia a monótona ladainha: iriam expor o art. 765 do Código de Contravenção Penal e iriam sentenciá-los. Os apenados teriam que pagar a multa na própria delegacia com seus cartões de identificação. Exatamente como manda o protocolo do Condão. Só seriam detidos se assim a norma exigisse, no caso de crimes cuja pena de detenção fosse acima de quatro anos. Aprendera isso no curso de Direito Obrigatório, na EV. Era fundamental saber o que era ilegal ou não, já que a sentença era imediata na maioria dos casos.
Os rapazes não tentaram correr. Seria inútil contra um drone deste modelo, com armas instantâneas. Apenas esperaram o cumprimento do protocolo. Então algo inusitado ocorreu. Os drones entraram em modo escaner e começaram a varrer o perímetro com lasers multifocais. Abaixou-se uma fração de segundos antes de ser atingindo pelos feixes. Só o fizera por conhecer o procedimento. Já havia programado drones de escavação. Era o que faziam para analisar o ambiente.
— Que porra esses robôs estão fazendo?
O laser verde passou rente ao seu cabelo e o vermelho abrangeu um espectro maior sobre sua cabeça. Praguejou mudo. Sabia que o vermelho poderia detectar calor através de madeira e até de paredes finas, mas não daquelas robustas pedras antigas. O escaneamento parou. Respirou aliviado sem fazer barulho. A princípio, pensou em ficar abaixado por uns 20 minutos, mas tinha que saber o que acontecera. Pôs as duas mãos na borda ainda com o cigarro entre os dedos.
Quando olhou para baixo ficou aterrorizado. Ambos os rapazes encontravam-se no chão, imóveis. Na verdade não emitiam sinal de respiração.
Impossível! – Pensou. Não havia nenhuma forma de interpretação da norma que permitisse tal procedimento.
Suas mãos tremeram e o cigarro balançou, escapou da mão direita, tentou pegá-lo com a esquerda mas acabou dando um tapa no mesmo que ganhou velocidade em direção aos drones, passou zunindo perto da base de um deles batendo no chão e caindo dentro de uma boca de lobo com acesso a uma galeria. Ambos os drones acenderam os lasers em direção à galeria e num átimo de segundo, suficiente para que abaixasse a cabeça, acenderam todos os escâneres.
— Estou ferrado!
Não havia mais tempo para permanecer imóvel. Arrastou-se dolorosamente, o mais rápido que pôde para o lado até que estivesse fora do alcance dos lasers. Levantou ainda sob o forte efeito do produto e partiu desabalado. Correu para frente, mas estranhamente o trajeto era diagonal. Usou a experiência com o consumo do produto, reequilibrou a consciência para minimizar os sintomas e conseguiu manter a direção. Os drones teriam que dar uma grande volta para alcançá-lo, teria tempo para descer a escada lateral e entrar no metrô a vácuo, se corresse o suficiente. Ainda estava atravessando o telhado quando se virou e avistou dois drones aéreos apontando para o local onde estivera 4 segundos antes. Nunca teria tempo de descer a escada. Acelerou o passo e se jogou na cobertura posterior, 3 metros a frente e 3 metros abaixo. Rolou e antes mesmo de levantar se jogou para o lado sobre o toldo de uma padaria torcendo para que amortecesse o impacto. Não foi bem como o esperado. A lona retesada jogou-o para o lado com novo impulso. Caiu com o dorso lateral no chão e lançou um espasmo de dor. Ainda assim conseguiu se levantar em menos de 2 segundos e partiu em disparada novamente na direção de um beco. Era um labirinto. Virou aleatoriamente para a direita e a esquerda várias vezes. Sabia que os drones aéreos só conseguiriam detectá-lo, seja visualmente ou por calor, em uma linha direta com o laser. Até agora nenhum drone o tinha visto diretamente. Impossível, portanto, ser identificado na rede. No entanto, novos drones já deveriam estar a caminho. Em um dos becos se deteve atrás de uma grande caixa de lixo metálica, arfando.
— Cheguei.

