A presidente Dilma Rousseff entregou uma das obras atrasadas do PAC, o trecho ferrovia Norte-Sul, em Anápolis, Goiás, nesta quinta-feira, 23, voltando a criticar a postura pessimista sobre a realidade brasileira, elogiando ainda o senador José Sarney (PMDB-AP), aliado de seu governo.
"Tem duas formas de a gente lidar com a realidade. Tem uma que é aquela do 'não vai dar certo'... que é uma atitude que a gente pode chamar de tranca roda", disse ela na cerimônia de inauguração do trecho que levou surpreendentes 27 anos para ser concluído. "Hoje é a vitória da postura de que é possível fazer", completou, garantindo que seu governo tem vontade política o bastante para enfrentar as dificuldades.
Anteriormente, na noite da quarta-feira (21), Dilma discursou em um encontro com empresários da construção civil e, defendendo a postura de otimismo, afirmou que não seria "possível nos impregnar de pessimismo". Para ela, "na teoria do copo meio cheio ou meio vazio, é muito importante que não prevaleça a visão do copo meio vazio".
Iniciado há cerca de 27 anos, ainda no governo do presidente José Sarney, a obra da ferrovia Norte-Sul entre Anápolis e Palmas (TO) foi marcado de escândalos de corrupção. Um dos primeiros foi a denúncia de fraude feita pelo jornal Folha de S. Paulo. Antes mesmo dos resultados, a publicação divulgou disfarçadamente os nomes dos vencedores da concorrência para a construção de 18 lotes em 1987.
Na cerimônia de inauguração, Dilma ainda elogiou o governo de Sarney: "Quero fazer justiça a um presidente da República do nosso país, o autal senador José Sarney, porque a concepção da ferrovia norte-sul foi feita, de fato, há 27 anos", disse ela. "O que mais me orgulha é a conclusão da ferrovia Norte-Sul na sua concepção original", finalizou.