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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Flávio Dino assina carta dos governadores que exige liberação de créditos

Governadores do nordeste signatários da Carta de Salvador
O governador do Maranhão, Flávio Dino, participou do VII Fórum de Governadores do Nordeste, realizado nesta quinta (11), em Salvador. O encontro que reuniu os chefes executivos dos nove estados do Nordeste. Um dos pontos discutidos diz respeito ao cumprimento da Carta dos Governadores, documento redigido junto ao Governo Federal, em 2016, que prevê, entre outros pontos, a liberação de créditos em investimentos em condições de gerar emprego e renda, em infraestrutura.
Os Estados deverão autorizar ainda suas procuradorias a ingressar com ações junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para obter o cumprimento da Lei Federal complementar 94 que prevê o aumento do tempo para o período de carência das dívidas dos estados junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento. (BNDES). Os governadores acusam o governo federal de não cumprir a regra, gerando perda aos estados.
Com o bloqueio de empréstimos externos e internos pela União a situação do estados se agrava. Os governadores alegam que empréstimos é um direito constitucional e o seu travamento prejudicando o crescimento econômico dos estados. Eles querem criar de um fundo de previdência complementar do Nordeste, apontado como solução para o impasse.
Segundo proposta dos governadores, os estados poderão atender os municípios no Programa de Mobilidade Urbana com recursos do fundo.
Confira a Carta dos Governadores na íntegra:
VIII ENCONTRO DOS GOVERNADORES DO NORDESTE
CARTA DE SALVADOR
Reunidos em Salvador, Bahia, os Governadores do Nordeste, com a participação da senadora Lídice da Mata e do senador Roberto Muniz, somam esforços em prol de uma agenda de medidas capazes de dirimir os efeitos da crise econômica nos âmbitos nacional e regional, contemplando as seguintes deliberações:
1.Dívida com o BNDES

Cobrar o cumprimento da Lei Complementar 156/16, que estabeleceu a dilatação, com carência, do prazo para pagamento das dívidas refinanciadas pelos estados e Distrito Federal. Diante da recusa do BNDES e da União em cumprir o disposto na lei, os estados nordestinos deliberaram no sentido de tomar as medidas judiciais cabíveis, seguindo o mesmo caminho adotado nos casos da renegociação das dívidas com a União e das multas com a repatriação.

2. Operações de crédito
O governo federal tem negado aos estados nordestinos o direito constitucional de acessarem linhas de crédito para investimento em áreas fundamentais para o desenvolvimento da região. A maioria dos estados nordestinos dispõe de confortável perfil de endividamento, e, portanto, plena capacidade para contrair novas operações de crédito. Esta postura agride o pacto federativo e fere a autonomia dos estados.

3. PLP 54/15 (Convalidação de Benefícios)
É inadiável a convalidação dos benefícios e/ou incentivos fiscais e/ou financeiros concedidos respeitando-se os contratos celebrados, medida essencial ao restabelecimento da segurança jurídica e ao ambiente de negócios, que acontecerá com a aprovação do PLP 54/15, amplamente discutido e aprovado no Senado Federal e que encontra-se em tramitação com regime de urgência na Câmara dos Deputados. Consideramos um retrocesso qualquer medida que altere o conteúdo do texto aprovado no Senado.

4. Depósitos judiciais
Decidimos cobrar do governo federal, por intermédio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, o cumprimento da Emenda Constitucional 94/16, que estabeleceu que os Estados podem utilizar 75% dos depósitos judiciais de que são parte, e até 10% dos depósitos judiciais de que não são parte para pagar precatórios. No caso dos depósitos de que não são parte, nenhum estado conseguiu retirar os 10% previstos na nova legislação.

5. Previdência complementar
Deliberamos por consolidar uma previdência complementar regional, a PrevNordeste, visando à adesão dos estados à fundação de previdência complementar já instituída na Bahia. A gestão compartilhada dará celeridade à adoção da medida por todos os estados da região, ampliará a base de pessoas assistidas e reduzirá assim o custo com taxas administrativas, tornando o fundo mais seguro e atrativo para os servidores.

6. Segurança Pública
Os governadores deliberam, por fim, pela publicação de uma nota pública que segue em anexo a essa carta, manifestando a urgente e necessária participação do governo federal no enfrentamento da questão da segurança pública.
Salvador, 11 de maio de 2017
Governadores do Nordeste