FRASE DO DIA

"Aqui na província o matiz é diferente. Criou-se um ambiente em que deve-se lealdade até aos erros dos aliados. Como se todos nós estivéssemos amarrados a uma corrente invisível e fossemos cúmplices de um destino comum. Qualquer crítica que se faça publicamente a um aliado é heresia. Mesmo quando essa crítica é feita para  mudar a vela do barco para prosseguir a navegação juntos."
Senador Roberto Rocha (PSB-MA) no artigo "O xadrez e o poker: política não é blefe, é palavra e ação"

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Igreja rebate acusação de Dino
Região
Diário do Pará: "O Pará está em guerrra civil"
Jornal do Commercio: Medo da chuva
O Povo: "É hora de fechar as torneiras"
Nacional 
Correio: GDF abrirá mais vagas em saúde e e educação
Estadão: Dilma diz que "não respeita delator' e nega doação ilegal
Folha: Dilma diz que não respeita delatores e ega acusações
O Globo: Dilma ataca delator, mas sinvestigação é ampliada
Zero Hora: Proposta da maioridade penal vai à votação cercada de dúvidas

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dia de São Pedro

    São Pedro teria morrido em 67 dc. Foi um doz doze apóstolos de Cristo. Está escrito no novo testamento, e mais especificamente, nos quatro testamentos.  O seu nome de nascimento não era Pedro, mas Simão.

    Foi Cristo quem o aplidou de Petros, nome grego que deriva de petra, em português pedra ou rocha. Pedro é considero o príncipe dos apóstolos e o fundador, junto com Paulo, da Igreja de  Roma, a Santa Sé. È reconhecido como o primeiro papa, tendo uma posição de supremacia sobre toda a igreja católica.

    Para as outras denominações cristãs, Pedro também tem grande importância por conta de suas eístolas canônicas.
    No popular, São Pedro é o senhor das chuvas e dono da chave do céu. Padroeiro dos pescadores e do bumba-meu-boi.

FRASE DO DIA

"Há um dialética complexa entre sistemas de grande mobilidade social e sistemas em que você tem castas, segmentos socialmente rígidos. É o caso do Nordeste brasileiro... É tudo coisa de família, onde família tal brigou com a família tal etc, ora, tenha santa paciência!?"
Roberto DaMatta, antropólogo, em entrevista nas Páginas Azuis do jornal O Povo, do Ceará.

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: 10 corpor na pedra do IML
Região
Diário do Pará: Empresas investiram na campanha de Jatene
Jornal do Commercio: Jovem morre eletrocutado
Meio-Norte: Dependentes químicos terão 3 mil nova vagas no Piauí
O Povo: Governo aposta no Senado para barrar mudança
Nacional 
Correio: Câmara impõe mordaça na divulgação de documentos
Estadão: Grécia limita saques e fecha bancos; UE tem colapso
Folha: Próxima do calote, Grécia fecha bancos e limita saque
O Globo: Escândalo derrubam papés de empreiteiras
Zero Hora: Às portas do calote, Grécia fecha bancos

