Loja Baratos Afins |
Corredor da Galeria do Rock, avenida São João (S. Paulo) |
Neste sábado, 17, Calanca estava no balcão da loja , na Galeria do Rock, trocando ideias
com um jovem líder de uma banda (que depois soube se chamar Heitor Caldas e a banda Baby Lixo, de Salvador,BA), que buscava espaço no espaço da avenida São
João, centro velho de São Paulo, para divulgar o trabalho.
Baratos Afins é uma loja de discos raros e fora de catálogos
– atualmente quase todos estão – nacionais e internacionais. Os preços de capa, porém, azedam qualquer gosto
musical, os refinados ou sem depuramento algum. A galeria é frequentado por roqueiros, amantes musicais, descolados,
lunáticos e afins.
Calanca acha que falta substância à crítica que se realiza
nas redes sociais, assim como nas divulgadas pelos jornais, revistas, e outras formas impressas, diante
das tiragens em queda livre e a pouco influência que exercem nos gostos gerais. Às dos meios virtuais, credita um descrédito congênito e intransponível.
Em determinado ponto, o timoneiro da Baratos Afins nivela
espíritos provincianos e ao ambiente das megalópoles como São Paulo. Acredita que ali como lá acolá, criticar termina por despertar animosidades antes inconfessáveis entre artistas, produtores e
jornalistas que se habilitam – com o devido ou sem conhecimento algum, de
história ou teoria – a comentar o trabalho musical apresentado ao público.
O elogio aos que vão aonde o povo toca ou se apresenta é
rasgado por parte do dono de uma das lojas de discos mais famosa do país. Cita
até nome – que omito por questões de notoriedade – de quem se embrenha pelo
universo paralelo ao mainstream. “Fulano vai nos buracos mais distantes
conferir novos sons”, delata Calanca.
Ninguém tem dúvidas de que com a mudança no consumo de música, houve
modificação do papel antes exercido pelos críticos. Nomes como Zuza Homem de
Melo, José Ramos Tinhorão são peças dinossáuricas, ainda mais anônimos que antes do grande público consumidor de música.
No final da conversa, Calanca orienta o músico a deixar em
local estratégico do estabelecimento seu pretenso material de divulgação.
Espantosamente, o tal dito material – em nada semelhante às
ferramentas contemporâneas das quais lançam mão produtores, artistas e alhures
- se resumia a um pequeno papel com formato aparente de bula dobrada com uma
saudação: Olá, formiguinha... que se desdobra na expressão em latim Infitus est numerus stultorum...
No verso da dobra lê-se uma indagação: - Por acaso já sentiu
seu corpo estilhaçar. E a, consequente, resposta aliviada: Não. Oh...que bom...durma
bem.
O conteúdo do release do EP bon apetit, sucuri, EP do
Baby Lixo conduz o leitor a um sítio onde é possível manter contato com o
universo sonoro da banda.
Penso então: Eis aí a nova Esfinge musical, desafiadora da crítica rasa ou escafandrista.
Confira abaixo material de divulgação da baby lixo:
Ouça "Bon apetit, sucuri" aqui