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sábado, 19 de abril de 2014

Projeto de energia limpa de parque éolico prejudica artesãs da Pedra do Sal, em Parnaíba (PI)

   
    Maria Elizete (foto), Maria da Paixão, Maria da Paz e Maria da Aparecida são três mulheres piauienses que não acreditam nos bons ventos bafejados pelo Centro de Energia Eólica Delta do Parnaíba,no litoral do estado. O centro integra o complexo de produção de energia limpa apoiados pelo governo do estado do Piauí.
    As parnaibanas, moradoras da praia da Pedra do Sal, reclamam principalmente da estratégia de relacionamento da empresa: a indiferença. No local está sendo instalado o Parque Eólico Porto Salgado.


    Para instalar os equipamentos da usina de energia eólica a empresa retirou a cobertura vegetal de uma grande área da Pedra do Sal antes ocupada por floresta de carnaubeiras. Com a ação devastadora o material para produção de artesanato ficou escasso. As quatro Marias estariam sendo atingida de maneira negativa pelo projeto. "Eles prometeram nos dar energia de graça quando começasse a produção de energia. Mas, até agora, estamos pagando energia cara", reclama a artesã Maria Elizete.
    O projeto foi licenciado pela secretaria de meio ambiente do estado em 2012 e é realizada pela Cortez Engenharia.

    "Nunca nos chamaram para conversar", afirma Maria Elizete. Ela, a mãe e irmãs sobrevivem da venda de artesanato confeccionados com material da região e das transferência de renda dos programas do governo federal.
    O Completo Eólico Porto Salgado prevê a construção de uma subestação coletora de 138/34,5 KV 1x70MVA com instalação de um banco de capacitor e filtro de harmônica, um buy de confecção na subestação Tabuleiro de propriedade da concessionária Cepisa e uma rede de média tensão para interligação dos aerogeradores dos parques Porto Salgado, Porto das Barcas e Porto Parnaíba. Funcionando juntas terão potência de 70 MW. Os serviços serão realizados pela Schneider Eletric/Ômega Engenharia.
    Os projetos de energia eólica sopram fortes no Piauí. Na Chapada do Araripe, região sudoeste do Piauí, o governador Zé Filho estima que até 2015 sejam investidos R$ 5,5 bilhões com o projeto Ventos do Araripe, sob responsabilidade da Casa dos Ventos, Queiroz Galvão, Control Global e Companhai Hidrelétrica dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba, Chesf. Seis municípios estão na região de abrangência do complexo: Caldeirão Grande, Padre Marcos, Simões, Bethânia, Curral Novo e Marcolândia.
    O governo do estado tem apoiado os projetos com incentivos fiscais.