O turismo no Maranhão enfrenta crise histórica. A curva descendente foi acentuada após a repercussão das rebeliões em pedrinhas nos primeiros dias do ano de 2014. Para Nan Sousa, presidente em exercício do São Luís Convention Visitors Bureau, Nan Souza, o governo do estado falhou ao não apresentar nenhum contraponto para as notícias catastróficas que emanavam do Maranhão.
A agenda negativa de segurança, no parecer de Nan Souza, contribuiu para o quadro atual. Ele lembra que no governo José Reinaldo Tavares a convivência entre os atores do turismo contribuiu para o melhor resultado obtido pelo setor. "Foi Z[é Reinaldo que trouxe o voo charter, trouxe a novela "Da cor do pecado", enfim", enumera o presidente do convention, braço econômico do trade turístico e interveniente em vários projetos culturais da agenda da Secretaria de Estado da Cultura e de Comunicação.
Em São Luís, porta de entrada do estado, a queda no fluxo puxou para baixo os índices de emprego. Segundo o presidente do Conselho Municipal de Turismo e Associação Brasileira da Indústria dos Hotéis, João Barros, está havendo demissões desde o início do ano.
A média de funcionários na rede é em torno de 6 mil profissionais. O turismo na cadeia mobiliza 52 atividades profissionais. Somente na orla da ilha de São Luís o número de vagas de emprego encolheu 50%. Dos 35 mil empregos gerados na área, mais de 15 mil foram cortados.
Na semana passada, o trade procurou o prefeito Edivaldo Holanda para expor a situação. Foram recebidos pela primeira vez por um prefeito desde a gestão do prefeito Jackson Lago.Em documento, os empresários do setor solicitaram tratamento especial para taxas do IPTU, ISSQN e CIP (Contribuição de Iluminação Pública). Elas somadas oneram as despesas a ponto do estrangulamento. Os hotéis são os alvos principais.
A aproximação do poder público dos empresários do setor do turismo é apontada pelas entidades representativas como opção fundamental para melhorar as condições da cidade de maneira geral para os habitantes e turistas.
Para o presidente da Comissão, para que tenha condições de permanecer atuando no setor, os hotéis precisam manter taxa de ocupação oscilantes de 55% para cima. Hoje a taxa na cidade está na faixa de 34 a 42%. "Todos os hoteleiros estão tirando dinheiro do bolso para manter seus negócios".
João Barros mostrou ao prefeitos contas de cinco hotéis de São Luís que está entre as 65 cidades mapeadas pelo Ministério do Turismo. Anualmente a Fundação Getúlio Vargas realiza pesquisa nestas cidades. Os empresários reclamam da alíquota de 5% do ISSQN, segundo eles, uma das mais altas entre as cidades turísticas do país.
"A prefeitura fez uma coisa maravilhosa para o turismo: fechar a praia do Olho D´Água. Precisamos agora de ações simples para combater o tráfico de drogas. O traficante é como uma bactéria, ele se amolda aos lugares que atua", cita João Barros.
Estado
O trade aguarda a liberação de R$ 20 milhões, retidos na Caixa pelo governo federal, que serão aplicados em ações para despoluição das praias. Um convênio no valor de R$ 30 milhões foi celebrado entre governo Federal e Estadual com interveniência do Ministério do Turismo.