Venezuela - FERREIRA GULLAR


A última coisa que Nicolás Maduro queria era senadores brasileiros na prisão onde estão os seus adversários
    Ninguém que leve a sério a democracia dirá que o governo da Venezuela é democrático. Não por causa do incidente recente com os senadores brasileiros; não, isso vem de longa data, pois quem o instalou foi o falecido Hugo Chávez, inventor dessa figura patética chamada Nicolás Maduro.
    Chávez, no começo de sua aventura política, já mostrara quem era ao tentar chegar ao poder por meio de um golpe militar. Deu-se mal e mudou de tática: passou a explorar o antiamericanismo, inventou o tal socialismo bolivariano e prometeu ao povão tudo o que lhe faltava. No poder, tratou de desmontar a estrutura legal do Estado venezuelano e pôs nos lugares-chaves --Forças Armadas, Judiciário e Legislativo-- gente sua. Já no final, pouco antes de adoecer gravemente, conseguiu que o Congresso aprovasse sua reeleição sem limites. Enfim, desejava perpetuar-se no poder até morrer. Por ironia do destino, o conseguiu.
    Hugo Chávez era, sem dúvida, um líder político, coisa que Maduro não é; ainda assim, após a morte de Chávez, elegeu-se presidente da Venezuela e logo mostrou quem era: passou a dizer que conversa com Chávez tendo como intermediário um passarinho e, pouco depois, criou o vice-ministério para a "Suprema Felicidade do Povo". E como ainda assim sua popularidade vem caindo, inventou que os Estados Unidos estão se preparando para invadir a Venezuela e derrubá-lo. Diante de uma tal ameaça, pôs as Forças Armadas em prontidão. Parece piada, mas é a mais pura verdade.
    Outra providência que toma frequentemente é mandar prender seus adversários políticos, sob qualquer pretexto, como, por exemplo, pregar a violência nas manifestações políticas. Como tem a Justiça nas mãos, decide e logo o adversário entra em cana. Pois bem, foram as mulheres desses presos políticos que vieram ao Brasil pedir, em nome dos princípios democráticos, a solidariedade dos políticos brasileiros a seus maridos, presos arbitrariamente. Um grupo de senadores da oposição decidiu ir a Caracas se solidarizar com os presos políticos venezuelanos e também sugerir ao presidente Maduro que marque a data das eleições para o Congresso, o que ele está adiando faz vários meses. Sabem por quê? Porque as pesquisas indicam que apenas cerca de 20% dos eleitores apoiam o seu governo.
    Os senadores brasileiros seriam levados por um avião da Força Aérea Brasileira, mas, para isso, seria necessária a permissão do governo venezuelano, que não veio. Como o presidente do Senado considerou aquilo um desrespeito ao Congresso brasileiro, Maduro recuou e permitiu a ida do avião. Pensei cá comigo: o que ele vai aprontar agora? Sim, porque a última coisa que Maduro desejaria era a presença de senadores brasileiros na penitenciária onde estão presos os seus adversários políticos.
    Ao chegar ao aeroporto de Caracas, o avião da FAB não recebia permissão para pousar. Afinal, a permissão foi dada. Durante o desembarque, mais complicações e dificuldades. Finalmente, com a presença do embaixador brasileiro, os senadores puderam deixar o aeroporto num micro-ônibus rumo à prisão onde estão presos os adversários políticos de Maduro. Um detalhe: o embaixador brasileiro não foi no mesmo carro, mas num outro, como se já soubesse, ou antevisse, o que iria ocorrer. E ocorreu: um grupo furioso de simpatizantes de Chávez e Maduro cercou o carro que levava os senadores, gritando e esmurrando os vidros do automóvel, impedindo-o de seguir adiante. Logo, os senadores souberam que as vias que conduzem à penitenciária estavam bloqueadas, por várias razões, sendo uma delas "para limpeza dos túneis". Claro, tudo mera coincidência, cujo resultado foi impedir a missão dos senadores brasileiros.
    Diante de tamanha afronta a representantes do poder Legislativo brasileiro, que faz o governo da presidente Dilma? O Itamaraty emitiu uma nota considerando lamentável a ação dos manifestantes contra nosso senadores. Da chefe do governo, nenhuma palavra, como era de se esperar, uma vez que, na sua última viagem à Europa, perguntada o que achava das arbitrariedades do governo Maduro, respondeu: "Muita gente gostaria que virássemos as costas para a Venezuela, como foi feito com Cuba".
    Não é preciso dizer mais nada.

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Pastoral carcerária repudia "atitude prepotente" de Dino
Região
Jornal do Commercio: Reclame aqui
O Povo: Por que a onda conservadora avança no país
Nacional 
Correio: Dilma escla ministro para rebater delação
Estadão: Antes de viajar, Dilma reúne aliados e cobra reação à crise
Folha: Crise provocada por delator faz ministro cancelar viagem
O Globo: Partidos perdem metade dos filiados jovens
Zero Hora: O que é uma família

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Esta é...uma unidade mista de saúde
Região
Jornal do Commercio: Amor e ódio
O Povo: Os setores que driblam a crise e oferecem vagas
Nacional 
Correio: Faça amor. Não faça guerra
Estadão: Dono da UTC diz que deu R$ 3,6 mi a tesoureiros de Dilma e do PT
Folha: Delação de empreiteiro eleva pressão sobre Dilme e o PT
O Globo: Delação de dono da UTC eleva pressão sobre o governo e PT
Zero Hora: Dona do UTC diz ter dado R$ 3,6 mi de caixa 2 para campanhas do PT

