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sexta-feira, 19 de maio de 2017

Museu do reggae terá paradões de radiolas


    


Com uma área de 397 metros quadrados, o Museu do Reggae do Maranhão, previsto para ser inaugurado em agosto de 2017, mostrará as peculiaridades do gênero musical em diversas formas. Para interação do público, o espaço contará com um salão de aproximadamente 35 metros quadrados e móveis que imitam os paredões das radiolas, uma sala de exposição dos artistas e assuntos do cenário mundial, equipamentos de projeção e recursos audiovisuais, além de diversos manequins trajando, a caráter, a cultura da massa regueira.


    O projeto arquitetônico do museu tem como principal função homenagear o maior ícone do reggae, Bob Marley, deixando um legado às próximas gerações. O artista foi o responsável por inserir o reggae e a Jamaica no mapa do mundo. Abrigado no prédio de nº 124 da Rua da Estrela, no Centro de São Luís, as obras de adequação ocorrerão na estrutura já existente. O projeto foi elaborado pela equipe da Superintendência do Patrimônio Cultural do Estado do Maranhão - SPC/SECTUR, coordenada pelo arquiteto e superintendente do órgão, Eduardo Longhi, em parceria com o diretor do Museu do Reggae, Ademar Danilo.

    “Nós entramos com a parte de arquitetura e contemplamos o espaço com a melhor forma da ideia que o Ademar propôs, junto com o pensamento arquitetônico do museu, dando ênfase na parte cultural do reggae”, diz Longhi. O museu deve ter toda as paredes pintadas de verde, vermelho e amarelo. As tonalidades imprimem as "cores do reggae" e são rapidamente identificadas pelos seguidores do movimento rastafári, tendo cada uma o seu significado. O vermelho traz na sua representação o poder e a fé; o amarelo, a igreja e a paz; e o verde, a terra e a esperança.

Mais que as cores, o Museu do Reggae do Maranhão abrigará um salão de reggae, com grandes paredões de radiolas. Dentro da sala de exposição, haverá totens com informativos, móveis contemplando peças do reggae, artistas e quadros. “A ideia é fazer uma releitura de como funcionavam e funcionam os salões de reggae no Maranhão, colocando um móvel que imita um paredão de som, com tv de led, projeções, luminotécnica e manequins vestidos a caráter da especificidade do reggae maranhense”, antecipa o arquiteto.

Jamaica brasileira

    Buscando as raízes na Jamaica, a sala de exposição mundial será implantada de forma cronológica, formando uma linha do tempo, na qual será contada a história de onde começou o reggae e de onde está hoje. “Será desde quando surge o reggae, na Jamaica, até a transição e implantação da cultura musical no Maranhão”, ressalta Longhi. Em um outro espaço será instalado o arquivo do cenário nacional do reggae. Os arquivos e a contemporaneidade dos artistas maranhenses serão expostos numa sala ao lado, com a periodicidade a ser divulgada brevemente pela direção do local.

    Dentro do pátio interno será instalada uma área de vivência com lanchonete e uma sala de estudos com computador, para que os frequentadores possam pesquisar e fazer trabalho relacionados ao reggae. A estrutura conta, ainda, com uma sala de administração e dois banheiros. O Museu do Reggae ficará integrado às casas de cultura da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Sectur). O ambiente oferecerá recursos tecnológicos, linha do tempo, recursos audiovisuais, história das radiolas, objetos característicos do reggae desde os antigos até os mais modernos e um espaço exclusivo para homenagear Bob Marley.

    No desafio de materializar memórias, construir a narrativa do ontem, do hoje e também tentar captar as tendências do amanhã do reggae, o DJ Ademar Danilo estará no posto à frente do Museu do Reggae. Ele conta que essa é a realização de um antigo sonho dos  “velhos guerreiros regueiros”.  Segundo ele, “o reggae se presta a ser veículo de mensagens de liberdade, igualdade, paz, amor e harmonia. É uma música militante que combate preconceitos e discriminações”.
 
    O DJ e diretor fala ainda da importância cultural e turística do reggae no Maranhão, distinta de tudo no mundo. Ele enumera a cadeia produtiva do ritmo que engloba todas as camadas sociais, étnicas e etárias do Estado. “Não é à toa que São Luís é conhecida nacional e internacionalmente como a Jamaica brasileira”, ressalta.