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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Poema de quinta: luciana martins

canção do exílio

no Escondido
o pequeno brejo
era meu Tejo

a folha do bananal
minha nau

sob o pé
de pitomba
de dor nem sombra

sem energia
estrela do céu
era guia

no Escondido
tempo ido
virava garapa doce

e o engenho
era a vida
como se fosse

hoje a cor
do buriti
já perdi

que eu não morra
sem esperança
de ter
entre os dentes

de novo
da macaúba
a sustança

* Do livro"espetáculo das sensações alheias" (Medusa, 2003)