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Duas mil motos para leilão
Região
Jornal do Commercio: E precisa chover mais
O Povo: Operadoras não podem cortar internet após o fim da franquia
Nacional 
Correio: Governo oferece 21,3% de reajuste a servidor
Estadão: Governo reduz para 7% meta de inflação em 2017
Folha: PF apura repasses para mulher do governador do MG
O Globo: Governo reduz teto da inflação para 6% em 2017
Zero Hora: Presos vão depor na central para reduzir a superlotação

FRASE DO DIA

"O Brasil está passando por uma fase de transição. Difícil. Talvez com inevitáveis previsões sombrias. Se o país estiver à altura de sua responsabilidade de grandeza, sairá desse momento tenso mais capaz de se realizar. Conservadorismo faz parte das movimentações da sociedade. Esperemos que o ódio não estreite a visão das pessoas nem apequene todas as questões que temos de enfrentar".
Caetano Veloso, que inicia nesta quinta-feira, 25, em Amsterdã (Holanda) a turnê "Dois amigos, um século de música", com Gilberto Gil.

“Raiva de pobre”: um brevíssimo ensaio de economia política do desenvolvimento

Marcos Fernandes G. da Silva
    Em primeiro lugar, aprendi com Max Weber que ciência e política são duas vocações. Logo, explicito aqui, por honestidade intelectual e como habeas corpus preventivo, antes que raivosos me ataquem, que sou Psdebista e participo do movimento Onda Azul de renovação do Partido.
    Isto pois, por honestidade científica, devo admitir que Bresser-Pereira está correto ao afirmar que “ricos nutrem ódio ao PT e a Dilma” pois estes defendem os pobres. E moralmente acho inadmissível tal postura das elites – e de muitos pobres.
    Meu objetivo aqui é mostrar, com base na literatura recente de economia política do desenvolvimento, que a “raiva de pobre” é um sintoma de subdesenvolvimento no nível das mentalidades e da visão de mundo (na acepção precisa de Karl Marx – mentalidade – e de Karl Mannheim – weltanschauung).
    Para tanto, em primeiro lugar, rapidamente explicarei como Marx, Schumpeter, Douglass North (Prêmio Nobel de economia 1992) podem ser usados para entender as mudanças pelas quais o Brasil está a passar.
    Em segundo lugar, descreverei o que aconteceu na Europa Ocidental a partir da segunda metade do século XIX, usando um trabalho de Daaron Acemoglu e James Robinson, MIT e UCLA Berkeley respectivamente, com o mesmo fito.
    Em terceiro lugar, apresentarei algumas peculiaridades desta “raiva” próprias ao Brasil, recuperando o sempre atual Joaquim Nabuco.
    Por fim, argumentarei que o Brasil se desenvolve a passos largos, em particular no que se refere ao fim do aludido raivoso sentimento subdesenvolvido.
    Marx nos Grundrisse, sua principal obra de reflexão histórica e teórica – infelizmente pouco lida e estudada – propõe, tanto na “Introdução”, bem como em “Acumulação Primitiva do Capital” e em “Formas Econômicas Pré-Capitalistas”, um modelo de análise do processo de evolução de formas de produção onde as mentalidades têm um papel de proeminência sem resvalar em qualquer tipo de idealismo. No segundo texto, certo momento, afirma que para o Capitalismo ter surgido, o acaso contou muito, pois geográfica e temporalmente, houve uma feliz coincidência: na Inglaterra as pré-condições para esta forma de produção emergir apareceram. Eram elas economia global integrada, dinheiro, trabalho livre, propriedade privada e pessoas que desejavam acumular capital.
    Todo economista sabe o quanto estudamos, em história econômica geral, as controvérsias entre Weberianos e Marxistas na explicação da transição do feudalismo para o capitalismo. Em Grundrisse vemos, em parte, Marx e Weber falando o mesmo idioma. O desejo, a vontade, a racionalidade, todos voltados para a acumulação de capital são categoria das mentalidades, das ideias e visões de mundo. E esta mentalidade é colocada no mesmo patamar das condições materiais de produção.
    A lição de Marx: as condições materiais de produção, por acaso, podem engendrar mudanças econômicas e sociais. Mas também ajudam a cimentar e perpetuar status quo por meio de mentalidades.
    Douglass North, ideologicamente um liberal como eu, leu Marx exaustivamente e foi marxista (Idem eu), o que mudou sua vida (Ibidem eu!) – sugiro ao leitor ver Ideological Profiles of Nobel Laureates. De Marx ele tirou sua visão de desenvolvimento econômico, onde as instituições formais e informais (mentalidades incluídas) geram incentivos para a perpetuação de arranjos econômicos que nem sempre são os melhores do ponto de vista econômico e normativo, de justiça. Mas também as mudanças institucionais promovem alterações de sistemas de incentivo, gerando alterações subsequentes no ordenamento econômico.
