"Bumba-meu-boi passando, parece gente rindo triste" - Observação feita por um negro morador do Maracanã.
Este é o primeiro registro fonográfico do "Bumba-meu-boi do Maranhão. Aqui estão seus "pandeiros", suas matracas, seus tambores onça. Nada acrescentamos ou omitimos com medo de, com nossos sofisticados requintes, violentar sua pureza. Aqui está, portanto, a "brincadeira" - intacta, inocente, inalterada, virgem.
Esta é a abertura do texto do elepê, "Bumba meu Boi Gravado ao vivo", uma produção Anaço Gravações e Edições Musicias, Ltda por meio do convênio EEM, GB Coordenadoria do Turismo e Cultura Popular da Prefeitura de São Luiz. A foto da capa é de Mafra.
Neste disco é registrada a Matança, representação do auto do bumba-meu-boi.
Tudo começava com o "Guarnecer", a meia distância do local de apresentação. É o arreunir, o arrumar. Em seguida vem o "Lá vai" que avisa que o cordão iniciou a apresentação. Depois é a vez o "Louvor", toadas improvisadas em homenagem ao dono da casa ou à época a alguma emissora de rádio. São estas as faixas do lado A.
No Lado B está gravada a continuação da "Matança". Cazumbá trata sobre a compra do boi. Pai Francisco entra em cena. O boi é furtado. O Amo manda caçar o novilho, mas os vaqueiros voltam com as mãos abanando. Mas, os caboclos reais trazem o Pai Francisco preso. O boi é encontrado doente. Um doutor é chamado que junto com Cazumbá tentam reanimar o animal. Finalmente o boi urra e todos cantam.
A festa continua então com as toadas de "Improvisos", fechando o disco, destacando que boi que se preza não volta ao rebanho antes do sol de fora.