Entre 2002 e 2014 ocorreram 37 assassinatos de defensores do meio ambiente no estado do Maranhão. No ranking nacional o estado tem o terceiro maior número de incidências de mortes, depois do Pará, líder com 144, e Rondônia, com 40 assassinatos. Em 12 anos, 477 pessoas foram assassinadas por causa de bandeiras ambientalistas. O Brasil está na liderança de casos, segundo relatório "Quantos mais" da ONG Global Witness.
O aumento da concorrência sobre os recursos naturais é apontado pelos estudiosos do assunto como a principal causa do aumento das ocorrências.
A Comissão Pastoral da Terra tem sido a principal responsável pelo mapeamento preciso dos casos envolvendo assassinatos envolvendo ativistas ambientais. Em 2014, dos 29 casos de assassinatos no Brasil, 26 se relam ao conflito de terra. A disputa pela posse de terra no Maranhão resultou em ao menos cinco mortes, segundo relatório da CPT-Maranhão.
Morte em conflito de terra no Maranhão em 2014:
Presidente Vargas - Acampamento Irmã Dorothy - 05/01/2014
Luís Carlos Silva – Liderança: Degolado no Acampamento Irmã Dorothy por dois homens desconhecidos. Luís fazia parte de uma lista de lideranças marcadas para morrer, por causa da luta pela reforma agrária. Outras quatro lideranças permanecem juradas de morte. No ano passado, um grupo de acampados denunciou as ameaças de morte à Ouvidoria Agrária Nacional, Delegacia de Polícia e ao Ministério Público.
Timbiras - Fazenda Campestre Catulo - 24/02/2014
Raimundo Rodrigues da Silva, "Brechó" – 42 anos – Liderança: Morreu três dias após ser alvejado, em emboscada, perto do local em que morava. “Brechó” foi socorrido com vida e levado para hospital em Timbiras. Estava ameaçado de morte há tempos por liderar a luta pela regularização do território Campestre. No dia 22/02/2014 dois desconhecidos tentaram invadir o hospital em que “Brechó” estava para matá-lo. O fato foi comunicado à Ouvidoria Agrária Nacional. No dia 24/02/2014 Brechó faleceu.
Amarante do Maranhão - Povoado Belo Monte 3 - 10/07/2014
Maria José Amorim Silva Lima – 49 – Liderança: Assassinada a tiros, por pistoleiros não identificados,
diante da própria casa. O crime está relacionado à disputa pela posse da terra entre posseiros e
especuladores imobiliários na região. O conflito foi agravado pela demora na aquisição da terra por parte
do Programa Nacional de Crédito.
Chapadinha - Pavi/Placas/Pov. Riacho da Cruz - 15/07/2014
Valdeci, "Seu Madruga" – Posseiro: Assassinado a tiros. O crime está relacionado à disputa de áreas
que compreendem a localidade Pavi/Placas, desapropriada pelo Incra em 2011, para fins de reforma
agrária.
Araioses - Santa Rosa - 21/07/2014
José Enedina – Liderança: Assassinado a facadas. Liderava a luta de 30 famílias que resistem no imóvel Santa Rosa. Conflito que se arrastava há mais de 20 anos. A morosidade do Incra e da Secretaria do Patrimônio da União na regularização da terra deixa as famílias à mercê de pressões por parte de grileiros.