    Contudo, as instituições informais, como aquelas derivadas de visões de mundo, persistem mesmo quando há mudanças econômicas e sociais. Usando a terminologia marxista, quando ocorrem mudanças nas condições materiais de produção – na prática no mercado de trabalho, na acumulação e distribuição de capital humano, riqueza e renda – as mentalidades previamente estabelecidas minguam, mas lentamente.
    Explico: no Brasil o trabalho doméstico feminino era comum pois havia até os anos 2000 um estoque de mão de obra feminina desqualificada relativamente elevado – tecnicamente a oferta de mão-de-obra deste tipo era perfeitamente elástica.
    Falando português, aumentava a demanda por mão-de-obra de domésticas e o salário delas ficava perto do nível de subsistência. Com as mudanças demográficas e com a acumulação de capital humano feminino, o aumento da demanda veio acompanhado pelo encarecimento do fator de produção “trabalho feminino”.
    As famílias de classe A e B, que teriam nos anos 70 três, quatro empregadas – duas dormindo em casa – ganhando “uma miséria” e muitas vezes “pegas para criar”, agora substituem trabalho por capital (leia-se: diaristas, freezers, micro-ondas, lavadoras de prato). A mudança nas condições materiais de produção ocorreu, na transição de um capitalismo tradicionalista, ou de uma forma de produção capitalista personalista e afetiva, para uma mais racional e impessoal.
    Mas as mentalidades demoram a mudar: a reação do sindicado das patroas (!) às conquistas trabalhistas – que cá entre nós apenas sancionou o que o mercado já o fizera – mostrou exatamente isso. Antes predominava uma mistura de “pega para criar” com “ver novela com a patroa na sala”, com mentalidades pré-capitalistas de relações baseadas no afeto e não na fria racionalidade. Porém, a mudança no mercado de trabalho dissolve aos poucos a visão de mundo que se lhe moldava (e ajudava a perpetuar a antiga relação).
    Schumpeter, outro liberal (e em particular conservador) influenciado por Marx no que se refere a sua visão de capitalismo, ajuda-nos nesta empreitada de defesa de Bresser-Pereira. Dele derivamos a ideia de empresário inovador, um tipo ideal weberiano por sinal, que representa a destruição criativa: inovações radicais tecnológicas de processos e de produtos, matam setores antigos e empregos, mas criam novos empregos e novas atividades.
Mas o inovador promove mobilidade social, algo que se o Capitalismo se priva, transforma-o em mais imperfeito do que já o é.
    A forma de produção capitalista ao modo brasileiro é de um capitalismo de laços e privilégios patrimonialistas: cunharia, até, o termo forma de produção capitalista patrimonialista.
    Fortuna criada por inovação até pouco tempo faz não era aqui regra, mas rara exceção. Sugiro ao leitor examinar os rankings de bilionários da Fortune entre 1980 e 2000 e ver os brasileiros listados – façam o mesmo com o ranking da EXAME para as maiores pessoas jurídicas. Compare com a Austrália no mesmo período os dados de pessoas físicas da Fortune: no Brasil as maiores fortunas não estavam ligadas a setores de inovação, dinamismo tecnológico, mas a setores protegidos de uma economia muito fechada, monopolizados na prática e/ou de concessões públicas de rádio de TV. Na Austrália, vemos o oposto. Este cenário começa a mudar no Brasil com as reformas de FHC I e II e com Lula I.
    A concentração de riqueza (e consequentemente de renda) vem literalmente das capitanias hereditárias (recomendo ver “Capitanias Hereditárias e desenvolvimento econômico: herança colonial sobre desigualdade e instituições”, do colega da FGV Enlinson Mattos e co-autores). Concentração de terras improdutivas, escravidão, não universalização da educação já ao final do Século XIX, inflação, juro e rentismo: muitas cigarras e poucas formigas.
    Este tipo de capitalismo excludente somente é racionalizável por meio da discriminação do pobre: pobre não deve ser ajudado, “deve-se dar a vara e não o peixe”. Mas nem vara dava-se, tampouco para o empreendedorismo e emprego. Algo mudou nas condições materiais de produção, mas ainda não nas mentalidades. Deixo este tema para a segunda parte deste breve ensaio.

