O poeta piauiense Pedro Nonato da Costa (1962-2017) |
O primeiro emprego que Pedro Costa arranjou quando chegou a
Teresina, vindo de Alto Longá (PI) para tentar ganhar a vida, foi
como vendedor de picolés na rua. Pegou 50 deles para vender, o que deveria lhe
tomar o dia todo. Duas horas depois, para surpresa do dono da sorveteria,
voltou para encher o carrinho. No fim do dia, vendeu 600.
Seu segredo: era bom de lábia. E
foi com o bom papo que se tornou um dos mestres da cultura popular no Brasil.
Repentista hábil na improvisação,
diz o filho Luís Carlos, gravou discos, escreveu livros e compôs mais de 500
cordéis ao longo da vida.
Os cordéis, que escrevia sempre
pela madrugada, entre as 2h e as 6h, iam de temas folclóricos a educativos. Fez
até campanhas políticas em cordel, que nem sempre assinava, dada a alta
temperatura da disputa em algumas cidades do interior do Piauí.
A primeira obra de sucesso foi
"A Morte do Cobrador", que escreveu ficcionalizando o assassinato de
um primo de sua esposa, crime que chocou a população teresinense.
Em 1994, fundou a revista
"De Repente", que dirigiu até o fim da vida e que publica originais,
resenhas, entrevistas e discussões sobre o repente.
Também teorizou. No manual
"As Modalidades e as Técnicas do Repente", de 2010, traz dicas e
ensina métodos de rimas para iniciantes.
Estava na sede da Fundação
Nordestina do Cordel, que criou em 1999, quando sofreu um infarto e morreu no
último sábado (11), aos 55, deixando a mulher e dois filhos.
A missa de sétimo dia acontece
nesta sexta (17), às 19h, na igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Teresina.