No “leilão
da resistência”, realizado em dezembro de 2013 para financiar milícias postadas
contra indígenas a mando de fazendeiros, a senador Kátia Abreu (PMDB-TO) dispara:
“Precisamos agora resolver o problema dos índios nesta país”. Os urros dos
ruralistas do enclave remontam a asquerosa klu klux klan norte-americana em
solo da mãe gentil.
A
ex-ministra da Agricultura no governo Dilma Rousseff (imperdoável equívoco) é
sucedida por outras vozes do mesmo quilate, como Ronaldo Caiado e outros tantos
vis.
Kátia,
Caiado, Blairo Maggi são criminosos citados em delações da Operação Lava Jato
por receberem dinheiro da Odebrecht para promoverem campanhas milionárias e não
declararem à Justiça Eleitoral. Eles exaltam o agronegócio como essencial tábua
de salvação para o país. No Congresso eles integram a bancada ruralista, signatária
do golpe que desbancou o governo eleito em 2016.
A
cena está em “Martírio”, filme em cartaz no cine Praia Grande- com sessões em
horários não muito favoráveis - que certamente não ganhará resenha na imprensa
que incensa belas e feras e outros ficções na era netflix.
"Martírio" sintetiza a luta dos índios brasileiros – com foco no Mato grosso do Sul onde
os Guarani – Kaiowá resistem pela posse ancestral da terra e lutam contra o
genocídio em curso em pleno século XXI abaixo do Equador. O documentário dirigido por Vicent
Carelli tem imagens in loco do martírio de um povo e a histórica invasão dos
índios ao Congresso Nacional. Premiado em vários festival, o filme é essencial
neste momento.