*Marcos Fernandes G. da Silva, Economista e professor da FGV/EAESP, coordenador no Núcleo de Analytics e Inteligência do INFIN, Instituto de Finanças da FGV, pesquisador do ramo brasileiro do projeto de cognição do supercomputador Watson/IBM, pesquisador do CEPESP/FGV.

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Bando aterroriza no interior
Região
Diário do Pará: Jatene impõe rombo ao Pará
Jornal do Commercio: "Ele é um monstro"
O Povo: Câmara restende regra de reajuste do mínimo para posentados
Nacional 
Correio: Saudade é o que temos para hoje, Cristiano Araújo
Estadão: Câmara dá reajuste de mínimo aos aposentados
Folha: Deputados estendem reajuste do mínimo a todos os aposentados
O Globo: Câmara estende reajuste do mínimo a aposentados
Zero Hora: Mau tempo na economia

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Santo do dia: São João é tempo fecundar e profetizar

    
São João e os festejos juninos na vitrine da C&A
    Os  cristãos do oriente e do ocidente celebram o nascimento de São João Batista no dia 24 de junho. Também coincide, nas duas tradições, a data em que se celebram o seu martírio em 29 de agosto.
João é filho de Zacarias que, por causa da sua pouca fé, tornou-se mudo; e de Isabel, aquela que era estéril.
    O nascimento de João Batista anuncia a chegada dos tempos messiânicos, nos quais a esterilidade se tornara fecundidade e o mutismo, exuberância profética. O Evangelho lhe dá o cognome de “Batista”, porque ele anuncia um novo rito de ablução (MT 3,13-17), na qual o batizado não imerge sozinho na água, como nos ritos e nos batismos judaicos, mas recebe a água das mãos de um ministro.
    João pretendia mostrar assim que o homem não se pode purificar sozinho, mas que toda santidade vem de Deus.
    João Batista é também lembrado como um homem de grande mortificação. Talvez tenha ele iniciado esta disciplina nas comunidades religiosas do deserto. Mas, a tradição lembra, sobretudo, seu caráter profético.
    Ele é profeta por um duplo título. Antes de tudo é profeta no sentido em que essa palavra era entendida no Antigo Testamento; aliás, João é o maior dos profetas de Israel, porque pode apontar objeto de suas profecias. (MT,11 7-15; Jô 1,1928).

