Samira Maluf |
A iniciativa é mais uma medida adotada pelo CEGINE em prol da função social desempenhada pela unidade que tem entre as prioridades o compromisso de garantir o atendimento de qualidade para a comunidade.
Com vistas ao objetivo, há
cinco anos o Centro dispõe de um mamógrafo digital – o único existente no
Maranhão, explica a médica ginecologista Samira Maluf Saad Goulart, uma das
idealizadoras do CEGINE, e de quem partiu a iniciativa de adquirir o mamógrafo
digital. De acordo com a médica, no Nordeste, apenas em Fortaleza se encontra
um mamógrafo do tipo.
Nódulo - De alta precisão,
o aparelho é capaz de detectar as microcalcificações (acúmulo de cálcio) que
podem ser benignas ou indício de câncer. Estudos indicam que em média 70% dos
casos de câncer de mama nos estados iniciais surgem como microcalcificações.
“Apareceu o nódulo, já é câncer.
O objetivo é encontrar o câncer antes que ele vire um nódulo”, explica Samira.
Segundo a médica, além da
precisão das imagens o aparelho é capaz ainda de indicar exatamente o ponto em
que as microcalcificações se encontram, o que um mamógrafo convencional não
consegue fazer. E o melhor: posicionar precisamente nesse ponto uma agulha para
servir de guia ao cirurgião, no caso da paciente optar por retirar as
calcificações.
Dados da Sociedade Brasileira de Mastologia apontam
para a superioridade da mamografia digital na detecção do câncer de mama em
mulheres jovens, mulheres com mamas densas, na fase pré-menopausa ou
perimenopausa.
Prevenção – Diz Samira
Maluf: “O aparelho “enxerga melhor – com maior profundidade - em mamas densas”
(aquelas em que o tecido mamário não se transformou em gordura).
Segundo a médica, em função
disso a Agência Nacional de Saúde e os planos de saúde não querem liberar a
mamografia digital para mulheres acima de 50 anos. “Acham que toda mulher acima
dessa idade tem a mama substituída por gordura”, diz. Para a médica, é um erro.
Na visão da médica, o uso
de anticoncepcionais, o fato das mulheres terem menos filhos atualmente, as
mulheres que optaram por não ter filhos sfatores que conservam a densidade das
mamas.
Baseada nessa visão, a
médica adotou no CEGINE a prática de cobrar dos planos de saúde o valor da
mamografia convencional, mesmo realizando a digital. “A paciente vem aqui com a
requisição da mamografia convencional, e nós fazemos a digital. Para o CEGINE,
o que interessa é a qualidade do serviço, é a prevenção”, afirma.
Equipe - À frente da
administração do CEGINE, Raquel Saad diz que o Centro realiza mensalmente uma
média de mil mamografias, das quais cerca de 60% indicadas por médicos de
outras unidades de saúde. O número de consultas diárias gira em torno de 140.
Criado em 1991, o CEGINE dispõe de uma
equipe formada por 21 profissionais, entre os quais mastologistas (03),
sexóloga (01), radiologistas (03), obstetras (04) e especialista em reprodução
humana (01).