César Nascimento lança "Arrasta pé" no Barulhinho Bom

   
César Nascimento
    O Arrasta-Pé de César Nascimento vai acontecer nesta sexta-feira, 26, a partir das 21h, no Barulhinho Bom, na rua da Palma - nº 217, na Praia Grande. Além de César Nascimento e banda, a festa será aberta pelo Trio Coronel Virgulino e discotecagem de Pedro Sobrinho. A produção é de Letycia Oliveira.
    Quem abre a noite junina é o Trio Coronel Virgulino, liderado pelo suíço Pieter, com seu arco, sua flecha e o seu violino. No repertório do grupo tem Mestre Ambrósio, Chico César, Zeca Baleiro e Luiz Gonzaga. E quem, também, ajuda a esquentar à noite, é o DJ Pedro Sobrinho. Ele promete um repertório dançante com muito coco, dub, ciranda, xote, xaxado, carimbó, enfim, um 'freestyle' com pitadas eletrônicas sem fugir da essência da festa/show.
    Atualmente morando em Petrópolis (RJ), César Nascimento lança em São Luís, o cd "Arrasta-Pé". O trabalho serve para sedimentar um projeto do artista que anual cumpre agenda nos festejos juninos em São Luís.
   Além das músicas do novo trabalho, o compositor de "Radinho" e "Ilha magnética" faz o público lembrar o repertório apresentados em palcos maranhenses, principalmente na ilha,  desde 1982.  De lá prá cá, foram gravados quatro cds: "Ilha Magnética-Ao Vivo" (Independente - 2012), "Quero Fogo" (Independente -2006) "Serenim" (Independente-2014), e  DVD Ilha Magnética-Ao Vivo  (Independente-2012). 
Repertório
     Piauiense de nascença, César Nascimento é um autêntico porta-voz da cultura popular do maranhão por onde passa.Em sua música as influências do bumba meu boi,  tambor de crioula, ects, recebem tratamento especial. No seu setlist não faltam os ritmos nordestinos e  é claro o bom roots reggae que o maranhense sabe consumir como ninguém. Exemplo": Maguinha do Sá Viana, parceria com Alê Muniz.
    O "Arrasta-Pé de César Nascimento" será um mix de regionalismo autoral em que não vai faltar a musicalidade de alguns arquitetos da música brasileira que fazem a cabeça do artistas como João do Vale, Luiz Gonzaga, João Chiador, Humberto de Maracanã e Donato Alves.
   
Serviço:
O que: "Arrasta-pé" com César Nascimento.
Onde: Barulhinho Bom (Rua da Palma, 217- Praia Grande, Centro)
Quando: sexta,26
Hora: 21h
Ingresso: R$ 20,00
Informações: (98) 99175-2213
Produção: Letycia Oliveira
Contato: César Nascimento - (24) 98826-5900
Pedro Sobrinho: (98) 98158-3601

MANCHETES DOS JORNAIS

Maranhão
O Estado do MA: Execução de jovens em plena luz do dia
Região
Jornal do Commercio: Juros do cheque e do cartão batem recorde
O Povo: Câmara rejeita diversidade sexual no Plano de Educação
Nacional 
Correio: Distritais exigem cargos de Rollemberg em gravação
Estadão: Costa diz que negociou propina com executivo da Odebrecht
Folha: USP adotará ENEM para 13% das vagas, com sistema de cotas
O Globo: Investimentos do PAC já caíram 33% no ano
Zero Hora: Juro no cheque especial é o maior em 20 anos

terça-feira, 23 de junho de 2015

Conselhos a Malafaia - Gilberto Cardoso e Hélio Crisanto

De manhã lendo o jornal
Só vejo notícia tola
dá vontade de chorar
como quem pega em cebola
se a fé já virou gandaia
escute aqui Malafaia
vá procurar uma rola.
(HC)

Olhem para os passarinhos
Cristo assim nos aconselha
não semeiam, nem ajuntam
não levam vida avarenta
vivem na simplicidade
sem avareza e maldade
mas nossa Pai as sustenta.

Há vários tipos de rola
você pode escolher
existe a fogo-apagou
que poderá lhe acender
tem a rolinha-vaqueira
rola-roxa é de primeira
pra o que pretende fazer.

Tem a rola-picuí
e a juriti-pupu
e a pomba-rola que faz
ninho em pé de caju.
O negócio é procurar
essa tu vai encontrar
nas bandas do Pajeú.

Larga esse microfone
no qual tu vive berrando
provocando preconceitos
dinheiro solicitando
deixa de manipular
vai pra campo escutar
uma rolinha cantando.

Jesus manda que a gente
olhasse bem pros pardais
disse para os seus discípulos
que valemos muito mais
Boechat, com raiva tola
lhe mandou procurar rola
e o que tem isso demais?

O sacerdote judeu
duas rolas levava
sempre que alguém nascia
no templo se apresentava
era com rolas que ia
e conforme a lei dizia
no templo as sacrificava.

Veja o modo como Cristo
revidava e reagia
quando alguém o injuriava
humilhava e ofendia
falava com mansidão
e concedia perdão
mesmo a quem não merecia.

Portanto, siga o conselho
vá fazer sua caçada.
com arapuca, alçapão
você é  bom em cilada
porém é bom vigiar
pois se o Ibama pegar
a multa vai ser pesada.
(GC)